Doenças sexualmente transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis (dst) dizem respeito a enfermidades que se propagam a partir de relações sexuais não protegidas.

Doenças sexualmente transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis (dst) dizem respeito a enfermidades que se propagam a partir de relações sexuais não protegidas. No entanto a maioria dos indivíduos não está devidamente informada sobre o risco de contágio pelo que é imprescindível incidir sobre essa questão.

 

As razões que levam à importância de compreender os meios de infeção por DST é a forma como os indivíduos se comportam em relação a elas, que nem sempre é a mais adequada, como é o caso das profissionais do sexo, que não utilizam o mesmo método com o namorado/parceiro/marido que utilizam com os clientes (Oltramari, & Camargo, 2004). Por vezes as profissionais experienciam situações de risco devido à tentativa de muitos clientes de obter relações sexuais desprotegidas a troco de mais dinheiro (Oltramari, & Camargo, 2004).

“(…) como eu tive coragem, às vezes o dinheiro fala mais alto. No meu caso, muitas vezes o dinheiro falou mais alto.” (cit in Oltramari, & Camargo, 2004, p.6).

Por outro lado, a promoção por parte das Organizações Não Governamentais (ONGs) de programas que visam a prevenção do contágio, recebe bastante adesão por parte destas profissionais que procuram obter cada vez mais informação sobre dst (Oltramari, & Camargo, 2004).

Outra população que também merece bastante atenção quanto ao seu comportamento perante as dst, são os adolescentes que assumem ideias erróneas e machistas pautadas pela desconfiança quando se trata do uso do preservativo aquando da relação sexual devido à associação direta do preservativo com as dst (Oltramari, & Camargo, 2004).

Silva, Buchalla, Paiva, Latorre, Stall e Hearst, 2002, observaram nos seus estudos que, no que diz respeito ao uso do preservativo, muitos jovens não sabem colocar, embora estejam convencidos de que sabem.

Para Oltramari e Camargo (2004) também se verifica que os adolescentes assumem objetivos concretos e diferentes para o preservativo e para os métodos contraceptivos, assumindo que o primeiro serve apenas para a prevenção de dst e os segundos para a prevenção da gravidez.

Quanto ao fator sensibilidade, de acordo com um estudo feito com uma grande parte dos jovens, quando se trata do urso de preservativo, referem que “o sexo não é igual quando feito cm camisinha”, porque a mesma fica diminuída, e consequentemente, o prazer (Silva et al, 2002).

Além disso ainda se encontram associados às dst fatores como a necessidade de afirmação, os afetos, os desejos, as normas, os valores, as informações obtidas, entre outros fatores (Oltramari, & Camargo, 2004).

O uso ou não uso do preservativo é, deste modo, relacionado com questões como o fato de conhecer o/a parceiro/a, confiar e ainda, achar que não está contaminado/a por dst (Silva et al, 2002).

A falta de informação entre a população jovem tem ainda o acréscimo de que muitos deles  não conhecem mais dst além do HIV e da gonorréia, desconhecendo dst como, por exemplo, a Sífilis (Silva et al, 2002).

Há ainda estudantes do ensino superior de certos estados do Brasil que assumem doenças como o HIV como proveniente de comportamentos promíscuos, pelo que as mulheres associam a mesma à ausência de informação e os homens ao descuido durante a relação (Oltramari, & Camargo, 2004).

A partir daqui, as mulheres, como método de prevenção, assumem relacionamentos sérios e fieis, partindo do princípio que este tipo de comportamento é um método seguro, embora o mesmo seja apenas um mito criado pela sociedade (Oltramari, & Camargo, 2004).

Em algumas situações, as mulheres casadas tentam negociar o uso do preservativo na procura de obter alguma possibilidade de prevenção e as solteiras impõem mesmo o uso do mesmo (Oltramari, & Camargo, 2004).

Um dos mitos que são frequentemente associados à prevenção das dst é que a utilização de dois preservativos em vez de um, protege mais, no entanto, esse comportamento prejudica, facilitando mesmo o contágio (Oltramari, & Camargo, 2004).

Outro mito que muitas vezes acontece é a crença de que “só acontece aos outros” o que leva a que muita gente se pense longe de ficar infetada, contudo, no caso de profissionais do sexo, apesar do descuido em relação ao parceiro fixo, a relação sexual com os clientes é vista como um fator de risco eminente e bastante próximo (Oltramari, & Camargo, 2004).

Conclusão

Segundo os estudos de diferentes autores podemos concluir que o comportamento relacionado com a prevenção de dst é preocupante na população em geral, visto que a maioria ainda não está devidamente informada tanto sobre as diferentes dst que existe, como sobre os meios de contágio. Em grande parte dos casos, o uso do preservativo acontece apenas ou junto de clientes, no caso de profissionais do sexo, ou em relações sexuais casuais, como por exemplo, entre os jovens. Por esse motivo é preciso encontrar programas motivadores para toda a população, no sentido de elucidar melhor sobre os perigos do contágio por dst.

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References:

  • Oltramari, L.C., & Camarfo, B.V. (2004). Representações sociais de profissionais do sexo sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e contracepção. [em linha] PEPSIC – Periódicos Eletrônicos em Psicologia – pepsic.bvsalud.org. Psicol.teor.prat.v.6.n.2: 75-87. Acedido a 24 de maio de 2016 em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872004000200007
  • Silva, W.A., Buchalla, C.M., Paiva, V., Latorre, M.R.D.O., Stall, R., & Hearst, N. (2002). Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids entre jogadores juniors. Prevention of sexually transmitted diseasesand AIDS among junior professional players. [em linha] SCIELO – scielosp.org. Rev Saúde Pública; 36(4Supl): 68-75.
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