Bromeliaceae, Família (Bromeliáceas)

Descrição da família bromeliaceae, as suas principais características, a suas distribuição actual, assim como as suas principais utilizações…

Descrição da Família Bromeliaceae (Bromeliáceas)

 

Bromeliaceae (Bromeliácea)
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
 Plantae Magnoliophyta Liliopsida Poales Bromeliaceae

 

Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
Hemisfério sul  não estudado  regiões tropicais  não apresenta necessidades especiais perene

 

Características Físicas
Anatómicas  caule com forma de rizoma, inflorescências coloridas, infrutescências secas (cápsulas) ou bagas
Tamanho  não atingem alturas muito superiores a 10 metros, a maioria possui um porte pequeno
Epífitas monocotiledóneas

 

Bromeliaceae é a designação atribuída à família das bromélias. Esta família corresponde a um conjunto de monocotiledóneas inserida na ordem Poales, pertencente a classe Liliopsida, do filo/ divisão Magnoliophyta. O nome desta família foi uma homenagem ao botânico sueco Olof Bromelius.

Esta família é composta por dezenas de géneros (cerca de 60) e por milhares de espécies (mais de 2000), correspondendo à segunda maior família de monocotiledóneas epífitas (vivem em cima de árvores ou suculentas), possuindo também algumas espécies ripícolas e terrestres. Uma das espécies mais conhecidas desta família são os ananases/abacaxis (Ananas comosus).

Principais características:

As espécies desta família são geralmente perenes e possuem um porte herbáceo, no entanto, algumas espécies podem apresentar um crescimento secundário lenhoso. A maioria dos elementos da família Bromeliaceae apresenta um pequeno tamanho, mas alguns espécimes podem atingir alturas superiores a 10 metros.

As suas raízes, estão pouco desenvolvidas, possuindo apenas a função de fixação, muito raramente realizam a absorção de nutrientes ou de água. O seu caule é geralmente um rizoma, encontrando-se no subsolo ou fixo a outras espécies vegetais (no caso das epífitas).

As folhas das Bromeliáceas podem ser largas ou estreitas, com nervação paralela e textura coreácea carnosa, por vezes com espinhos. Estas folhas crescem em espiral formando uma roseta, que possui diferentes tipos de amplitude, ou distribuem-se ao longo do caule.

A presença de uma bainha permite a estas folhas acumular água que será posteriormente absorvida pela planta e usada nas suas funções vitais. Esta condição também permite a criação de um micro-habitat para diversas espécies de fauna e flora.

As Bromeliáceas formam inflorescências amplamente coloridas, estas podem ser terminais ou laterais, formando racemos ou capítulos, que podem durar alguns dias ou vários meses. As suas flores apresentam pétalas e sépalas distintas, as pétalas encontram-se normalmente livres ou parcialmente soldadas, enquanto as sépalas encontram-se livres.

Estas flores são geralmente bissexuais (hermafroditas), apresentando ambos os sexos no mesmo individuo. A polinização ocorre com o auxílio de polinizadores (morcegos, aves, borboletas, abelhas), que são atraídos pelas cores das flores e das brácteas que as envolvem ou pelo forte odor. O ovário pode ser supero ou ínfero, apresentando placentação axial.

O seu fruto pode ser seco (cápsula) ou carnoso (baga), consoante a espécie. As sementes podem possuir apêndices, semelhantes a pequenas asas, no entanto, nem todas as sementes desta família os possuem. As sementes aladas são dispersas pelo vento, enquanto as outras são dispersas pelos polinizadores mencionados em cima.

A reprodução pode ser assexuada, através do surgimento de estolhos ou rizomas, ou sexuada, através da produção de sementes. A propagação das sementes nesta família pode ocorrer a longas ou a curtas distancias consoante a espécie. Alguns indivíduos desta família (pelo menos três espécies) comportam-se como plantas carnívoras, no entanto, estes são um grupo de espécies raras, a grande maioria das espécies é considerada suculenta (acumulam água como os cactos).

A família Bromeliaceae é rica em flavonoides, esteroides, gliceróis entre outros compostos químicos, por exemplo, no ananás (abacaxi) foram encontrados mais de 200 compostos químicos voláteis, numa tentativa de determinar os responsáveis pelo seu aroma e cheiro tão característico.

Distribuição e utilização:

Estes indivíduos tiveram origem na região das Antilhas. As espécies da família Bromeliaceae encontram-se particularmente nas regiões tropicais, no entanto, é possível encontrar elementos desta família por todo o continente americano.

Estas espécies estão bem adaptadas a uma grande diversidade de habitat, sendo encontradas ao nível do mar, assim como em regiões com elevada altitude (nunca superior a 4000 metros). As bromélias sobrevivem tanto em ambientes desérticos, como em ambientes quentes húmidos (florestas tropicais húmidas), ou ainda em regiões montanhosas e frias.

Além de possuírem uma elevada capacidade adaptativa, estas plantas também não são muito exigentes quanto aos cuidados que necessitam para apresentarem um crescimento adequado.

A sua capacidade absortiva torna-os óptimos indicadores ambientais, muito utilizados em monitorização ambiental para indicar a presença de poluentes na atmosfera.

Algumas espécies, como o ananás, apresentam propriedades medicinais, nomeadamente as suas propriedades diuréticas e anti-inflamatórias, sendo por isso utilizado no controlo de determinadas doenças.

A família Bromeliaceae possui uma espécie que produz infrutescências que podem ser consumidas como fruta de sobremesa, ou cozinhadas, o ananás. Diversas espécies podem ser utilizadas como ornamental devido às suas várias cores.

O seu carácter ornamental, assim como as suas propriedades medicinais tem vindo a favorecer o desaparecimento de algumas das espécies desta família, em ambiente natural. Apesar de não ser comum, algumas espécies encontram-se em vias de extinção estando mesmo referenciadas no livro vermelho das espécies ameaçadas.

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References:

Manetti, Liliana Maria, Delaporte, Rosemeres Horwat, & Laverde Jr., Antonio. (2009). Metabólitos secundários da família bromeliaceae. Química Nova, 32(7), 1885-1897 Consultado em: Abril 3, 2016, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000700035

Wanderley, M.G.L., Sellaro, M. & Moreira, B.A. (2009). Neotropical Bromeliaceae. In: Milliken, W., Klitgård, B. & Baracat, A. (2009 onwards), Neotropikey – Interactive key and information resources for flowering plants of the Neotropics. Consultado em: Abril 3, 2016, em http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Bromeliaceae.htm

Bromeliaceae. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Abril 3, 2016, em http://www.britannica.com/plant/Bromeliaceae

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