Sexualidade

A sexualidade pode ser especificada como as atividades e o prazer que advêm do funcionamento do aparelho genital –a panóplia de excitações presentes desde a infância e que proporcionam um prazer irredutível, uma satisfação de uma necessidade fisiológica como a respiração, a fome, a função de excreção, entre outras. Mas não só. A sexualidade é (também) identidade. É a escolha – opção – objetal – genital, masculino ou feminino, implícita dentro de uma estrutura psíquica e um percurso com uso e vivência do corpo psíquico.

A Sexualidade infantil, muita abordada quando se menciona a noção de sexualidade, não trata apenas de estimulações e existências de zonas erógenas, ligadas a atividades aparentemente perversas, pelo jogo e manipulação de zonas corporais, mas pelo prazer,o explorar e o crescer implícito na definição de um ser individuado, dinâmico, pensante. As zonas erógenas não são apenas zonas genitais e na medida que procuram incessantemente o prazer tais como a sucção do dedo mas também o uso a função biológica nutrição, por exemplo, o uso do corpo.

A sexualidade pode ser entendida através da noção de instinto, isto é através de comportamentos pré-formados característicos da espécie humana com um objeto – parceiro do sexo oposto ou igual e um alvo – união dos órgãos genitais no coito. Sigmund Freud (1856 – 1939) foi um dos primeiros autores a abordar o tema da sexualidade e nela incluída a homossexualidade como opção de escolha objetal. Podemos ler em “Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, (1905) a distinção e semelhanças entre a sexualidade infantil e as perversões, a sexualidade adulta genital, heterossexualidade e a homossexualidade. Este autor traz à luz da compreensão a sexualidade na sua relação com as pulsões, em especial sexuais, não sendo, contudo, o ser humano um ser exclusivamente sexual mas um ser dinâmico, energicamente, (leia-se anímico) organizado, em conflito, na qual o sexual, constituinte da sexualidade faz parte.

Estabelece inúmeras passagens entre a sexualidade perversa e a sexualidade dita normativa, com o surgimento de perversões temporárias possíveis de ocorrer quando a satisfação habitual não se torna possível, a presença de formas de atividades que preparam o individuo para o coito, os prazeres preliminares enquanto caminho para chegar ao coito e não condição ultima de satisfação e por fim as relações psíquicas na estrutura psicológica, da condição sexual da especie humana. Relembra os casos clínicos que levaram à criação da psicanalise, as neuroses, demonstrando que os sintomas constituem realizações de desejos sexuais que se efetuam sob a forma deslocada com compromisso e no uso das diversas defesas psicológicas, (de proteção e auto-conservação). É sobretudo sobre a sexualidade infantil a sua relação com a vida adulta, o instinto básico de sobrevivência e as perversões que Sigmund Freud definiu Sexualidade.

O que é sexual não está reduzido ao genital tal como o que é consciente não define um individuo naquilo que ele é. A sexualidade é identitária, não ser reduz ao que é sexual, puramente físico – fisiológico e anatómico, tal como Sigmund Freud demonstrou. A sexualidade abrange em grande parte o plano psíquico e desse se estende para todos os outros níveis que descrevem e as relações humanas: plano pessoal, social, comunitário, institucional, laboral, legal, religioso.

Da sexualidade também se abordam os temas de identidade sexual- Heterossexualidade, Homossexualidade, Bissexualidade, Assexualidade – os temas religiosos – O papel da Mulher, a minoria de um sexo- os comportamentos sexuais e os ditos grupos de risco nas doenças sexualmente transmissíveis até ao plano jurídico com assento sob o consentimento ou não de um com a ação de cariz sexual sobre outro, como é o caso da violação sexual em adultos e da pedofilia, entre outros.

 

Palavras-Chave: Sexualidade, Teoria do Desenvolvimento Psicossexual, Coito, Genital, Zonas Erógenas, Identidade.

Bibliografia:

Freud, S. (1999). Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade. Lisboa: Publicações Europa-America (obra original publicada em1905)

Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)

Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)

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