Eudicotiledóneas

Conceito de Eudicotiledónea, as suas principais características e a origem da designação e do grupo…

Conceito de Eudicotiledónea

eudicotiledónea

 

Eudicotiledónea é a designação atribuída a um dos principais grupos de angiospérmicas, reunindo cerca de três quartos de todas as angiospérmicas existentes no planeta, o que o torna um dos maiores grupos de plantas com flor. Este grupo possui cerca de 350 famílias de plantas.

Esta designação é utilizada numa taxonomia que tem por base os estudos filogenéticos em plantas, não estando associada à organização criada por Cronquist, baseada nas semelhanças morfológicas, químicas e anatómicas dos espécimes.

Inicialmente este grupo estava incluído no grupo das dicotiledóneas que foi dividido, por não ser um grupo monofilético, segundo o sistema APG, este corresponde a uma subclasse da classe Magnoliopsida (dicotiledóneas). As dicotiledóneas reuniam todas as espécies que possuíam dois ou mais cotiledóneos, passando agora a reunir apenas aquelas que possuem dois cotilédones.

O prefixo eu- significa verdadeiro, indicando que este grupo engloba todas as espécies consideradas verdadeiras dicotiledóneas, isto é, todos os indivíduos, cujo embrião, possui apenas dois cotilédones. O grupo eudicotiledónea passou a englobar grande parte dos indivíduos que faziam parte do grupo dicotiledóneas, mas que apenas formam dois cotiledónes.

As características distintivas:

As raízes das eudicotiledóneas são geralmente aprumadas, apresentando uma raiz principais da qual podem sair raízes secundarias mais pequenas e finas. O caule destas espécies apresenta floema e xilema, assim como crescimento secundário com preenchimento por lenhina.

As folhas dos membros deste grupo surgem geralmente com forma peninérvea, ou palminérvea, raramente apresentando bainha. As suas flores são geralmente flores verdadeiras, podendo apresentar inflorescências em algumas espécies.

As pétalas destas flores podem surgir em número de 4 ou 5 consoante a espécie, apresentando sempre corola e cálice diferentes, isto é, apresentam sempre uma diferenciação entre as pétalas e as sépalas. Os estames possuem uma estrutura bem diferenciada onde o filete e a antera se encontram bem diferenciados.

O seu ovário pode ser supero ou ínfero, consoante a espécie, no entanto, o pólen destes indivíduos é triaperturado, isto é, o grão de pólen possui três sulcos ou aberturas.

As eudicotiledóneas:

O grupo das eudicotiledóneas não é considerado um taxon, tratando-se por isso de um clado, ocorrendo por essa razão alguma confusão na descrição taxonómica de algumas espécies. Este grupo é considerado bastante mais evoluído do que as monocotiledóneas.

Neste grupo é possível encontrar plantas herbáceas, assim como espécies com porte arbóreo. A sua raiz principal é aprumada, pois apresenta uma maior espessura do que as outras raízes, assim como uma maior dimensão.

Os indivíduos presentes neste grupo possuem associações especiais com determinadas espécies de polinizadores, sendo que em alguns casos ocorreu uma coevolução entre a espécie vegetal e o seu polinizador (insectos, pássaros e morcegos). No entanto, em algumas espécies de eudicotiledóneas, o polinizador principal é o vento, sendo que essas espécies possuem pétalas e sépalas reduzidas, ao mesmo tempo possuem elevadas quantidades de pólen.

Estes indivíduos são considerados um grupo monofilético, isto é, após estudos filogenéticos (analises moleculares) considerou-se que todos os indivíduos descendem do mesmo antepassado. As eudicotiledóneas podem dividir-se em dois grupos diferentes: as eudicotiledóneas basais e as eudicotiledóneas superiores. As espécies basais são consideradas menos evoluídas, pois apresentam características mais primitivas do que as espécies consideradas superiores.

  • Eudicotiledóneas basais:

As espécies pertencentes a este grupo são consideradas menos evoluídas, pois apresentam caracteres mais primitivos. Este grupo é considerado parafilético, visto existirem diferentes ancestrais que deram origem às espécies reunidas neste grupo, no entanto, as relações entre os membros deste grupo e o resto das eudicotiledóneas ainda não estão bem estabelecidas.

Neste grupo encontram-se reunidas algumas espécies com caracteres mais primitivos como por exemplo, as pertencentes à ordem Ranunculales, à ordem Proteales, ou à ordem Buxales, entre outras.

Estes indivíduos são seres herbáceos ou podem apresentar um porte arbustivo (muito raramente), sendo o seu ciclo de vida anual. As folhas apresentam uma cutícula serosa, que torna as folhas impermeáveis, no entanto, essa camada de cera não se encontra presente em todas as espécies consideradas basais, não estando presente nas espécies nucleares.

  • Eudicotiledóneas superiores:

Este grupo de eudicotiledóneas é considerado monofilético pela existência de um ancestral comum. As espécies pertencentes a este grupo possuem um arranjo floral bastante mais específico do que o encontrado em outras espécies de plantas com flor. O arranjo floral consiste na presença de 5 pétalas e 5 sépalas distintas entre si, 5 a 10 estames separados em filas de 5 e ainda 3 a 5 carpelos.

Apesar de não ser uma condição obrigatória, os carpelos costuma encontrar-se fundidos entre si, formando um disco nectário no centro da estrutura, geralmente circundando o ovário. Estas flores são consideradas perfeitas, pois apresentam todos os componentes associados à constituição da flor (consideradas bissexuais), sendo que estes distribuem-se formando uma estrutura com simetria radial.

Neste grupo é possível encontrar plantas com elevado valor económico como é o caso do tabaco, das couves (o conjunto das varias espécies e variedades da família Brassicaceae), assim como inúmeras espécies de leguminosas.

O grupo das eudicotiledóneas foi organizado muito recentemente, por esse motivo, ainda existem famílias e ordens que não se encontram localizadas na posição mais correta quanto à sua origem filogenética. A associação deste grupo com o grupo das dicotiledóneas (classe Magnoliopsida) ainda se encontra muito presente na literatura, tornando a distinção dos conceitos confusa.

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References:

Angiosperm. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Julho 31, 2016, em https://www.britannica.com/plant/angiosperm/Eudicots

Aguiar, Carlos (2013). Botânica para Ciências Agrárias e do Ambiente. Volume III. Sistemática. Instituto Politécnico de Bragança. Versão de 13-­V‐2013. ISBN 978­‐972­‐745-125-8

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