Descrição da Família Aquifoliaceae
Aquifoliaceae | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Aquifoliales | Aquifoliaceae | – | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
cosmopolita | azevinho em perigo | zonas tropicais a temperadas | – | perenes |
Características Físicas |
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Anatómicas | porte arbóreo, arbustivo, com crescimento secundário; |
Tamanho | pequenas dimensões |
espécies endémicas em Portugal |
Aquifoliaceae corresponde a uma família de angiospérmicas, inserida na ordem Aquifoliales, que integra a classe Magnoliopsida. Esta família está relacionada com o clado eudicotiledónea basais, visto tratar-se de uma verdadeira dicotiledónea. A organização desta família a nível taxonómico ainda levanta algumas duvidas sendo possível encontra-la associada a diferentes ordem, consoante a técnica utilizada para a sua classificação.
A família Aquifoliaceae reúne em si dois géneros, que possuem cerca de 400 espécies diferentes. O único género vivo existente nesta família é o género Ilex, reconhecido pela espécie Ilex aquifolium, o azevinho. O outro género associado a esta família encontra-se extinto.
Em Portugal existem algumas espécies endémicas que pertencem a esta família, existindo também um estatuto de protecção que impede o abate e a recolha de espécimes (azevinho) que tenham surgido de forma espontânea em ambiente natural.
Principais características:
Os elementos desta família apresentam um porte arbustivo ou arbóreo, com presença de crescimento secundário no caule (lenhina), mas não são resinosas. As suas dimensões são geralmente pequenas, tratando-se de indivíduos perenes, podendo existir algumas espécies que perdem as suas folhas na época mais desfavorável.
As suas folhas possuem uma coloração verde-escura, normalmente coriáceas, com margem inteira, existindo algumas espécies que apresentam espinhos. Estas apresentam uma disposição alterna ou opostas, geralmente com distribuição em espiral. Os estomas estão concentrados na superfície abaxial das folhas.
Cada flor apresenta elementos de apenas um sexo, tornando estes indivíduos em seres dióicos. Os estames apresentam o mesmo número de pétalas e de sépalas, em números de 4 ou 6, o seu ovário é súpero com placentação axial e 4 carpelos fundidos. As pétalas encontram-se geralmente fundidas na base, no entanto, em alguns casos encontram-se livres.
As flores de pequenas dimensões podem apresentar uma cor esverdeada ou branca, passando muitas vezes desapercebidas devido ao seu diminuto tamanho, muitas vezes agrupadas em inflorescências, podendo surgir solitárias. Essas inflorescências são geralmente axilares, racemosas ou cimosas.
A polinização ocorre com o auxílio de insectos polinizadores, maioritariamente por abelhas. Uma das formas de facilitar a reprodução destes indivíduos, em cativeiro, é plantar as fêmeas e os machos próximos uns dos outros.
O seu fruto é uma drupa carnuda e indeiscente, com coloração avermelhada, amarela, laranja ou preta, quando madura. Este fruto são normalmente consumidos por animais selvagens como por exemplo alguns pássaros. As suas sementes são normalmente rígidas, dispersadas pelos animais que consomem os frutos destas plantas. Alguns desses frutos podem ser tóxicos quando consumidos, ou produzir reacções adversas nos seus consumidores.
Distribuição e utilizações:
Esta família é cosmopolita, sendo encontrada pelo menos um exemplar em quase todos os continentes, mas são mais comuns nas zonas tropicais, preferencialmente em regiões montanhosas, apesar de poderem existir no litoral. Não necessita de condições especiais para se desenvolver,no entanto, esta família apresenta uma elevada tolerância a solos ácidos.
As espécies desta família, em particular do género Ilex, podem ser utilizadas como ornamentais, devido às suas folhas verdes brilhantes e aos seus frutos vermelhos, sendo comum, em certas regiões da Europa, utilizar os seus ramos como enfeites de Natal. O seu interesse como ornamental levou a uma produção em larga escala de determinadas espécies, que são vendidas em horticultores, sendo possível cultivar algumas delas como bonsais.
Na América, os índios utilizavam os frutos e as folhas de algumas espécies para a produção de medicamentos, pois tem propriedades antissépticas e diuréticas, assim como para a realização de cerimónias religiosas, visto provocarem reacções como vómitos, suores e agitação. As folhas de algumas espécies de Ilex possuem cafeína, podendo ser utilizadas na produção de chás, servindo como substitutos do café em algumas regiões da América do Sul.
Todas as partes destas espécies possuem algum interesse económico. A madeira de algumas dessas espécies possui também um elevado valor de mercado, particularmente para acabamentos interiores ou de mobiliário.
References:
Aquifoliaceae. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Agosto 31, 2016 em https://www.britannica.com/plant/Aquifoliaceae
‘Watson, L., and Dallwitz, M.J. 1992 onwards. The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Agosto 31, 2016 em http://delta-intkey.com/angio/www/aquifoli.htm
Groppo, M. (2009). Neotropical Aquifoliaceae. In: Milliken, W., Klitgård, B. & Baracat, A. (2009 onwards), Neotropikey – Interactive key and information resources for flowering plants of the Neotropics. Consultado em: Agosto 31, 2016 em http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Aquifoliaceae.htm.