Prostituição masculina

Falamos de prostituição masculina quando queremos referir a atividades sexuais a troco de dinheiro, por parte de homens.

Prostituição masculina

Falamos de prostituição masculina quando queremos referir a atividades sexuais a troco de dinheiro, por parte de homens. As características inerentes à profissão são muito vastas e podem ser analisadas de diferentes ângulos.

Segundo França (1994, cit in Silva, 2011) a palavra “prostituição” significa “prosto”, do latim, ou seja, alguém que está à espera de visitas, exposto ao olhar público.

No entanto, de acordo com os estudos de Santos (2011) antigamente pouco se falava na sexualidade masculina, no que concerne à área do planeamento familiar, pelo que a situação se inverteu e hoje acontece o contrário, o que faz com que a produção científica, nesse sentido, tenha começado a aumentar.

O interesse acerca da sexualidade masculina foi despoletado devido ao aumento da pobreza e da proliferação da Imunodeficiência adquirida (HIV), principalmente junto de homens homossexuais, muitos deles devido a comportamentos de risco como a prostituição (Santos, 2011).

Quando falamos de prostituição masculina fazemos referência a práticas sexuais entre homens a troco de dinheiro, o que por ainda não estar devidamente estudado, ainda sofre algumas lacunas do ponto de vista médico (Santos, 2011).

Enquanto exercício de atividades sexuais a troco de dinheiro, a prostituição masculina pode ser realizada em diferentes locais como ruas, saunas, jornais, internet, etc, onde publicita os seus serviços (Silva, 2011).

Devido a todas estas condicionantes, homens que se envolvem em redes de prostituição, precisam de ser informados do ponto de vista cognitivo e comportamental (Santos, 2011). O primeiro diz respeito à questão do HIV no sentido da diminuição da infeção e o segundo diz respeito às capacidades emocionais, noção de riscos e precaução, e competências pessoais respeitantes à negociação do uso de preservativo adequadamente (Santos, 2011).

A par disso, há ainda o problema de os homens que enveredam pela prostituição serem duplamente estigmatizados, primeiro por se tratar de uma comercialização do seu corpo, depois por se tratar de um comportamento homossexual, pelo que, nestas populações há maior propensão para infeções devido à lacuna na informação (Santos, 2011).

As pesquisas de campo já efetuadas acerca da prostituição masculina demonstram ainda que estes homens procuram observar a atividade como uma profissão igual a outra qualquer, pelo motivo de o fazerem por dinheiro (Santos, 2011).

Muitas vezes é exercida por estudantes universitários, em jornais, revistas, chat ou saunas, ou ainda por indivíduos que se encontram em agências especialistas para o efeito, com fotos do órgão genital como produção de marketing (Silva, 2011).

Na maioria dos casos, os homens assumem-se como ativos no papel de prostitutos, o que, do ponto de vista da orientação sexual, os leva assumirem-se como heterossexuais e no caso dos homens que assumem o papel passivo, a orientação sexual é vista pelo lado homossexual (Santos, 2011).

A revisão bibliográfica de Silva (2011) levou o autor a concluir que, habitualmente, homens que exercem prostituição, são homossexuais, bissexuais e ainda heterossexuais em intervalos de idade, normalmente, entre os 18 e os 30 anos, muitos deles casados ou comprometidos assumidamente. Procurando os mais variados locais, encontram-se muitas vezes expostos na rua, como se de manequins de montras se tratassem (Silva, 2011).

Em qualquer caso, o fato de ser uma atividade remunerada faz com que os prostitutos a vejam como uma justificação adequada para o comportamento em questão, embora não corresponda a padrões heteronormativos (Santos, 2011).

“… o garoto de programa e cliente, movidos pela forte excitação provocada pela nova situação na qual o imprevisível e o desconhecido são ingredientes de peso, encenam um ato e vivem – imaginariamente –  a ilusão de ter encontrado aquilo que buscam.” (Ceccarelli, 2005, p.5, cit in Silva, 2011, p.4).

Quando se fala em prostituição masculina, inerente a ela, existe a questão dos clientes, que não pode ficar de fora, uma vez que são estes os responsáveis pela continuidade da atividade, pelo que podemos dizer que se trata do mais variado tipo de pessoas (Silva, 2011). Frequentemente encontramos heterossexuais que são movidos pela curiosidade, preferindo o anonimato e que são homens de família com esposa, filhos, pais, irmãos, etc e que, devido ao status, preferem não ser reconhecidos (Silva, 2011).

Falamos de homens com fantasias homoeróticas que não têm capacidade para se assumir publicamente e que nem sempre se identificam como homossexuais (Silva, 2011).

Por outro lado existem homossexuais que procuram este tipo de serviço devido à companhia e ao carinho que lhes é proporcionado (Silva, 2011).

Conclusão

Podemos perceber que a prostituição masculina é procurada por todo o tipo de pessoas, tanto do ponto de vista do profissional como do ponto de vista do cliente. Isto significa que a mesma existe em todos os tipos de orientação sexual, tanto de um lado como do outro, pelo que, o mais importante a ter em conta, segundo os estudos, é a prevenção de doenças e a promoção de comportamentos sexualmente seguros.

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References:

  • Silva, José Maurício. PROSTITUIÇÃO MASCULINA: UM DESTINO PUSIONAL? Laboratório de Estudos Contemporâneos. POLÊM!CA Revista Eletrônica. [online] v.10, n.1, p161-181 – janeiro/março [citado 2016-07-24]. Disponível em http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/2851/1996;
  • Santos, Manoel Antônio. Prostituição masculina e vulnerabilidade às dsts/aids. Texto & Contexto – Enfermagem [online] vol.20 no.1 Florianópolis Jan/Mar, 2011 [citado 2016-07-21]. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072011000100009.
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