Canis, género

Canis é o género associado aos cães, lobos, coiotes, chacais, entre outros membros da família Canidae. O género Canis foi primeiramente descrito por Linnaeus, na sua obra Systema Naturae. Não se sabe exatamente quantas espécies existem pertencentes a este género, no entanto, os investigadores estimas que deve rondar as 6 ou 7, incluindo várias espécies de lobos e chacais.

Diferenças dentro do género Canis

A distinção das espécies dentro deste género tem sido muito discutida, tendo surgido diversas espécies que posteriormente desapareceram, dando lugar a subespécies. Os investigadores não conseguem entrar em acordo quanto à relação existente entre estes animais.

A espécie Canis lupus, por exemplo, possui um grande número de subespécies, mas alguns especialistas acreditam que algumas delas deveriam ser espécies independentes.

Este género corresponde a classe Mammalia, isto é, trata-se de um grupo de mamíferos terrestres, cuja origem possivelmente remonta à América do Norte. Atualmente, os membros deste género encontram-se em praticamente todos os continentes com a exceção da Antártida.

Estes vivem de forma social e hierárquica, estando o macho e a fêmea alfa no topo da hierarquia, podendo atingir idades superiores aos 10 anos. O resto do grupo é formada por filhotes em diferentes estados de desenvolvimento e/ou por elementos que se vieram a juntar posteriormente, geralmente outros pares reprodutivos.

A vida em sociedade facilita na obtenção de alimento, pois permite caçar presas maiores, com menor risco para a sua vida, mas nem todos os membros do género Canis o necessitam. Estes membros podem possuir um de três tipos de regimes alimentares carnívoro, omnívoro ou mesmo necrófago consoante a sua espécie, podendo também conjugar mais que um dependendo das condições ambientais.

Aspeto:

Exemplar de Canis lupus

O seu aspeto visual apresentam um indivíduo delgado, com membros longos, permitindo-lhes percorrer grandes distâncias. O seu focinho é comprido, com orelhas pontiagudas e ao contrario dos felinos, as suas garras não são retrateis. Os tamanhos dos membros do género Canis são altamente variáveis, assim como as suas cores.

Apesar de existir algum dimorfismo sexual entre os membros deste género, em muitos casos essas diferenças não são muito significativas. As fêmeas são geralmente mais delgadas e pequenas que os machos, possuem um focinho mais fino.

Os famosos uivos que os lobos dirigem para a lua, na verdade é uma das formas de comunicação que os membros deste género utilizam para contactar outros elementos da sua alcateia. Os uivos também podem ser utilizados por coiotes, cães entre outros Canideos.

Dentição:

O seu crânio é bastante denso e a dentição bem desenvolvidas. Os dentes mais proeminentes são os caninos, utilizados para matar e rasgar as presas. Além dos caninos, os elementos deste género apresentam incisivos, pré-molares e molares no maxilar superior, assim como na mandíbula inferior. A sua constituição dentária demonstra perfeitamente tratarem-se de indivíduos carnívoros, podendo estes também ser omnívoros como os cães.

A mordedura destes animais tem que ser bastante forte, em particular, devido ao tamanho das suas presas, entre as quais contam-se os alces, veados, gado bovino ou caprino, entre muitos outros, dependendo da espécie de predador. Nem todas as espécies pertencentes ao género Canis caçam em grupo, alguns são predadores solitários, sendo que estes tendem a caçar presas mais pequenas como coelhos ou mesmo uma grande variedade de roedores.

A força da dentada é maior quanto mais solitário for o predador, ou quanto maior for o tipo de presas. Predadores que caçam em grupo não precisam de uma dentada tão forte, pois existem vários elementos para auxiliar na caçada e no abate da presa.

Reprodução:

Exemplar de Canis lupus familiaris

Alguns membros deste género são monogâmicos, enquanto outros apresentam comportamentos promíscuos. No caso dos lobos, estes são monogâmicos sendo a fêmea a responsável pela escolha do parceiro sexual, mas os cães já são promíscuos, podendo acasalar com diferentes parceiros.

As estratégias de acasalamento são bastante variadas, devido à grande diversidade de espécies incluídas neste género. Por exemplo, as fêmeas de lobo podem utilizar o acasalamento como forma de obter alimento, ou dar maior importância ao macho mais dominante. As competições entre machos também se tornam mais agressivas na presença de fêmeas no cio.

O investimento parental é nos membros deste género é elevado, em particular durante as primeiras fases da vida das crias. Este investimento é realizado pelos dois progenitores, apesar de ser mais predominante nas fêmeas, dependendo da espécie. A intensidade dos cuidados parentais também pode diminuir com o aumento da idade das crias.

References:

Dinets V. (2015) The Canis tangle: a systematics overview and taxonomic recommendations. Vavilovskii Zhurnal Genetiki i Selektsii – Vavilov Journal of Genetics and Breeding.19(3):286-291.

Gopalakrishnan, S.; Sinding, M. S.; Ramos-Madrigal, J.; Niemann, J.; Samaniego Castruita, J. A.(2018). Interspecific Gene Flow Shaped the Evolution of the Genus Canis. Current biology : CB, 28(21), 3441–3449.e5. Consultado em: Agosto 31, 2019 em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6224481/

(2006). List of canines. Encyclopædia Britannica, inc. Consultado em: Agosto 31, 2019 em https://www.britannica.com/topic/list-of-canines-2058410