Ébola – descrição da condição médica
Ébola é uma doença vírica (género ebolavirus) muito rara, com consequências graves para a saúde, podendo levar à morte do portador. Esta doença é altamente contagiosa, sendo transmitida por contacto com quais quer fluidos corporais de um indivíduo infetado (humano ou animal) ou pelo contacto com espaços contaminados.
Uma das principais consequências do vírus é o desenvolvimento de uma febre hemorrágica. Este vírus tem um período de incubação que varia entre 2 a 20 dias, consoante a gravidade da infeção, a transmissão por via sexual pode ocorrer até 7 semanas após a recuperação do doente.
Não existem evidencias da contaminação por via aérea, sendo geralmente associada à transmissão por contacto com o morcego-da-fruta e o macaco, pois estes propagam o vírus sem serem afetados. O ébola surge geralmente em regiões tropicais, em particular na África Subsariana, o que não significa que não possa aparecer noutros locais do globo.
História
O vírus do Ébola foi descoberto na década de 70 do século XX. Um médico que se encontrava no Congo enfrentava uma doença desconhecida que tinha infetado uma freira. Este decidiu retirar sangue da pessoa infetada e envia-lo para analise na Bélgica, numa tentativa de determinar se era febre amarela.
O investigador Peter Piot foi um dos investigadores a descobrir e nomear este vírus, cuja forma é longa. O seu nome deveu-se à localização onde foi encontrado pela primeira vez, isto é, perto do rio Ébola, no Congo. Inicialmente não se sabia a gravidade da doença, sendo que os profissionais não tomavam os cuidados necessários para a sua proteção.
O primeiro surto deveu-se ao uso de agulhas não esterilizadas pelas freiras que cuidavam dos doentes no Hospital de Yumbuko. Estes surtos são geralmente curtos e localizados devido à forma de disseminação, no entanto, devido à mobilidade do ser humano, estes surtos começam a ser menos localizados e em países maiores.
Sintomas
O diagnóstico pode ser feito através de analises clínicas, ensaios clínicos e epistemológicos. Esta doença é transmitido por um vírus ataca as células dos gânglios linfáticos, dos pulmões, fígado e baço, podendo também atacar as células dos vasos sanguíneos.
Os sintomas iniciais surgem de forma rápida e inesperada, assemelhando-se a uma gripe, pois o doente apresenta um quadro de fadiga, febre e dores musculares e nas articulações. Os seus sintomas são tão gerais que levam a um difícil diagnostico inicial, sendo fácil confundi-la com outras doenças mais benignas.
Entre os sintomas mais comuns encontra-se uma febre alta que surge de repente, acompanhada por mal-estar, dores de cabeça, musculares, peitorais, abdominais e de garganta. Outros dos sintomas são manchas cutâneas, náuseas ou vómitos, assim como diarreia e hemorragias.
As hemorragias podem surgir através de olhos vermelhos, a presença de sangue no vomito ou mas fezes, a pele e as mucosas podem também apresentar sangue, no entanto, as hemorragias intensas não surgem frequentemente, mas a sua evolução pode indicar a elevada probabilidade de morte do paciente.
Consequências
A principal consequência desta doença é a morte, que pode ocorrer entre 6 a 16 dias após a contaminação, muitas vezes devido à diminuição da pressão arterial. A morte nem sempre ocorre, podendo ser tomadas medidas para manter a integridade dos sistemas que são geralmente atacados.
Uma consequência muito comum, por vezes responsável pela morte do doente, é a hemorragia intensa, razão pela qual esta doença é muitas vezes designada por Febre Hemorrágica. Após a cura da doença, os sobreviventes homens podem transmiti-la através do seu sémen, tornando-os infeciosos mesmo após a passagem dos sintomas e a aparente recuperação do doente.
A sua ocorrência é geralmente em forma de surtos da doença, pois inicialmente pode ser confundida com outras doenças, como por exemplo, a Malária e a Cólera. O principal grupo de risco são os profissionais de saúde, pois encontram-se frequentemente em contacto com os doentes e o vírus.
Tratamento/prevenção
A doença provocada pelo vírus Ébola não tem tratamento tendo uma taxa de mortalidade que pode variar entre os 25 e os 90%, no entanto, a manutenção do estado do corpo através de transfusões de sangue, ventilação pulmonar e suporte renal podem auxiliar na recuperação do doente.
Apesar da falta de tratamento existem alguns comportamentos que podem ser tomados para prevenir a infeção. Algumas das recomendações consistem em lavar sempre as mãos, evitar o contacto com animais selvagens como morcegos ou macacos, cozinhar bem os alimentos, não entrar em contacto com pessoas infetadas e seguir as instruções das autoridades de saúde, entre outras recomendações.
Em caso de morte, o corpo deve ser cremado ou enterrado o mais rápido possível, sendo de evitar o contacto com outros seres humanos, pois mesmo após a morte o corpo continua contagioso. Se viajar para sítios propensos a infeção, ao regressar ao país de origem deve ser feita uma vigília de 21 dias na tentativa de identificar sintomas de contaminação.
References:
Bourbon, Maria João (2014). A incrível história da descoberta do ébola. Expresso online. Consultado em: Março 31, 2019, em https://expresso.pt/sociedade/a-incrivel-historia-da-descoberta-do-ebola=f892965#gs.2hu608
Ébola. Direção Geral de Saúde. República Portuguesa Consultado em: Março 31, 2019, em http://www.ebola.dgs.pt/
Kadanali, A., & Karagoz, G. (2015). An overview of Ebola virus disease. Northern clinics of Istanbul, 2(1), 81-86. Consultado em: Março 31, 2019, em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5175058/
https://cmr.asm.org/content/29/4/773
Lorente, JA; Blanch, L; Esteban, A (2015). El virus del Ébola: comprendiendo el brote de 2014. Arch Bronconeumol. Consultado em: Março 31, 2019, em https://www.archbronconeumol.org/en-ebola-virus-understanding-2014-outbreak-articulo-S1579212915000038