Rosmarinus officinalis – descrição da espécie do alecrim
Rosmarinus officinalis é a designação científica dada ao alecrim. Esta espécie pertence ao género Rosmarinus, que se insere na família Lamiaceae, incluída na ordem Lamiales. Esta espécie não possui uma organização assim a ordem, segundo o sistema APG, sendo considerada como pertencendo às eucotiledóneas, estando ainda associada à classe magnoliidas.
A designação comum desta espécie (alecrim) pode ser utilizada para designar outras espécies, nomeadamente as espécies de rosmaninho pertencentes ao género Lavandula. Apesar da confusão na sua nomenclatura, esta duas espécies são bastante diferentes morfologicamente.
Principais características:
Rosmarinus officinalis (alecrim) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Lamiales | Lamiaceae | Rosmarinus | Rosmarinus officinalis |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
Cosmopolita, maioritariamente na bacia do Mediterrâneo | não ameaçada | matagais, os matos e os terrenos por cultiva | muito pouco exigente | – |
Características Físicas |
|
Anatómicas | Porte arbustivo com copa abundante |
Tamanho | 2 metros de altura |
espécie aromática, com odor forte e agradável |
O alecrim é uma espécie com um porte maioritariamente arbustivo, com elevada ramificação, podendo atingir até 2 metros de altura, possuindo uma copa bastante abundante. Os membros desta espécie são aromáticos, possuindo um odor muito característico, forte e agradável. Estes indivíduos são geralmente persistentes, florescendo varias vezes por ano.
As suas folhas possuem uma coloração com dois tons de verde, a página superior é verde-escuro brilhante, enquanto a página inferior é de um tom de verde mais acinzentado. Estas folhas são coreáceas, lineares, assemelhando-se a agulhas, e com uma distribuição igualmente espaçada.
As flores organizam-se em inflorescências terminais, apresentando uma coloração azulada ou branca. As flores masculinas apresentam apenas dois estames. A polinização ocorre com o auxílio de insetos polinizadores, particularmente as abelhas que utilizam o pólen para produzir um mel de boa qualidade. O seu fruto é um aquénio.
Distribuição:
O Rosmarinus officialis é nativo da região do Mediterrâneo e do oeste da Ásia, encontrando-se maioritariamente distribuído pela bacia do Mediterrâneo, sendo que em Portugal é possível encontrar esta espécie no vale do rio Douro. Esta espécie pode ser encontrada em zonas com altura ao nível do mar ou até cerca de 1500 metros de altitude.
Estes indivíduos dão preferência a ambientes com solos calcários, não necessitando de cuidados especiais para crescer de forma adequada, sendo que o seu habitat preferencial são os matagais, os matos e os terrenos por cultivar.
O alecrim não é uma espécie exigente, no entanto, tem preferência por locais com exposição solar abundante, apesar de tolerarem a presença de alguma sombra. O solo preferencial para estas espécies deve ser bem drenado, pois solo muito húmido pode destruir a planta, devido ao apodrecimento das raízes. Estas podem sobreviver em solos altamente alcalinos, apesar de crescer melhor em solos com Ph neutro.
Utilizações:
Os membros desta espécie são utilizados frequentemente na culinária, tanto na produção de pratos salgados (para temperar aves, carne de porco e caça) como na produção de pratos doces.
Os espécimes desta espécie são também utilizados na perfumaria, particularmente na produção de perfumes, sabonetes e desodorizantes, sendo também utilizadas na medicina e em momentos religiosos devido às suas propriedades estimulantes.
Na medicina tradicional o alecrim é utilizado para o tratamento de algumas condições médicas, como por exemplo dores de cabeça, cólicas e constipações.
Esta planta está também associada à memória, sendo muitas vezes usado por estudantes durante a época de exames. No entanto, alguns dos produtos do alecrim (como o seu óleo) não devem ser utilizados por pessoas mais frágeis, como por exemplo mulheres gravidas.
Nas igrejas e tempos, o alecrim é queimado como incenso e em alguns casos o seu óleo é utilizado para a realização de sacramentos, visto ser considerado um símbolo para a lembrança.
O odor característico das suas flores e a capacidade de resistirem a períodos elevados de seca contribuem para a sua utilização como planta ornamental, sendo apreciada como limite de jardins.
Estas são ainda bastante tolerantes a pragas, sendo consideradas de fácil cultivo, no entanto, quando mantida no interior pode ser suscetível a algumas pragas como o míldio.
A sua utilização nas mais variadas áreas levou ao cultivo intensivo desta espécie, nos mais variados cultivares, no entanto, o alecrim foi considerado como uma espécie não ameaçada, existindo de forma abundante tanto na natureza como em culturas privados.
References:
Rosmarinus officinali. Missouri Botanical Garden. Consultado em: Fevereiro 28, 2017, em http://www.missouribotanicalgarden.org/PlantFinder/PlantFinderDetails.aspx?kempercode=b968
Alecrim (rosmaninho) Rosmarinus officinali. “www.florestar.net” Consultado em: Fevereiro 28, 2017, em http://www.florestar.net/alecrim/alecrim.html
Bramley, Gemma; Grace, Olwen; Tredwell, Emma. Rosmarinus officinalis (rosemary). Royal Botanic Gardens, Kew.Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado em: Fevereiro 28, 2017, em http://www.kew.org/science-conservation/plants-fungi/rosmarinus-officinalis-rosemary