Espique – definição
Espique
Espique é um tipo de caule aéreo comum em espécies que não apresentam crescimento secundário, de que são exemplo as palmeiras, os coqueiros, assim como os fetos arbóreos, isto é, em espécies arbóreas mais primitivas. Este tipo de caule não apresenta divisões no seu interior como o colmo (caule de algumas herbáceas).
Neste texto a designação tronco é utilizada como uma generalização, visto que um espique não pode ser verdadeiramente considerado um tronco, já que não possui crescimento secundário, lignina, que são as principais características que definem o termo tronco.
O espique encontra-se mais perto dos caules das gramíneas (ervas) do que do caule típico das gimnospérmicas ou das angiospérmicas. Este tipo de caule pode atingir entre os 20 a 30 metro de altura, no entanto, também existem espiques com pequenas dimensões.
Características:
Ao contrario da maior parte dos troncos, o espique apresenta inicialmente um crescimento radial, formando um cone invertido com o diâmetro final que o tronco deve atingir, apenas quando esse crescimento radial termina é que o crescimento vertical do espique tem inicio.
O espique não apresenta ramificações, no entanto, algumas espécies de plantas com este tipo de caule podem apresentar vários caules em simultâneo.
As folhas do espique encontram-se apenas no ápice do tronco formando um anel circular semelhante a uma coroa, estas possuem um pecíolo no interior do “tronco” que as fixa e as vai libertando da árvore à medida em que esta vai crescendo. As folhas são normalmente bastante compridas, por vezes com um limbo recortado de forma a resistirem a condições atmosféricas mais adversas.
As folhas deste tipo de caule, à medida que caem, tendem a deixar cicatrizes que o preenchem, estas formam manchas muito características que vão aumentando à medida que a árvore cresce e por vezes ajuda a identificar a espécie, no entanto, nem todos os caules apresentam estas cicatrizes, geralmente com forma circular.
Este caule apresenta uma forma cilíndrica, cujo interior não apresenta divisão, nem anéis de crescimento, assim como não é muito espesso, possuindo apenas alguns centímetros de diâmetro.
As árvores mais velhas podem apresentar uma grande espessura do seu espique pois este é o suporte da árvore e se não engrossasse com a idade poderia fazê-la tombar. A sua espessura não se altera desde a raiz até ao topo, pois este tem um crescimento na vertical.
As cicatrizes tornam o caule de bastante rugoso, apesar de não apresentar nós, em alguns casos excepcionais o tronco pode apresentar uma textura mais suave.
A coloração deste caule pode variar entre vários tons de castanho, verde ou mesmo acinzentado, particularmente devido às cicatrizes que possui. Alguns indivíduos possuem o seu espique coberto, particularmente na base, por fibras, noutros indivíduos o espique pode crescer no subsolo, no entanto, o segundo tipo é mais raro.
Propriedades:
A estrutura é bastante flexível, o que lhes permite dobrar consideravelmente, condição que lhes favorece resistir às tempestades tropicais que muitas vezes assolam o habitat de algumas espécies que possuem este tipo de caule, como por exemplo as palmeiras.
Estes troncos não conseguem curar-se no caso da sua estrutura ser danificada, assim como não consegue sobreviver se perderem o seu revestimento exterior. Esta camada externa tem como função proteger estas árvores contra o ataque de insetos, bactérias, predadores e mesmo das condições atmosféricas.
A sua estrutura torna o espique num tronco facilmente colonizado por larvas de insetos que quando eclodem começam a alimentar-se das fibras que o constituem, o apodrecimento (colonização por fungos) também constitui um dos seus grandes problemas.
A sua grande concentração em sílica torna estes caules bastante flexíveis, mas investigações recentes provaram que quando seco a madeira produzida pelo espique é muito dura, ideal para a criação de soalho ou de vedações (sebe) em volta das casas, podendo mesmo ser utilizado para a criação de pequenos instrumentos musicais.
References:
Gonzalez, Laia Barres (2016). The Great Journey of Coconut. Botany, English, Ethnobotany, General, Plant Diversity. All you need is Biology. Consultado em: Fevereiro 28, 2018, em https://allyouneedisbiology.wordpress.com/tag/stipe/
PALM BORER Paysandisia archon. Plant Pest information note. Horticulture and Plant Health Division, Department of Agriculture, Food and the Marine. Irlanda.
Abreu, Raimunda Liege Souza de; Jesus, Maria Aparecida de (2004). Durabilidade natural do estipe de pupunha (Bactris gasipaes Kunth, Arecaceae) II: insetos. Acta Amazonica, 34(3), 459-465. Consultado em: Fevereiro 28, 2018, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672004000300011