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O estudo da Distribuição da População insere-se no ramo da demografia e podemos afirmar a existência de dois tipos de distribuição nos territórios (os grandes vazios humanos e as grandes concentrações humanas). A distribuição da população é influenciada por fatores físicos (clima, relevo, vegetação, solo, rede hidrográfica) e fatores humanos (económicos, sociais, históricos, culturais).
Os grandes vazios humanos localizam-se nas regiões montanhosas, nos desertos quentes, nas florestas das regiões equatoriais e nas regiões polares.
A população mundial habita na sua quase totalidade (90%) abaixo dos 400 metros de altitude, sendo as regiões montanhosas repulsivas para a fixação do Homem, sendo que, as causas são a temperatura (verifica-se um decréscimo da temperatura); com ao aumento da altitude regista-se uma rarefação do ar, facto que dificulta a respiração e com a diminuição da pressão com a altitude a presença humana torna-se problemática devido ao aumento do ritmo cardíaco para satisfazer as necessidades de oxigénio (existem algumas populações que estão adaptadas fisicamente a estas condições, como é o caso dos tibetanos e de alguns povos andinos); existência de solos pobres e/ou rocha nua (impossibilitam o desenvolvimento de vegetação e a prática de atividade agrícola); declive do terreno (as vertentes montanhosas favorecem a erosão e permitem a escorrência de águas tornando os solos secos e dificultam não só a prática de agricultura e da pecuária, mas também a instalação de habitações e a construção de vias de acesso).
Os desertos quentes apresentam precipitação reduzida (torna totalmente impossível a prática da atividade agrícola), amplitudes térmicas diurnas excessivas (as temperaturas podem atingir durante o dia os 50º C e a baixarem para valores negativos à noite), pobreza dos solos constituídos apenas por areias e/ou rocha nua e os únicos espaços com vida nestas regiões são os Oásis, onde a existência de água e vegetação possibilita a fixação das populações que evidentemente os aproveitam para a prática da agricultura, beneficiando de solos de qualidade, com produtividade muito aceitável à escala regional.
As grandes florestas equatoriais existentes na América, Ásia e África constituem igualmente áreas repulsivas à fixação da humanidade. Para este efeito contribuem aspetos como a impossibilidade da prática da agricultura devido às condições climáticas adversas, elevadas temperaturas, excesso de água e solos pobres (a ocorrência de abundante precipitação durante todo ao ano provoca o desenvolvimento extraordinário da vegetação, que dificulta a penetração solar indispensável ao desenvolvimento das espécies agrícolas).
As condições das florestas equatoriais favorecem a vida de répteis, insetos e aves que condicionam a penetração de animais de maior porte, incluindo o Homem. No entanto, permanecem nestes locais alguns povos indígenas, adaptados fisiologicamente a estas condições. Atualmente assiste-se à destruição destas florestas para a construção de grandes estradas e à exploração das enormes riquezas minerais que estas regiões possuem: madeiras, minérios e outras.
As regiões polares são áreas repulsivas devido essencialmente, às baixas temperaturas verificadas. Estas condições térmicas impossibilitam qualquer desenvolvimento de vegetação, facto agravado pelas precipitações quase inexistentes. Também a ocorrência de ventos fortes e frios acentua o carácter inóspito destes espaços, que são quase inabitados, exceção feita a algumas populações como os esquimós e os lapões, historicamente adaptados a estas condições.
Relativamente as grandes concentrações humanas, podemos afirmar que é no Hemisfério Norte que vivem 90% dos habitantes da terra e destes, quase metade concentra-se entre os paralelos 20ºe 40º.
As grandes concentrações acontecem normalmente em territórios de baixa altitude, com climas temperados, posição litoral (a proximidade ao mar foi sempre um fator de localização privilegiada e gerador da fixação de populações; as razões para esta atracão são, por um lado, o clima mais ameno e as potencialidades que o mar oferece, nomeadamente da pesca e recolha de sal), fertilidade dos solos e a riqueza dos subsolos.
Os fenómenos da história do Homem também são importantes, nomeadamente, a industrialização (é responsável pela urbanização, isto é, o aumento das áreas urbanas, sendo determinante para algumas das grandes concentrações humanas), a terciarização (com o desenvolvimento económico dos países industrializados e com o aumento do sector dos serviços, estes terão contribuído para a manutenção do emprego urbano), as vias de comunicação e os recursos do subsolo (como os minerais, e recursos energéticos exercem sempre grande atracão sobre o homem, pois a sua exploração cria empregos).
References:
Referências Bibliográficas:
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Damiani, A. (1998) População e Geografia, São Paulo: Contexto.
- Medeiros, C.A. (coord.) (2005), Geografia de Portugal. Vol II (Sociedade, Paisagens e Cidades), Vol. III (Actividades Económicas), Círculo de Leitores, Lisboa.
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Singer, P. (1988). Dinâmica populacional e desenvolvimento, 4.ed, São Paulo: HUCITEC.