Répteis em vias de extinção em Portugal (Lista dos xx mais ameaçados)

Os repteis em vias de extinção são difíceis de encontrar, pois ao longo dos anos foram desenvolvidos muito poucos trabalhos sobre a sua distribuição…

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Lista dos XX répteis em vias de extinção em Portugal

Répteis em vias de extinção em Portugal correspondem a um grupo de organismos pertencentes a diversas famílias com um grupo de características que os torna semelhantes entre si, em particular o tipo de habitat que procurar para crescer, alimentarem-se e reproduzirem-se.

Ao contrario da maioria dos países da Europa, Portugal possui características particulares que o tornaram e ainda tornam num refugio para inúmeras espécies, tanto na porção continental do país como nos seus arquipélagos, que podem apresentar características de clima tropical como ocorre no arquipélago da Madeira.

Por diversos fatores, entre eles a aversão que um grande grupo de indivíduos possui contra os répteis, estes não são estudados na mesma proporção que outras espécies, ao mesmo tempo não existe uma grande preocupação com o seu habitat fazendo com que este desapareça mais rapidamente que outros tipos de habitat. Estes fatores contribuem por um lado para a ameaça a estas espécies e por outro lado à falta de informação que existe sobre a sua presença no território português.

Lista dos XX répteis mais ameaçados

Caretta caretta (Linnaeus, 1758) – Tartaruga-comum

Em perigo nas ilhas dos Açores e da Madeira. As ameaças a estas espécies prendem-se particularmente com as praias de nidificação, algo que não é relevante na situação portuguesa. A diminuição do seu número no território português encontra-se ligado à poluição marinha e à captura acidental.

Emys orbicularis (Linnaeus, 1758) – Cágado-de-carapaça-estriada

Em perigo em todo o país principalmente devido à fragmentação do território que ocupa, da diminuição da qualidade e quantidade de habitats.

Chamaeleo chamaeleon (Linnaeus,1758) – Camaleão

Em perigo, encontrando-se apenas no sul do país. Os seus habitats encontram-se amplamente fragmentados e muitos foram destruídos para a produção agrícola impedindo a ocupação desses territórios pelos Camaleões.

Vipera seoanei (Lataste, 1879) – Víbora de Seoane

Em perigo, esta encontra-se particularmente no norte de Portugal, o seu habitat encontra-se fragmentado e a sua ocorrência continua a diminuir, pois os habitats existentes são de má qualidade.

Macroprotodon cucullatus (Geoffroy de St-Hilaire, 1827) – Cobra-de-capuz

Vulnerável, devido à destruição do seu habitat. Este réptil (ofídeo) encontra-se distribuído por todo o país, mas os seus números são relativamente baixos. As várias populações encontram-se isoladas entre si.

Coronella austriaca (Laurenti, 1768) – Cobra-lisa-europeia

Vulnerável em todo o país, o seu habitat encontra-se fragmentado e as suas populações estão a tornar-se reduzidas. Os fogos, construção de infraestruturas, atropelamentos e perseguições são as principais causas para o seu desaparecimento.

Tarentola bischoffi (Joger, 1984) – Osga-das-Selvagens

Endémica do arquipélago da Madeira, das ilhas selvagens. Encontra-se vulnerável nesse arquipélago, pois a sua ocorrência é escassa, podendo nos próximos anos tornar-se extinta.

Vipera latastei (Boscá, 1878) – Víbora-cornuda

Vulnerável em todo o país, sendo que o habitat deste réptil está em constante fragmentação e pede qualidade devido à utilização dada ao solo, o número de presas também tem diminuído. A pressão humana tem levado ao surgimento de populações com pequeno número de indivíduos.

Hemidactylus turcicus (Linnaeus, 1758) – Osga-turca

Vulnerável em todo o país, com distribuição restrita ao sul de Portugal. Os comportamentos destes indivíduos não são muito conhecidos, pois foram pouco estudados, no entanto, os investigadores acreditam que tem ocorrido um declínio nas suas populações.

Lacerta monticola (Boulenger, 1905) – Lagartixa-da-montanha

Vulnerável em todo o país, endémica da Península Ibérica. Estes répteis apresentam um continuo decréscimo em número, assim como no número de habitats, tanto na área de ocupação como na sua qualidade. Os investigadores acreditam que esta espécie pode chegar à extinção em apenas 50 anos.

