Desenvolvimento infantil

O desenvolvimento infantil diz respeito à evolução humana desde o nascimento à adolescência em diferentes aspetos, tais como o cognitivo ou o físico.

Desenvolvimento infantil

 O desenvolvimento infantil diz respeito à evolução da criança desde que nasce até à adolescência em diferentes aspetos, tais como o cognitivo ou o físico.

Segundo os estudos de Hansen, Macarini, Martins, Wanderling e Vieira (2007) ao desenvolvimento infantil está inerente a atividade lúdica do brincar, em diversas culturas e na vida da maioria das crianças.

No entanto, existem situações em que os adultos não se apercebem da importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil saudável, pelo que acabam por priorizar as competências cognitivas em detrimento das atividades lúdicas que se associam a esse estágio de desenvolvimento e influenciam, largamente, o desenvolvimento das crianças (Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007).

Maia e Williams (2005) entendem assim que, quando os adultos negligenciam determinado fatores de desenvolvimento, esta falta de atenção e de cuidado às necessidades das crianças acaba por afetar, largamente, o desenvolvimento infantil em vários aspetos como a cognição, a produção da linguagem, o rendimento escolar, o desenvolvimento social e emocional, entre outros. No caso de crianças vítimas de maus tratos, apresentam-se, em muitos casos, défices nas competências afetivas e, de modo geral, no comportamento (Maia, & Williams, 2005).

O que acontece, nestes casos é que as crianças sofrem dificuldades no que diz respeito às capacidades em desenvolver relacionamentos de afeto (Maia, & Williams, 2005).

Além deste tipo de obstáculos, alguns autores mencionam ainda fatores de risco, na ordem da violência e da necessidade de proteção e resiliência, que acabam, também, por colocar em risco o desenvolvimento infantil (Maia, & Williams, 2005).

No caso específico da grande importância atribuída ao brincar, cada vez mais se privilegia as brinquedotecas no sentido de estimular as capacidades de desenvolvimento infantil (Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007).

Além disso, para estes autores, quando pretendemos compreender o desenvolvimento infantil, não podemos observar as crianças apenas de forma individualista, mas sim, compreender o processo histórico e evolutivo inerente às suas raízes que nos permitem compreender aquilo que passou de geração em geração (Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007).

Maia e Williams (2005) indicam, nos seus estudos, em relação à história de vida das crianças, que existem alguns fatores de risco que podem comprometer o desenvolvimento saudável das mesmas, não só em termos de saúde mas também em termos de desempenho social.

A esse respeito Keller (s.d., cit in Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007) entende que o desenvolvimento infantil, não deve ser analisado apenas do ponto de vista meramente biológico, mas sim, também a questões de ordem ambiental, uma vez que o indivíduo, de acordo com as suas pesquisas, é o produto da interação entre o organismo e o meio.

No que concerne ao desenvolvimento infantil individual, algumas teorias privilegiam aspetos associados tanto às características específicas da espécie como por exemplo as motivações históricas e culturais, como às características físicas e ambientais como a mortalidade infantil, abuso, negligência, maus tratos, desnutrição, cuidados parentais, educação, etc (Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007).

A par disso, existem também fatores biológicos como características da criança que, associados às variáveis ambientais, determinam, muitas vezes, a existência ou não de perturbações ou atrasos ao nível do desenvolvimento infantil, especialmente quando comparada com outra criança que não é portadora de qualquer condição biológica diferente (Maia, & Williams, 2005).

Quando a criança se encontra sujeita a este tipo de risco face ao ambiente onde se insere, pode desenvolver situações de stresse que, por sua vez, acaba por se traduzir em grandes quantidades de tensão acumulada e que prejudicam a capacidade de resposta aos obstáculos causados por perturbações mentais e problemas físicos (Maia, & Williams, 2005).

“… nenhum outro fator de risco tem uma associação mais forte com a psicopatologia do desenvolvimento do que a criança maltratada, ou seja, o abuso e a negligencia causam efeitos profundamente negativos no curso de vida da criança.”

(Maia, & Williams, 2005).

De referir que nem todos os comportamentos associados ao desenvolvimento infantil, se perpetuam pela vida toda do indivíduo, uma vez que se constata a extinção de alguns deles com o avançar da idade, como por exemplo, o ato de brincar, que modifica e acaba por se extinguir com o desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo da criança (Hansen, Macarini, Martins, Wanderling, & Vieira, 2007).

Conclusão

Parece evidente que o desenvolvimento infantil está direta e significativamente associado às questões físicas, biológicas, ambientais, sociais e culturais em que a criança se insere. No que concerne às práticas parentais, uma das variáveis mais comprometedoras daquilo que será o desenvolvimento mais ou menos saudável da criança, é importante que os adultos compreendam a importância do brincar, tanto quanto a importância da estimulação cognitiva, bem como o assegurar das respostas a todas as necessidades básicas tais como proteção, afeto, alimentação, segurança, etc.

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References:

  • Hansen, Janete, Macarini, Samira, M., Martins, Gabriela D.F., Wanderling, Fernanda, H., & Vieira, Mauro, L. (2007). O brincar e as suas implicações para o desenvolvimento infantil a partir da Psicologia Evolucionista. Journal of Human Growth and Develompent, 17(2), 133-143. Recuperado em 24 de novembro de 2016 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822007000200015;
  • Maia, Joviane Marcondelli Dias, & Williams, Lucia Cavalcanti de Albuquerque. (2005). Fatores de risco e fatores de proteção ao desenvolvimento infantil: uma revisão da área. Temas em Psicologia, 13(2), 91-103. Recuperado em 24 de novembro de 2016 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2005000200002.
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