Emys orbicularis (Cágado-de-carapaça-estriada) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Reptilia | Testudines | Emydidae | Emys | E. orbicularis |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Longevidade | Predação |
Europa Central e do SulNorte de ÁfricaÁsia Ocidental | Quase ameaçado | Água doce ou salobra; charcos temporários; albufeiras; rios e ribeiros | Omnívoro | 40-60 anos | Javalis; saca-rabos; ratazanas; aves de rapina diurnas; corvídeos e garças |
Características Físicas |
|
Anatómicas | Carapaça ligeiramente abobada e de cor acastanhada com manchas e riscas amarelas |
Dimorfismo Sexual | Nas fêmeas o plastrão é ligeiramente convexo e nos machos é um pouco côncavo; as fêmeas possuem uma distancia menor entre a cloaca e o inicio da cauda |
Tamanho | 20 cm (máx.) |
Peso | 500 g (máx.) |
Sistemática e distribuição geográfica
O cágado-de-carapaça-estriada tem como distribuição mundial o Centro e Sul da Europa, Norte de África e Ásia Ocidental.
Em Portugal, é uma espécie autóctone, e a sua distribuição é fragmentada, no entanto, sendo mais comum no Sul do país. No Sul, a espécie ocorre sobretudo na Bacia do Guadiana, na região costeira do Algarve e nas costas Sudoeste Alentejano e Vicentina. É na faixa costeira do Sudoeste Alentejano, nos charcos temporários, que se encontram populações de elevada abundância. A Norte e Centro do país encontra-se sobretudo populações pequenas e isoladas no Paul da Tornada, Lagoas do Prado e em Figueira de Castelo Rodrigo.
Estatuto de conservação
O cágado-de-carapaça-estriada é uma espécie rara e em declínio na maioria das regiões onde ocorre, sendo o seu principal fator de ameaça a destruição dos seus habitats para fins agrícolas ou urbanísticos. No entanto, a captura para fins comerciais, a poluição, a pesca desportiva e a competição com espécies exóticas (nomeadamente com a Tartaruga-verde) também são fatores importantes para o declínio desta espécie.
É urgente tomar medidas de conservação para que esta espécie não desapareça, isto é, controlar a poluição, proibir a sua aquisição como animal de estimação, evitar a introdução de espécies exóticas (que competem pelos mesmos recursos) e promover a educação ambiental junto das populações no sentido de proteger os seus habitats.
Em Portugal, de acordo com a lista vermelha da IUCN, esta espécie está classificada com o estatuto de “Em Perigo”. Por esta razão, está protegido por lei (Anexo II da Convenção de Berna), sendo proibida a sua captura, abate ou utilização como animal de estimação, bem como a destruição do seu habitat.
Morfologia
É uma tartaruga de água doce que apresenta uma carapaça ligeiramente abobada e de cor acastanhada com manchas e riscas amarelas. A parte ventral da carapaça (plastrão), a cabeça, as patas e a cauda também apresentam cor acastanhada com manchas amarelas. Pesam até cerca de 500 g e podem atingir no máximo os 20 cm de comprimento da carapaça.
Nesta espécie o dimorfismo sexual é pouco evidente. No entanto, nas fêmeas o plastrão é ligeiramente convexo, enquanto que nos machos é um pouco côncavo. Alem disso, as fêmeas possuem uma distância menor entre a cloaca e o inicio da cauda do que os machos.
Alimentação
Alimenta-se sobretudo de invertebrados aquáticos, pequenos peixes, anfíbios, bem como vegetação aquática em menor quantidade. Também faz parte da sua dieta insetos terrestres e pequenas crias de aves.
Reprodução
A cópula inicia-se após o Inverno, entre Abril e Junho, podendo iniciar-se em Março nas zonas mais quentes. A fêmea escava um buraco onde coloca as posturas, que em média tem 6 ovos (podendo variar entre 3 e 18 ovos), e tapa-os de seguida. É apenas feita uma postura por ano e o tempo de incubação pode variar entre 80 e 100 dias (no entanto, a emergência só acontece na Primavera seguinte).
A maturidade sexual nos machos é atingida entre os 6 e 10 anos de idade (120 mm de comprimento) e nas fêmeas entre os 12 a 16 anos de idade (130 mm de comprimento).
Pensa-se que esta espécie pode viver entre 40 e 60 anos em estado selvagem e cerca de 100 anos em cativeiro.
Habitat e utilização de espaço
O cágado-de-carapaça-estriada está presente tem como principal habitat as zonas de água doce ou salobras, charcos temporários, albufeiras, rios e ribeiros. Preferem locais com muita vegetação aquática e pouco poluídos e raramente são encontrados em altitudes elevadas (acima dos 1000 m) e em algumas zonas o seu habitat é partilhado com o cágado-comum.
A sua atividade é diurna, ativa durante a maior parte do ano, exceto nas zonas mais quentes e mais frias que pode estivar e hibernar, respetivamente.
As suas principais ameaças são os javalis, saca-rabos, ratazanas, aves de rapina diurnas, corvídeos e garças.
References:
- Loureiro, A. et al. (2010) Atlas dos anfíbios e répteis de Portugal. Esfera do Caos. Lisboa.