Salicaceae, família

Descrição da família Salicaceae, as suas principais características, os locais onde pode ser encontrada, assim com algumas das suas utilizações…

Descrição Família Salicaceae

Salix

Salix

Salicaceae é a designação atribuída a uma família de angiospérmicas, isto é, plantas com flor. Esta família encontra-se na ordem Malpighiales, pertencente à classe Magnoliopsida. Esta família está inserida no clado Eudicotiledonea, isto é, indivíduos cujo embrião desenvolve dois cotilédones.

A família Salicaceae possui cerca de 56 géneros, que agrupam aproximadamente 1220 espécies. A organização desta família era bastante diferente encontrando-se numa outra ordem, no entanto, foi considerada a organização aplicada pelo sistema APG III.

Um dos membros mais conhecidos desta família são os salgueiros (género Salix), espécies muitas vezes encontradas em corredores ripícolas.

Salicaceae
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
 Plantae Magnoliophyta Magnoliopsida Malpighiales Salicaceae
Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
Cosmopolita, em particular zonas temperadas do hemisfério Norte  Não estudado Ecossistemas ripícolas, florestas tropicais  Nenhuma especial
Características Físicas
Anatómicas  Folhas simples, margens inteiras, flores em inflorescência e frutos secos ou carnosos
Tamanho Porte arbóreo ou arbustivo, não possuindo dimensões superiores a 40 metros de altura
A formação de híbridos é muito comum

Principais características:

Os indivíduos desta família possuem um porte arbóreo ou arbustivo, não atingindo dimensões superiores a 40 metros de altura. Os membros desta família apresentam um crescimento bastante rápido, possuindo uma elevada capacidade para formar híbridos, o que pode tornar a sua identificação bastante complexa.

As suas folhas são simples, com as margens inteiras ou serrilhadas, apresentando uma disposição alterna, podendo também ser oposta. Estas apresentam uma tonalidade verde, ou amarelada, particularmente na época mais desfavorável.

Estes indivíduos são muitas vezes caducifólios, podendo também surgir indivíduos perenes. A maioria das espécies possui uma copa bastante larga, sendo os ramos flexíveis, no entanto, existem algumas espécies com copas estreitas e ramos poucos flexíveis.

As suas flores encontram-se organizadas em inflorescências, amentos, geralmente unissexuais (hermafroditas), com disposição diferente consoante o género, podendo ser axial ou terminal. Estas flores não apresentam corola ou cálice, sendo muito pequenas, possuindo muitos estames. Nesta família é comum que as flores surjam antes das folhas.

O ovário, dos membros desta família, é súpero, com uma placentação basal ou parietal. Estes indivíduos são geralmente dióicos, isto é, cada individuo possui apenas um sexo.

Os seus frutos (secos ou carnosos) são deiscentes, podendo assumir a forma de cápsulas, bagas ou sâmaras. Os frutos apresentam numerosas sementes, geralmente com forma cilíndrica. A polinização e a dispersão, das suas sementes, ocorrem com o auxílio do vento, podendo em alguns casos ter também o auxílio de insetos.

Distribuição:

Esta família encontra-se distribuída maioritariamente em zonas temperadas do hemisfério Norte, assim como nas zonas subárticas. No entanto, existem algumas espécies nativas do hemisfério Sul, apesar de não serem em número muito elevado. Um grande número de espécies desta família é endémica das regiões tropicais, podendo ser encontradas diversas espécies na floresta tropical.

Os indivíduos pertencentes à família Salicaceae encontram-se em diversos continentes, sendo por isso considerada cosmopolita, não sendo possível encontrar nenhuma espécie endémica da Antártica, da Oceânia e de algumas ilhas do Pacifico.

A maioria dos géneros desta família possui uma preferência por ambientes húmidos e frios, sendo algumas espécies frequentemente ripícolas. Algumas espécies desta família também se encontram bem adaptadas a climas mais frios  e secos como por exemplo climas de montanha.

Utilizações:

Salix x sepulcralis

Salix x sepulcralis

A família Salicaceae possui um importante valor económico, pois algumas espécies (género Salix) encontram-se associadas a propriedades medicinais, visto o tronco dos salgueiros ser uma das fontes de ácido salicílico, um dos ingredientes utilizado na produção de aspirina.

As propriedades destas espécies auxiliam no tratamento de dores de cabeça, problemas reumáticos, assim como no tratamento de diversas outras doenças.

Diversas espécies desta família são utilizadas para a produção de biocombustível, ou para a criação de inseticidas e de venenos.

A madeira, de algumas espécies de porte arbustivo, é utilizada na produção de cestaria, assim como noutras formas de artesanato.

Os salgueiros chorões (Salix babylonica), assim como outras espécies desse género, são muito apreciados como espécies ornamentais. Os membros desta família possuem diversas propriedades ecológicas, como por exemplo auxiliarem na prevenção da erosão dos solos, assim como favorecem a criação de habitat para diversas espécies.

Há muitos séculos que os membros desta família adquiriam alguma importância cultural e religiosa, sendo algumas das suas espécies mencionadas diversas vezes na Bíblia cristã. Mais recentemente com os avanços da ciência, um membro do género Populus foi um dos primeiros espécimes vegetais cujo genoma foi completamente sequenciado.

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References:

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Mazine, F.F., Souza, V.C. & Rodrigues, R.R. 2002. Salicaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Giulietti, A.M., Melhem, T.S., Bittrich, V., Kameyama, C. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 2, pp: 309-310.

Moura, Vicente Pongitory Gifoni (2002). Introdução de Novas Espécies de Salix (Salicaceae) no Planalto Sul de Santa Catarina, Brasil. Comunicado Técnico 71. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasília, DF Brasil. ISSN 0102-0099

Watson, L., and Dallwitz, M.J. (1992 – ). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Novembro 30, 2016, em http://delta-intkey.com/angio/www/salicace.htm

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