Descrição Família Solanaceae
Solanaceae é a designação atribuída a uma família de angiospérmicas, isto é, plantas com flor. Esta família encontra-se na ordem Solanales, que pertence à classe Magnoliopsida (anteriormente Dicotyledonae), correspondendo ao clado eudicotiledónea.
Esta família é composta por cerca de 1o0 géneros que reúnem aproximadamente 2700 espécies.
Algumas das espécies mais conhecidas associadas a esta família são o tomateiro (Solanum lycopersicum), a batateira (Solanum tuberosum) e o tabaco (Nicotiana tabacum).
Apesar de possuírem características que os distinguem dos membros de outras famílias, estes indivíduos admitem uma grande diversidade morfológica e ecológica tornando difícil a identificação dos seus membros.
Solanaceae | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Solanales | Solanaceae | – | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
cosmopolita | não estudado | preferem climas tropicais e temperados | nenhuma especifica | anuais ou perenes |
Características Físicas |
|
Anatómicas | possuem porte herbáceo, arbustivo ou são trepadeiras |
Tamanho | pequenas dimensões, varia consoante a espécie |
elevado valor económico |
Principais características:
Os membros desta família podem apresentar um porte arbustivo, herbáceo, assim como trepadeiras, no entanto, não é comum encontrar indivíduos com porte arbóreo, nem lianas, apesar de ser possível encontrar alguns exemplares. Os indivíduos pertencentes a esta família podem ser anuais ou perenes consoante a espécie.
As folhas são simples, com margens inteiras, por vezes serradas ou recortadas, possuindo uma disposição alterna. Estas estruturas podem ser sésseis, ou apresentar pecíolo que as une ao caule. Estas folhas apresentam uma camada coreáceas ou podem encontrar-se transformadas em espinhos, podendo demonstrar características aromáticas, apesar de não ser comum.
As flores agrupam-se em inflorescências, normalmente cimosas, ou podem apresentar apenas uma flor. Estas flores são normalmente hermafroditas, no entanto, podem também surgir indivíduos dióicos ou monóico, dentro desta família.
O cálice é composto por 5 sépalas e a corola possui 5 pétalas, geralmente unidas, criando uma forma semelhante a um funil ou uma campânula. Estes indivíduos possuem 5 estames e 2 carpelos, assim como um ovário súpero bilocular, com uma placentação axial.
Os frutos podem ser secos ou carnudos, dependendo da espécie, podendo ser uma drupa, uma capsula ou uma baga. Estes frutos podem produzir um número elevado de sementes, com endosperma, que se dispersão com o auxilio do vento ou de alguns polinizadores. A sua reprodução ocorre maioritariamente pela propagação de sementes, apesar de ser possível reproduzir estes indivíduos utilizando outras formas (multiplicação vegetativa).
Distribuição:
Estes indivíduos são cosmopolitas, devido à sua utilização como plantas de cultivo. Em Portugal continental é possível encontrar diversas espécies autóctones (cerca de 27 espécies) da família Solanaceae.
Apesar da sua distribuição cosmopolita estes indivíduos são mais frequentes em regiões tropicais, como por exemplo em certas zonas de África e da América do Sul. Estes podem ainda ser encontrados um pouco por toda a Europa e a Ásia, assim como na Oceânia (Austrália). No entanto, esta família não se encontra na Antártida, nem em zonas muito frias, preferindo os climas temperados e tropicais.
Os membros da família Solanaceae não possuem um ecossistema específico, sendo possível encontra-los em diversos habitats, sendo comum existirem espécies invasoras devido a sua capacidade de sobrevivência numa grande gama de ambientes e condições.
Utilização:
A família Solanaceae possui elevado valor económico, em particular na agricultura, visto ser composto por inúmeras espécies hortícolas, em particular os membros do género Solanum. Os membros desta família são frequentemente utilizados na alimentação como é exemplo o tomate, fruto da espécie Solanum lycopersicum, e a batateira (Solanum tuberosum).
Certas espécies desta família são venenosas, como por exemplo a figueira-do-inferno (Datura stramonium), algumas espécies de Beladona e a erva-moura (Solanum nigrum), podendo em determinados casos, apenas uma parte da planta demonstrar essas propriedades, como por exemplo o tomateiro cujas folhas não podem ser consumidas.
Além das propriedades venenosas, algumas espécies apresentam propriedades medicinais, sendo utilizadas no tratamento de determinadas doenças, particularmente devido às suas propriedades calmantes. As suas propriedades medicinais e as características tóxicas devem-se à elevada quantidade de alcaloides que compõem estes indivíduos.
Alguns membros desta família, como algumas espécies de petúnias e de tabaco são utilizadas como modelos biológicos em investigação molecular, celular e genética, auxiliando na obtenção de respostas importantes para a compreensão dos organismos.
Outras espécies podem ser ainda cultivadas para utilização como ornamentais, como por exemplo as petúnias, muito apreciadas pela cor das suas pétalas e pelo odor que libertam.
References:
(2015). Solanaceae. Encyclopædia Britannica, inc. Consultado em: Novembro 30, 2016, em https://www.britannica.com/plant/Solanaceae
Fernandez-Pozo N, Menda N, Edwards JD, Saha S, Tecle IY, Strickler SR, Bombarely A, Fisher-York T, Pujar A, Foerster H, Yan A, Mueller LA. (2015) The Sol Genomics Network (SGN)—from genotype to phenotype to breeding. Nucleic Acids Res. Volume 43 (Database issue):D1036-41
Watson, L., and Dallwitz, M.J. (1992 – ). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Novembro 30, 2016, em http://delta-intkey.com/angio/www/solanace.htm