Restauração ambiental – conceito
Restauração ambiental é um processo ecológico no qual promovem-se medidas de intervenção em ambientes considerados degradados seja por que sofreram com o efeitos da poluição ou foram degradados por ações antropogénicas, como por exemplo as minas criadas para a obtenção de minérios ou mesmo carvão. A restauração deve ser feita a nível biológico, estrutural e funcional.
Este processo pretende devolver as condições iniciais que existiam no local antes de que a degradação tenha ocorrido, auxiliando na recuperação das funções do ecossistema necessária à estabilidade do ambiente. Este é um processo lento que pode demorar centenas de anos a mostrar os efeitos da intervenção, particularmente se o processo seguir o ritmo natural de recuperação do ecossistema.
Recuperação versus restauração ambiental:
A recuperação ambiental consistem em tentar introduzir, num ecossistema degradado, elementos que permitam a este manter as suas funções previas. Este processo não se preocupa em assegurar que os elementos introduzidos sejam os mesmos que existiam antes, apenas tenta recuperar os serviços do ecossistema que existiam no espaço.
Ao contrario da recuperação ambiental que não se preocupa com as condições iniciais que existiam no local, a restauração pretende assegurar uma continuidade na sucessão ecologia presente no ecossistema.
Antes de se decidir se deve ocorrer uma recuperação ou uma restauração ecológica é necessário que ocorra uma avaliação no local que possa indicar qual a gravidade da degradação.
Esta avaliação deve indicar o nível de poluição presente, assim como o nível de degradação. Se estes níveis forem muito elevados pode ser mais importante recuperar a área degradada do que restaurar o local, pois as condições para uma restauração completa podem não estar disponível. Nesse caso é mais importante que a área recupere algumas das suas funções do que tenha exatamente o aspeto que tinha no inicio.
Restauração:
O crescimento da população a nível mundial e a utilização excessiva de recursos, assim como a ocorrência de incêndios, inundações e erupções vulcânicas obriga o ser humano a desenvolver técnicas que assegurem a restauração do ambiente que foi degradado ou destruído.
A forma mais fácil de realizar uma restauração ambiental é evitar que ocorra a intervenção do ser humano no local, assegurando assim que a sucessão ecológica sucede nos passos que deveriam ocorrer. Este processo é muito lento, podendo não funcionar se o ecossistema tiver sofrido uma grande degradação. Estes ecossistemas intervencionados podem ser aquáticos ou terrestres, pois ambos sofrem com a poluição produzida diariamente.
Para que o processo descrito em cima possa ocorrer é necessário que a área seja completamente isolada, o que é quase impossível, pois elementos de áreas circundantes podem tentar colonizar essa zona. Este processo apenas resulta se o local não se encontrar completamente degradado, existindo ainda sementes ou plântulas que possam dar continuidade aos sistema presente anteriormente, deixando que seja a própria natureza a retomar o seu curso.
No entanto, por se tratar de um processo muito longo pode ser necessária a intervenção humana através da reintrodução ativa de espécies vegetais que tendo em conta as condições climáticas, deveriam estar presentes, dando um impulso à restauração. Os elementos introduzidos devem ser iguais aos que existiam previamente no local, não podendo ser introduzidas espécies exóticas.
Infelizmente nem sempre é possível realizar uma restauração ecológica que seja bem sucedida, pois esta envolve diversos fatores externos ao processo, podendo ser necessárias várias intervenções ou optar por realizar uma recuperação ambiental.
Uma restauração bem sucedida é normalmente muito dispendiosa, envolvendo não só os profissionais responsáveis pelo processo de avaliação e de planeamento, mas também toda a população que vive nas regiões circundantes. Um processo de restauração ecológica além de caro e demorado pode ser prejudicado pela ação dos indivíduos que vivem na região onde ocorrerá a intervenção. Assim como em processos de educação ambiental o envolvimento dos moradores ou utilizadores da zona podem contribuir para o seu sucesso além de assegurar que estes terão um papel mais ativo na conservação da área.
References:
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