Selecção Portuguesa de Futebol de 2000

2000

Campeonato Europeu 2000 – Holanda/Bélgica

Depois de ter falhado o Mundial de 1998, Portugal conseguiu marcar presença no Euro 2000, realizado nos Países Baixos. A selecção portuguesa teve uma prestação bastante boa, ao chegar às meias-finais, nas quais voltou a perder frente à França, campeã mundial em título, que viria a conquistar este Europeu.

Neste ano, Portugal iniciava um marco histórico de presenças consecutivas em fases finais de campeonatos internacionais (Mundiais e Europeus), sem interrupção.

Vítor Baía mantinha a guarda da baliza, lugar que deixaria de dominar apenas em 2002, com Dimas, Fernando Couto, Jorge Costa e Abel Xavier a actuarem à sua frente, na defesa. No meio campo, Figo, Rui Costa, Paulo Bento e Vidigal dominavam no «onze inicial», com Sérgio Conceição, Costinha e Capucho a espreitarem a oportunidade. A frente de ataque ficou entregue a Nuno Gomes, que substituiu o habitual titular Sá Pinto devido a se encontrar a recuperar de lesão.  O avançado do Benfica aproveitou a chamada e fez quatro golos na prova.

Jogadores Convocados

Guarda Redes

baia pedro espinha quim

Vítor Baía

(FC Porto)

Pedro Espinha

(Vit. Guimarães)

Quim

(Braga)

 

Defesas

rui jorge abel jorge costa couto

Rui Jorge

(Sporting)

Abel Xavier

(Everton)

Jorge Costa

(FC Porto)

Fernando Couto

(Lázio)

dimas secretario beto

Dimas

(Sporting)

Secretário

(FC Porto)

Beto

(Sporting)

 

Médios

vidigal bento paulo sousa costinha

Vidigal

(Sporting)

Paulo Bento

(Oviedo)

Paulo Sousa

(Parma)

Costinha

(Mónaco)

sergio conceicao rui figo capucho

S. Conceição

(Lázio)

Rui Costa

(Fiorentina)

Luís Figo

(Barcelona)

Capucho

(FC Porto)

Avançados

sa joao nuno gomes pauleta
Sá Pinto (Sporting) João Pinto (Benfica) Nuno Gomes (Benfica) Pauleta (Deportivo)

 

Seleccionador Nacional

humberto
Humberto Coelho

Fase de qualificação: apuramento directo

O apuramento de Portugal para o Europeu de 2000 foi sofrido e disputado taco-a-taco com a Roménia. A selecção portuguesa não conseguiu o 1º lugar, mas acabou por se qualificar directamente como 2º melhor classificado de todos os grupos.

Portugal sofreu apenas uma derrota nos dez jogos da qualificação, frente à Roménia no Estádio das Antas, com um golo de Munteanu, em cima do apito final. Neste apuramento a equipa das quinas não foi capaz de vencer aquela que terá sido, porventura, a melhor selecção romena de sempre, tendo empatado o jogo fora a uma bola, com um golo de livre de Luís Figo, depois de ter estado a perder. O outro empate no grupo foi cedido, ou talvez conseguido seja o melhor termo, frente ao Azerbaijão, com um golo também de Luís Figo, aos 90 minutos.

No último jogo, no Estádio da Luz, Portugal precisava de vencer a Hungria por 3-0 para se qualificar como 2º melhor classificado de todos os grupos, e conseguiu a proeza. João Pinto (15′), Rui Costa (17′) e Abel Xavier (57′) fizeram os golos que colocaram a equipa lusa na fase final do torneio. O feito foi alcançado mesmo depois de ter ficado reduzida a 10 jogadores, devido à expulsão de Pauleta que tentou enganar o árbitro ao marcar um golo com a mão, vendo o segundo cartão amarelo.

 

Grupo 7 J V E D GM GS DG Pts
1 Roménia Roménia 10 7 3 0 25 3 22 24
2 Portugal Portugal 10 7 2 1 32 4 28 23
3 Eslováquia Eslováquia 10 5 2 3 12 9 3 17
4 Hungria Hungria 10 3 3 4 14 10 4 12
5 Azerbaijão Azerbaijão 10 1 1 8 6 26 -20 4
6 Liechtenstein Liechtenstein 10 1 1 8 2 39 -37 4

 

Fase de grupos: Domínio avassalador e surpreendente

Na fase final do Europeu, Portugal voltou a encontrar os romenos, num grupo que tinha ainda as favoritas Alemanha (campeã europeia em título) e Inglaterra. Germânicos e Britânicos eram claramente os favoritos para seguir em frente, no entanto acabaram por ficar ambos pelo caminho, muito graças às derrotas frente a Portugal, que venceu todos os jogos do grupo.

