Cinfães é um município português localizado no distrito de Viseu, na região norte. É um município com 20 427 habitantes, de acordo com os censos de 2011, estando dividido em 14 freguesias em 239,29 km². Cinfães é limitado a norte por Marco de Canaveses e Baião, a leste por Resende, a sul por Castro Daire e Arouca e a oeste por Castelo de Paiva.
As 14 freguesias do concelho de Cinfães são: Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires, Cinfães, Espadanedo, Ferreiros de Tendais, Fornelos, Moimenta, Nespereira, Oliveira do Douro, Santiago de Piães, São Cristóvão de Nogueira, Souselo, Tarouquela, Tendais e Travanca.
História
Com raízes na pré-história, existem evidências da existência de população em Cinfães desde o período pré-celta do Paleolítico, da época da pedra lascada, com povos nómadas de origem africana, como os capsenses e berberes, que se espalharam pela Península Ibérica e deixaram importantes vestígios no município. Nos séculox IX e VIII a.C. ocorre a primeira ocupação celta e daí resultam os lusitanos da idade do ferro, que se deslocam para as montanhas com o objetivo de se fixarem numa posição estratégica de proteção face às invasões. É nestas encostas que ainda hoje se encontram vários castros de origem megalítica.
No século VI a.C. chegam os hispânicos que retiram as vantagens comerciais do rio Douro, tendo perdido o seu território para os romanos. Nesta época surgiram os primeiros povoados em forma de vilas e cidades interligados por pontes e estradas, muitas das quais ainda visíveis nos dias de hoje. Em 409 d.C. surgem os suevos, alanos e vândalos e em 456 iniciam-se as guerras com os visigodos. Também de 711 existem alguns vestígios árabes.
O ponto alto da história de Cinfães reporta-se ao século X, tendo como elemento mais importante Santiago de Piães. Nesta povoação medieval D. Afonso Henriques viveu parte da sua juventude e ali recebeu educação do seu aio Egas Moniz. Como consequência, Afonso Henriques deixou parte dos seus bens à Herdade Real de Tarouquela, na freguesia de Cinfães.
O foral foi entregue por D. Manuel I a 1 de maio de 1513. Mais tarde, a 24 de outubro de 1855, foi criada a comarca de Cinfães, com as freguesias do seu concelho e as de Sanfins da Beira, então extinto.
Património edificado e natural
Para conhecer a história, o património e as paisagens de Cinfães, vale a pena visitar o Museu Serpa Pinto.
Um dos principais marcos identitários do concelho de Cinfães é o seu património religioso, destacando-se a Igreja de Tarouquela, de estilo românico, a Igreja de Nossa Senhora da Natividade em Escamarão, na freguesia de Souselo, a Igreja Matriz de Alhões, a Igreja Matriz de Bustelo, a Igreja Matriz de Ramires e a Igreja de São Cristóvão de Nogueira.
De tempos antigos restam vestígios importantes como a Ponte de Covelas, a Ponte de Soutelo, o Parque Megalítico de S. Pedro, o Castro das Coroas e a Muralha das Portas do Montemuro.
Por fim, se está de passagem por Cinfães, não deixe de apreciar o rico património natural deste concelho. Os vários rios que por aqui passam – Bestança, Douro, Cabrum, Paiva, Sampaio e Ardena – permitem observar paisagens aquáticas únicas e oferecem locais para desfrutar. Ainda na riqueza natural, no concelho existem três parques importantes: Parque de Sampaio e Mourilhe, Parque do Ladário e Parque Nossa Senhora de Lurdes.
Gastronomia
A gastronomia cinfanense é marcada essencialmente por três pratos: arroz de Aba, bolos de manteiga e posta arouquesa. O arroz de Aba é um arroz composto por várias carnes e enchidos locais, os bolos de manteiga, também conhecidos por matulos, consistem numa massa de pão fofo coberta de calda de açúcar, e a posta arouquesa aproveita da melhor forma a carne arouquesa típica da região.
Geminações
Com o objetivo de aproximar os povos e criar laços históricos e culturais de amizade, o município celebrou o seguinte Protocolo de Geminação:
- São Filipe (Ilha do Fogo), Cabo Verde – celebrado a 17 de novembro de 2008
Brasão da cidade
O brasão de Cinfães é composto por escudo de prata com um cacho de uvas de púrpura folhado e sustido de verde, acompanhada lateralmente por dois ramos de oliveira de verde frutada de negro, atado em ponta de vermelho e em chefe um leopardo de azul com uma estrela de ouro de cinco pontas na testa. A coroa mural de prata com quatro torres e o listel é branco com os dizeres VILA DE CINFÃES a negro.