Comunidade LGBT
A comunidade LGBT diz respeito a um grupo minoritário formado por lésbicas, gays, bissexuais, trangéneros, transexuais e travestis. Deu os seus primeiros passos lentamente, a partir de algumas ações levadas a cabo pelos movimentos LGBT, pela igualdade de direitos e de oportunidades.
No que concerne à noção do que é a comunidade LGBT, Soares, Massaro e Campanini (2010) começam por definir “comunidade” de acordo com conceitos estudados na revisão da literatura.
“(…) a comunidade é caracterizada por uma forte coesão baseada no consenso espontâneo dos indivíduos; um subgrupo dentro da sociedade, percebido ou se percebendo como diferente, em alguns aspectos, da sociedade mais ampla (…)” (Pereira, 2002, p.149, cit in Soares, Massaro, & Campanini, 2010, p.3).
De acordo com Facchini (s.d.) quando falamos de comunidade LGBT convém compreender que a mesma diz respeito à diversidade sexual, o que significa que a pessoa não se identifica com os padrões de sexualidade mais comuns. Assume-se como lésbica, gay, bissexual, transexual, travesti ou trangénero, sendo que este último diz respeito a indivíduos cuja identidade sexual não se articula com o sexo biológico, pelo que adotam uma postura crossdresser, drag queen, transformista, entre outras (Facchini, s.d.).
Assim, os movimentos levados a cabo pela comunidade LGBT começaram com homens homossexuais e estenderam-se às mulheres lésbicas, cujas atividades políticas foram sendo mais ou menos autónomas (Facchini, s.d.). Mais tarde, indivíduos que se identificavam com outras posturas LGBT começaram a iniciar-se nestes movimentos (Facchini, s.d.).
Não podemos deixar de mencionar o fato de à comunidade LGBT ter começado os seus movimentos por volta da década de 60 do século XX, uma vez que a mesma foi marcada pela ditadura que imperava um pouco por toda a parte, o que reprimia a expressão dos comportamentos LGBT (Facchini, s.d.).
Um dos grandes avanços para a comunidade LGBT foi a definição do próprio termo de orientação sexual, uma vez que, inicialmente a mesma era designada como “opção”, pelo que se tornou imprescindível esclarecer que não se trata de uma opção mas de uma condição involuntária a ser respeitada e passível de lutar pelo combate à discriminação (Facchini, s.d.).
A partir dos anos 90 do século XX foi notório o alargar dos movimentos LGBT que se estenderam aos vários grupos pertencentes a esta comunidade e que organizaram diferentes ações, dirigidas, cada uma à sua identidade em concreto, como por exemplo, no caso dos travestis, apostou-se na questão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV) e aumento do número de vítimas de agressão (Facchini, s.d.).
De referir que o movimento levado a cabo pela comunidade, nem sempre contemplou as lésbicas, embora as mesmas tivessem começado por ser mais autónomas, mas sim, apenas os gays, pelo que as mesmas aderiram apenas a partir de 1993, mesmo já tendo participado em várias ações (Facchini, s.d.).
Segundo os estudos de Soares, Massaro e Campanini (2010) a comunidade LGBT deu os seus primeiros passos ainda como GLBTTT, na medida em foram s indivíduos homossexuais, ou seja, gays, que iniciaram os movimentos, ao fundar o grupo SOMOS, constituído por ativistas.
Mais tarde os movimentos, foram completados por uma maior diversidade sexual, como os ativistas bissexuais, trangéneros, travestis e transexuais que se associaram a eles (Soares, Massaro, & Campanini, 2010).
No caso dos trangéneros e dos transexuais, a adesão comunitária ao movimento LGBT deu-se na segunda metade da década de 90 do século XX, impulsionada pelo investimento na questão cirúrgica de transgenitalização, aprovada em 1997, pelo Conselho Federal de Medicina (Facchini, s.d.).
Porquê esta necessidade de criar movimentos ativistas, por parte da comunidade LGBT?
Estas iniciativas tornaram-se necessárias devido à homofobia que ainda hoje marca presença um pouco por todo o mundo, o que leva muitos indivíduos LGBT a retraírem-se no que concerne à sua natureza, como única saída no que diz respeito à discriminação de que podem ser alvo (Soares, Massaro, & Campanini, 2010).
Nestas circunstâncias, a discriminação contra a comunidade LGBT leva, por exemplo, a que os travestis, por não terem acesso a oportunidades no sentido de lutar pela sua sobrevivência, acabem por enveredar pela prostituição (Soares, Massaro, & Campanini, 2010).
Conclusão
Em suma podemos dizer que a comunidade LGBT não teve um início fácil no que diz respeito aos direitos de igualdade e de oportunidade, pelo que os movimentos levados a cabo pela mesma nasceram passo a passo, a partir dos ativistas homossexuais, com o movimento SOMOS. Posteriormente, lésbicas, bissexuais, trangéneros, transexuais e travestis, associaram-se a estes movimentos pelo combate à discriminação e luta pelos seus direitos no que concerne à igualdade de oportunidades.
References:
- Facchini, R. (s.d.). Histórico da luta LGBT no Brasil. Conselho Regional de Psicologia SP. Disponível em http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cadernos_tematicos/11/frames/fr_historico.aspx;
- Soares, A.F.B., Massaro, A.C., & Campanini, K.S.M. (210). O papel do Psicólogo junto ao movimento LGBTTT. Anais do I Simpósio sobre Estudos de Gênero e Políticas, ISSN 2177-8248. Universalidade Estadual de Londrina, 24 e 25 de Junho de 2010 . Disponível em uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/4.KarluzeCia.pdf.