Grupo A J V E D GM GS DG Pts
1 Portugal Portugal 3 3 0 0 7 2 5 9
2 Roménia Roménia 3 1 1 1 4 4 0 4
3 Inglaterra Inglaterra 3 1 0 2 5 6 -1 3
4 Alemanha Alemanha 3 0 1 2 1 5 -4 1

 

No jogo inicial contra a Inglaterra, e após uma entrada fulgurante da selecção orientada por Kevin Keagan que fez dois golos em pouco tempo, Portugal reagiu e, quando ninguém esperava, conseguiu empatar o jogo ainda na primeira parte. Primeiro, num pontapé fortíssimo de cFigo, Luís do meio da rua, que ainda desviou no defesa inglês, traindo o guarda-redes David Seaman. Depois, num cabeceamento fantástico de João Pinto, considerado mais tarde como um dos melhores golos de cabeça de sempre em Europeus, respondendo a um cruzamento exemplar de Rui Costa na direita. O nº10 português estava numa noite inspirada e, depois de ter feito os passes para os dois primeiros golos, ainda assistiu Nuno Gomes na 2ª parte para o 3-2. A Europa estava incrédula e os ingleses ainda mais. Portugal protagonizou o melhor jogo do torneio junto com a Inglaterra, o que aliás viria a acontecer novamente em 2004, desta feita nos quartos-de-final.

 

No segundo encontro, contra a Roménia, que vinha de um empate a uma bola frente aos alemães, o equilíbrio voltou a ser notório, mas aos 94 minutos Costinha, que tinha saído do banco para o lugar de Rui Costa a três minutos do fim (substituição algo contestada), fez o golo que carimbou desde logo o apuramento para a fase seguinte. O médio defensivo respondeu de cabeça a um livre batido por Luís Figo para o interior da área, mesmo em cima do apito final. Antes do lance, o comentador Carlos Queirós, que viria também ele a ser seleccionador nacional mais tarde, afirmava que era preciso “uma acção Figomenal”. E ela chegou. A vitória era tudo o que Portugal precisava para ficar descansado.

 

No último encontro da fase de grupos, a equipa lusa rodou quase todos os habituais titulares, com excepção da dupla de centrais, frente à Alemanha, que tinha conseguido apenas um ponto em dois jogos. Os germânicos tinham uma selecção repleta de estrelas, mas fizeram um Europeu muito fraco, sendo goleados por 3-0 neste último jogo, dizendo adeus à hipótese de renovar o título conquistado em 1996. Sérgio Conceição foi o herói da noite, ao apontar um hattrick.

A equipa das quinas venceu todos os jogos, numa fase de grupos fantástica, com 7 golos marcados e apenas 2 sofridos.

 

 

Quartos-de-final: vitória tranquila

Turquia 0-2 Portugal

Nos quartos-de-final, Portugal despachou a Turquia por 2-0, com bis de Nuno Gomes, num jogo relativamente fácil, carimbando a presença nas meias-finais, 16 anos depois e novamente contra a França. No estádio “Arena de Amesterdão“, Portugal mostrou toda a qualidade do seu talento ofensivo e eliminou facilmente os turcos. O defesa Alpay Özalan foi expulso aos 29 minutos por ter agredido Fernando Couto e Arif Erdem falhou um penalti, que a ser convertido, teria dado o empate à Turquia antes do intervalo. O golo português tinha surgido aos 44 minutos, na sequência de uma combinação entre Rui Costa e Figo na direita, com Nuno Gomes, num bom movimento em rotação, a finalizar de cabeça em esforço.

O segundo golo surgiu aos 56 minutos, quando Figo rompeu pela direita, e fez um belo cruzamento para Nuno Gomes empurrar para dentro da baliza, completamente sozinho. De resto, o avançado português poderia ter marcado por mais duas ou três vezes.

 

Meias-finais: outra vez os franceses, outra vez no prolongamento

França 2-1 Portugal

Se há duelos que vieram para ficar, o Portugal – França é um deles. Histórico, empolgante, com rivalidade. E, infelizmente para Portugal, quase sempre com o mesmo desfecho – a vitória francesa.

Um penalti de Zinédine Zidane, a poucos minutos do fim do prolongamento, deu aos franceses o “golo de ouro” num jogo espectacular. A partida do Estádio Rei Balduíno ficou decidida quando o árbitro assistente assinalou uma mão de Abel Xavier na grande área, na sequência de um remate de Sylvain Wiltord. Uma decisão polémica, com muitos protestos, que de nada valeram.

Com Sérgio Conceição no lugar de João Pinto, após a excelente exibição contra a Alemanha, Portugal fez um jogo tacticamente fantástico, tal como a França. Zidane espalhou magia no meio campo, com Costinha e Paulo Bento a terem muitas dificuldades para pararem a estrela francesa.

Portugal ainda esteve a vencer, num golo que nasce de um ressalto que foi parar aos pés de Nuno Gomes que, à meia-volta, disparou a mais de 20 metros, não dando qualquer hipótese a Fabien Barthez. A equipa orientada por Humberto Coelho foi para o intervalo em vantagem e com a esperança de poder vingar a meia-final de 84. No entanto, a reacção francesa no segundo tempo foi muito forte e com uma entrada de rompante, Henry, perto da marca de penalti, dominou, virou-se e rematou rasteiro, ao canto da baliza portuguesa. Baía estava batido. A França empatava e a tensão aumentava.

Entre várias oportunidades de parte a parte, o jogo acabou empatado e veio novamente o prolongamento. E aí, a história repetiu-se, a França venceu com um penalti de Zidane e Portugal estava outra vez afastado da final que tanto ambicionava.

 

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References:

http://pt.uefa.com/uefaeuro/season=2000/standings/index.html

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