Lepidochelys kempii (Garman, 1880) – Tartaruga-de-kemp

Vulnerável no arquipélago dos Açores. Espécie de tartaruga muito pequena e extremamente rara em Portugal, geralmente chegam à Europa devido às correntes do Golfo, sendo apenas visitantes ocasionais, no entanto, a poluição na costa portuguesa pode prejudicar a sua longevidade. Ao mesmo tempo, o baixo número de ocorrências pode dever-se à confusão com outras espécies.

Dermochelys coriacea (Vandelli, 1761) – Tartaruga-de-couro

Vulnerável em Portugal continental. Inicialmente vista como uma espécie muito rara devido aos poucos avistamentos nas água portuguesas, assim como ao tipo de pesca praticado. No entanto, o seu avistamento tem vindo a aumentar devido às novas praticas de pesca implementadas.

Podarcis carbonelli (Pérez-Mellado, 1981)- Lagartixa de Carbonell

Vulnerável, endémica da Península Ibérica. Este réptil tal como tantos outros tem visto a sua área de ocupação fortemente fragmentada, assim como a elevada degradação do seu ecossistema devido a causas climáticas, como o aquecimento global. Não há muitos conhecimentos sobre o efetivo populacional.

Natrix maura (Linnaeus, 1758) – Cobra-de-água-viperina

Vulnerável, apesar da sua distribuição ser continua ao longo de todo o país. No entanto, a destruição de diversos dos seus habitats preferências (meios aquáticos como pequenos lagos ou ribeiros) através da poluição tem levado a uma redução populacional desta espécie.

Natrix natrix (Linnaeus, 1758) – Cobra-de-água-de-colar

Vulnerável, sendo que a sua distribuição centra-se mais no norte ou no sul do país. Tal como outras cobras-de-água, esta espécie encontra-se a diminuir o seu efetivo populacional, pois os locais que utiliza como habitat estão poluídos ou desapareceram devido ao aquecimento global.

Blanus cinereus (Vandelli, 1797) – Cobra-cega

Vulnerável devido às praticas agrícolas, no entanto, encontra-se atualmente em expansão em Portugal. Este réptil encontra-se maioritariamente na Península Ibérica, sendo afetada pela presença humana, no entanto, o número de observações desta espécie tem vindo a aumentar, podendo a sua ausência em determinados locais dever-se a migrações para outros mais apelativos.

Chalcides striatus (Cuvier, 1829) – Fura-pastos-ibérico

Quase ameaçada, pois apresenta um baixo número de observações, apesar de estar presente em quase todo o Portugal continental. O seu baixo número pode dever-se ao baixo número de trabalhos feitos com répteis, ou devido a alterações climáticas e geológicas que possam ter ocorrido.

Anguis fragilis (Linnaeus,1758) – Licranço

Quase ameaçada devido às novas praticas introduzidas na agricultura, como por exemplo o uso de maquinas que corte que destrói os seus habitats, podendo mesmo matar estes indivíduos. O grande número de observações destes seres são muitas vezes erros de identificação.

Acanthodactylus erythrurus (Schinz, 1833) – Lagartixa-de-dedos-denteados

Não existe informação suficiente (quase ameaçada), pois com já foi dito atrás são poucos os trabalhos de investigação sobre as populações de répteis presentes em Portugal. A localização principal dos seus habitats leva os investigadores a acreditar que algumas populações locais possam extinguir-se em breve.

Psammodromus hispanicus (Fitzinger, 1826) – Lagartixa-do-mato-ibérica

Não existe informação sobre a distribuição destes indivíduos (quase ameaçada), no entanto, alguns dos estudos feitos em populações desta espécie demonstram uma baixa densidade populacional. O seu habitat encontra-se altamente ameaçado, o que presentemente põe em risco a sobrevivências destes répteis.

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References:

Brito, José Carlos Conservação dos répteis no Noroeste de Portugal. Naturlink. naturlink.pt Consultado em: Novembro 30, 2018, em http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=23&cid=8324&bl=1&viewall=true

Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Répteis. ICNF. Instituto da Conservação da natureza e das Florestas. Consultado em: Novembro 30, 2018, em http://www2.icnf.pt/portal/pn/biodiversidade/patrinatur/lvv/lista-repteis

Loureiro, A. Ferrand de Almeida, N. Carretero, M. A. e Paulo, O. S. (eds.) (2008) Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. 1ª edição, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Lisboa, 257 pp

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