Desenvolvimento saudável

O desenvolvimento saudável diz respeito à capacidade de interagir de forma empática nas relações interpessoais.

Desenvolvimento saudável

O desenvolvimento saudável diz respeito à capacidade de interagir de forma empática nas relações interpessoais. Esta capacidade inicia-se nos primeiros anos de vida e intensifica-se na adolescência, por características específicas influenciadas pelo contexto familiar.

Para Pavarino, Prette e Prette (2005) o desenvolvimento saudável na infância depende, fundamentalmente, do vínculo afetivo estabelecido, desde os primeiros dias de vida entre a mãe e o bebé, uma vez que esta é a primeira cuidadora que a criança recebe. Através de brincadeiras e trocas de afeto, desenvolve-se uma empatia saudável entre mãe e filho e é esta capacidade de empatia que vai designar o desenvolvimento saudável da criança, que se reflete no seu futuro, ao interagir com outras pessoas (Pavarino, Prett, & Prette, 2005).

Estas características que designam um desenvolvimento saudável na criança, são também responsáveis pela capacidade de resiliência adquirida bem como pelas competências sociais demonstradas futuramente (Pavarino, Prette, & Prette, 2005).

Wagner, Ribeiro, Arteche e Bornholdi (1999) consideram que o desenvolvimento saudável começa pela capacidade para encontrar um equilíbrio entre o que se almeja e o que se pode ter, pois é este equilíbrio que nos permite superar obstáculos de forma saudável. Esta capacidade de desenvolvimento saudável, de acordo com vários autores, tem como base as relações familiares estabelecidas desde os tempos mais precoces de vida, os quais influenciam no crescimento emocional do indivíduo para que este adquira capacidades para proteger os seus filhos (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Pavarino, Prette e Prette (2005) consideram, no que diz respeito à empatia, que é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança e que, tal como já foi referido acima, tudo isto depende do ambiente familiar, o que significa que, quando ocorrem casos de violência e agressividade, o desenvolvimento fica comprometido. Por esse motivo, torna-se claro que é à responsabilidade da família, principalmente dos pais, que fica a orientação no sentido de minimizar estes comportamentos, procurando promover a empatia dos filhos junto de outras crianças (Pavarino, Prette, & Prette, 2005).

Podemos deduzir que, quanto maior for a capacidade de construir bons relacionamentos com os pais, principalmente na adolescência, maior será a capacidade para estabelecer relações saudáveis e equilibradas futuramente (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Assim a criança que se desenvolve saudavelmente, desde bastante cedo, mostra desconforto, desde os primeiros estágios de vida, ao ouvir outra criança a chorar, ou seja, de uma forma inconsciente, já demonstra preocupação com a angústia de outrem, antes mesmo de desenvolver competências individuais (Pavarino, Prette, & Prette, 2005).

Estas capacidades por parte da criança, apesar de terem origem na forma como é educada pela família, não significam que não haja conflitos mas sim que os elementos que a constituem são capazes de se organizar e superar os obstáculos, procurando alternativas para resolve-los, pelo que a saúde familiar não deixa de permitir que haja agressividade, raiva ou hostilidade, mas também promove demonstrações de afeto, ternura e amor, mantendo o seu equilíbrio (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

São todas estas situações boas e menos boas que acontecem no seio familiar que influenciam o desenvolvimento do adolescente entre a família (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Habitualmente a família procura orientar as crianças e os adolescentes de acordo com a sua dinâmica, tentando promover comportamentos dirigidos para a independência, autonomia e responsabilidade (Pavarino, Prette, & Prette, 2005).

No entanto não nos podemos esquecer que as famílias estão cada vez mais modificadas na atualidade o que, por conseguinte, leva a que os valores sejam revistos também (Pavarino, Prette, & Prette, 2005; Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Falamos de recasamento que leva à constituição de novas famílias como por exemplo mãe e filhos/ pai e filhos/ mãe, pai e filhos/pai, esposa(madrasta) e filhos/ mãe, marido/padrasto e filhos (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Estes novos modelos de família, levam à necessidade de adaptação por parte de todos os membros, o que, frequentemente, provoca crises, principalmente, com a entrada de novos membros a associarem-se ao núcleo familiar, como madrastas, filhos das madrastas, etc (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi, 1999).

Conclusão

O desenvolvimento saudável inicia-se na infância, desenvolve-se com maior evidencia na adolescência e é fundamentalmente delineado de acordo com as normas e valores da família, já que é esta a primeira rede social da criança. Verificamos que a mãe é a primeira pessoa a criar um vínculo afetivo com a criança, responsável pela promoção do seu desenvolvimento. As relações entre mãe e filho e familiares mostram-se, deste modo, as peças cruciais para definir as capacidades da criança e do adolescente de forma saudável.

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References:

  • Pavarino, Michelle Girade, Prette, Almir Del, Prette, Zilda A.P. Del. O desenvolvimento da empatia como prevenção da agressividade na infância. PSICO [online] v.36, n.2. 2005. [citado 2016-07-12]: pp.127-134. Disponível em https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5161415;
  • Wagner, Adriana, Ribeiro, Luciane de S., Arteche, Adriane X et al. Configuração familiar e o bem-estar psicológico dos adolescentes. Reflex. Crit. [online]. 1999, vol.12, no.1 [citado 2016—07-12], pp. 147-156. Disponível em http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/9182-9181-1-PB.htm.
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