O vaginismo trata-se de uma contração involuntária e inconsciente dos músculos que rodeiam a vagina, onde os mesmos provocam um fechamento total causando dor, ardor ou incómodas relações sexuais.
Alguns fatores que podem influenciar a presença de vaginismo
De acordo com alguns estudos estima-se que entre 20 a 50% das mulheres sejam portadoras de tumores uterinos benignos, os quais, por vezes, levam ao desenvolvimento da perturbação sexual (Tozo, Imacolada Marino, Moraes, José Cássio, Lima, Sonia Maria Rolim, Gonçalves, Nelson, Auge, Antonio Pedro Flores, Rossi, Lia Mara, & Aoki, Tsutomu, 2009) .Em termos estatísticos, incidem, principalmente, em mulheres da raça negra, aparecendo numaproporção de três a nove vezes em relação à raça branca. Podem ser classificados, independentemente da sintomatologia, de acordo com a camada uterina em que se desenvolvem em subserosos, intramurais ou submucosos (Tozo et al, 2009).
Não podemos deixar de falar de uma perturbação sexual como o vaginismo se falar das funções do útero, o qual, se associa à feminilidade, ao papel reprodutor da mulher e à sua vida sexual (Cunha, 2015). Do ponto de vista médico e psicológico, especula-se que a retirada do útero pode causar prejuízos na qualidade da vida sexual da mulher, nas suas condições emocionais e na qualidade do relacionamento estabelecido com o parceiro (Cunha, 2015).
O vaginismo, propriamente dito, é definido como um espasmo vaginal que pode ser mais ou menos leve, dependendo de mulher para mulher induzindo apenas alguma tensão ou desconforto durante o ato sexual, ou pode ser mais severo, impedindo por completo a penetração, quer seja pelo pénis, por dedos, por um tampão ou até um espéculo ginecológico (Cunha, 2015). Algumas mulheres relatam ainda que a simples antecipação da penetração vaginal pode provocar este espasmo (Cunha, 2015). Esta disfunção sexual é mais frequente em mulheres jovens (a iniciar a sua atividade sexual), ou que detenham atitudes negativas face ao sexo, ou, por último, em mulheres com história de abuso ou traumas sexuais (Cunha, 2015). As estatísticas revelam que cerca de 5% da população feminina já teve ou vai ter sintomas de vaginismo, ao longo da vida (Cunha, 2015).
Podemos dizer que, nesta situação parece plausível que haja necessidade de realizar uma cirurgia para a retirada desse órgão, o que, por consequência, em muitos casos, provoca emoções conflituosas, traumáticas, de insegurança e ansiedade, gerando mudanças importantes nos padrões e no desejo sexual (Tozo et al, 2009). Acredita-se que mulheres submetidas à histerectomia podem apresentar alterações no autoconceito, sintomas depressivos e psicossomáticos, dificuldade de relacionamento sexual e conjugal, devido a associações psicológicas feitas entre a procriação e a sexualidade (Tozo et al, 2009). No entanto, as reais consequências da realização da histerectomia sobre a qualidade da vida sexual posterior à cirurgia são controversas e dependem diretamente da intensidade dos sintomas pré-cirúrgicos, das condições emocionais e da qualidade do relacionamento estabelecido com o parceiro (Tozo et al, 2009). Existe um consenso que a histerectomia diminui sobremaneira o desconforto causado pelos leiomiomas, mas pouco tem sido publicado a respeito dos impactos emocional da histerectomia sobre a mulher (Tozo et al, 2009). Estudos têm apresentado resultados controversos sobre as consequências da retirada do útero, não somente na esfera emocional, mas também e sobretudo, na parte da função sexual feminina (Tozo et al, 2009). Não apontam, no entanto, de forma conclusiva, os efeitos pós-cirúrgicos sobre a qualidade de vida sexual da mulher, deixando lacunas acerca da real interferência emocional do procedimento (Tozo et al, 2009).
Conclusão
Segundo vários estudos levados a cabo por diferentes autores, podemos compreender que o vaginismo se trata de uma perturbação sexual, caracterizada, principalmente por um espasmo involuntário do musculo que esta em volta da vagina. Esta situação tem como consequência a dificuldade com a penetração, devido à impossibilidade de abertura dos músculos da vagina. Não podemos deixar de referir que, embora diga respeito a um espasmo involuntário, o mesmo pode ter diferentes origens, tais como doenças, traumas, imaturidade sexual, entre outros fatores condicionantes.
Por todos estes fatores, é importante uma avaliação correta e o acompanhamento adequado.
References:
- Cunha, C. (2015). Já ouviram falar em vaginismo? Oficina de Psicologia. recuperado em 11 de setembro de 2017 de https://oficinadepsicologia.com/ja-ouviram-falar-em-vaginismo/;
- Tozo, Imacolada Marino, Moraes, José Cássio, Lima, Sonia Maria Rolim, Gonçalves, Nelson, Auge, Antonio Pedro Flores, Rossi, Lia Mara, & Aoki, Tsutomu. (2009). Avaliação da sexualidade em mulheres submetidas à histerectomia para tratamento do leiomioma uterino. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 31(10), 503-507. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032009001000006&lng=pt&nrm=iso.