Desenvolvimento sexual

O desenvolvimento sexual abarca todos os aspetos culturais, biológicos, fisiológicos e socais associados à expressão sexual do indivíduo.

Desenvolvimento sexual

O desenvolvimento sexual abarca todos os aspetos culturais, biológicos, fisiológicos e socais associados à expressão sexual do indivíduo.

De acordo com os trabalhos de Costa, Lopes, Souza e Patel (2001) o desenvolvimento sexual faz parte da vida do indivíduo e tem uma relação direta e significativa com a sua personalidade, manifestando-se em vários aspetos tais como as emoções, os sentimentos e as experiências vividas entre a infância e a adolescência.

Brêtas e Silva (2005) definiram ainda que o desenvolvimento sexual se associa aos aspetos de cidadania e à capacidade de controlo do próprio corpo, uma vez que é através deste que o ser humano se expressa das diferentes formas possíveis, tanto no espaço, como no tempo ou no meio.

Ao falar de desenvolvimento sexual não podemos deixar de falar em genitália propriamente dita, a qual, diz respeito aos órgãos do organismo que são responsáveis pela reprodução, sendo através dos mesmos que o indivíduo obtém prazer sexual (Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001).

Por outro lado, quando se fala de sexualidade em si, não é possível restringir a mesma apenas às funções sexuais do organismo, já que à mesma estão associadas questões de afeto, de erotismo, de amor, entre outros sentimentos que são aprendidos culturalmente (Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001).

Todas estas questões, tanto biológicas como psicológicas, em conjunto, vão traduzir-se na constituição da identidade sexual, da identidade de género, no papel de género e na orientação sexual, que formam o indivíduo enquanto pessoa, sexual e afetivamente (Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001).

Estes aspetos, ao longo do desenvolvimento vão influenciar a construção da personalidade do indivíduo, no que concerne à autoestima, à liberdade de expressão do prazer sexual e do prazer pela vida, ao respeito por si mesmo e pelo corpo, bem como no respeito pelo outro, o que se traduz nas competências sociais adquiridas pelo indivíduo (Brêtas, & Silva, 2005).

Nesse sentido, Costa, Lopes, Souza e Patel (2001) diferenciam todas estas formas de desenvolvimento sexual, de acordo com as características de cada uma:

  • Identidade sexual: começa a ser formada nos primeiros tempos de ida e termina a sua constituição na adolescência, abarcando a educação obtida através dos pais, tal como valores morais, culturais, sociais, religiosos, princípios, etc
  • Identidade de género: sentimento que cada um tem em relação ao género a que pertence, isto é, ao masculino ou ao feminino, independentemente do género biológico ao qual pertence
  • Papel de género: diz respeito à forma de expressão de género que é esperada, pela sociedade, em relação ao indivíduo, seja ela masculina ou feminina, tendo em conta as normas culturais e sociais existentes. Esta questão é aprendida pelo indivíduo desde que nasce e ao longo da vida, pelos meios sociais e está associada ao comportamento que a sociedade espera que este indivíduo adote
  • Orientação sexual: trata-se dos sentimentos eróticos que o indivíduo obtém e que, ainda se encontra em debate no que diz respeito ao que nasce com o indivíduo e ao que é adquirido posteriormente.

(Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001).

Tendo em conta todas as questões de identidade e orientação associadas ao desenvolvimento sexual, Costa, Lopes, Souza e Patel (2001) indicam que o comportamento sexual decorrente de todas as fases de desenvolvimento, inicia-se na infância, através das curiosidades naturais da criança e da sua necessidade de satisfazer os seus instintos eróticos.

Ao longo do desenvolvimento, as respostas às necessidades eróticas do indivíduo, vão sendo localizadas em diferentes zonas do corpo como a boca e a genitália (Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001).

Sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico: não à realidade subterrânea que se apreende com dificuldade, mas à grande rede de superfície em que a estimulação dos corpos, a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação dos conhecimentos, o reforço dos controles e das resistências, encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e de poder.”

(Costa, Lopes, Souza, & Patel, 2001, p. 327).

Conclusão

O desenvolvimento sexual começa na infância e vai sendo definido ao longo da mesma e da adolescência, e dele fazem parte questões tanto biológicas como psicológicas. É através do mesmo que o indivíduo define, interna e externamente, questões associadas à identidade de género, à orientação sexual, à expressão sexual, entre outras questões que influenciam a sua personalidade. Comum a todas estas questões, é a influência significativa, social, familiar e cultural, tanto na personalidade como no desenvolvimento sexual do indivíduo.

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References:

  • Brêtas, José Roberto da Silva, & Silva, Conceição Vieira da. (2005). Orientação sexual para adolescentes: relato de experiência: Acta Paulista de Enfermagem, 18(3), 326-333. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002005000300015&script=sci_abstract&tlng=eses;
  • Costa, M.C.O., Lopes, C.P.A., Souza, R.P., & Patel, B.N. (2001). Sexualidade na adolescência: desenvolvimento, vivência e propostas de intervenção. Jornal de Pediatria. (Rio J) 2001; 77 (SupL.2): S217-S224: adolescência, sexualidade, educação sexual.
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