Descrição do género Euphorbia
Designação científica (designação comum) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Malpighiales | Euphorbiaceae | Euphorbia | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
Ásia, África, América | algumas espécies em perigo de extinção | Zonas tropicais | nenhuma em especial | algumas são anuais |
Características Físicas |
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Anatómicas | muitas espécies com características de suculenta, caule com espinhos, por vezes também as folhas |
Tamanho | entre o 15 centímetros e os 9 metros de altura |
Algumas espécies podem ter evoluído de forma convergente com a familia dos cactos |
Euphorbia é a designação de um género pertencente à família Euphorbiacea. O género Euphorbia está inserido na ordem Malpighiales, pertencente à classe Magnoliopsida, que faz parte do filo/ divisão Magnoliophyta.
O género Euphorbia é um dos maiores géneros das angiospérmicas (plantas com flor), reunindo cerca de 2000 espécies, que representam uma grande variedade de indivíduos. Neste género estão incluídas pouco mais de 2000 espécies, dessas cerca de 800 são suculentas.
Os indivíduos deste género são muitas vezes confundidos com os elementos da família Cactaceae, devido à presença de espinhos nos seus caules suculentos. Esta semelhança entre as duas famílias pode evidenciar uma evolução convergente destas.
Principais características:
As espécies pertencentes ao género Euphorbia podem ser suculentas ou apresentar um porte herbáceo ou arbóreo, consoante a espécie, no entanto, a grande maioria das espécies possui um porte arbustivo. Estes indivíduos podem ser perenes ou caducas, algumas espécies são anuais ou vivem vidas muito longas, estas diferenças devem-se ao tipo de espécie observada.
O caules das espécies deste género tanto pode ser aéreo como subterrâneo, dependo da espécie que está a ser considerada. A grande diversidade de espécies do género Euphorbia pode atingir alturas de 15 centímetros no mínimo até valores ligeiramente superiores a 9 metros.
As folhas podem ser opostas ou alternas, apresentando formas oblongadas com margens serrilhadas. As inflorescências deste género caracterizam-se pela sua coloração vermelha e pela presença de estruturas que se assemelham a pétalas, mas que na verdade não o são, estas estruturas não fazem parte da flor verdadeira.
Apesar da cor vermelha ser a mais comum, é possível encontrar inflorescências com outras cores como amarelo, branco ou mesmo verde, dependo do tipo de crescimento, do tempo de exposição solar que os rebentos receberam, assim como da espécie considerada.
A estas inflorescências dá-se o nome de ciátio. Esta inflorescência é formada por um conjunto de flores envoltas por grandes brácteas coloridas que se assemelham a pétalas. As flores que formam o ciátio podem ser unissexuais masculinas ou femininas sem pétalas, no entanto, os elementos deste género podem ser dióicos ou monóicos consoante a espécie.
Os indivíduos deste género, assim como outros pertencentes à mesma família, produzem um líquido esbranquiçado, que possui propriedades tóxicas, designado por látex. Esta substancia é nociva e irritante quando em contacto com a pele, sendo a causa de diversas irritações ou inflamações, devendo este contacto ser evitado.
Os frutos são cápsulas, ou podem assumir a forma de drupas. Estes são trilobados e deiscentes, podendo disseminar as sementes através de uma explosão, ou simplesmente abrir em determinadas partes para dispersa-las. As sementes são geralmente pequenas e ovóides, provenientes de um ovário supero.
Estas espécies, assim como algumas espécies de Cactos, possuem adaptações na sua estrutura que lhes permitem adaptar-se a climas quentes, conservando uma elevada quantidade de água nos seus tecidos. Outra semelhança com os Cactos é a presença de espinhos, no entanto, os espinhos das eufórbias surgem geralmente aos pares, enquanto nos cactos estes são encontrados em grupo.
Distribuição e utilizações:
Este género contém cerca de 2000 espécies diferentes, sendo que grande parte é tropical. Uma grande parte das espécies de suculentas, deste género, são nativas do continente africano, podendo surgir em diversos outros continentes, desde que apresentem um clima quente.
A produção de algumas espécies de Euphorbia pode ocorrer em regiões mais frias, no entanto, geralmente essas culturas são criadas em estufas. A capacidade de dispersão de algumas espécies é muito elevada podendo torna-las em espécies invasivas, quando encontram as condições ideais.
As espécies deste género crescem em praticamente todo o tipo de solo e em diversos tipos de condições, desde que possuam uma elevada exposição solar. Alguns indivíduos podem ser encontrados nas margens das estradas ou em terrenos baldios. Certas espécies do género Euphorbia toleram Invernos frios, no entanto, não são tolerantes à ocorrência de geadas, podendo morrer como consequência da exposição.
A seiva de algumas espécies deste género era utilizada como tratamento para vários cancros mais superficiais, como por exemplo alguns cancros de pele. A seiva pode também ser utilizada no tratamento de diversas doenças, como por exemplo abcessos, reumático ou tosse.
Além das propriedades medicinais, a seiva de determinadas espécies é altamente comercial devido à presença de látex, utilizado em diversas industrias. As espécies do género Euphorbia podem ser produzidas também para intuitos comerciais, por exemplo, as plantas conhecidas como Estrelas de Natal, são Euforbias muito vendidas no natal. Outras espécies (com porte arbóreo) são produzidas para a obtenção de madeira, muito apreciada para a produção de carvão.
References:
Esser, H.-J. (2009). Neotropical Euphorbiaceae: Milliken, W., Klitgård, B. & Baracat, A. (2009 onwards), Neotropikey – Interactive key and information resources for flowering plants of the Neotropics. Consultado em: Abril 30, 2016, em http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Euphorbiaceae.htm.
Rahman, A.H.M. Mahbubur, and Momota Akter. “Taxonomy and Medicinal Uses of Euphorbiaceae (Spurge) Family of Rajshahi, Bangladesh.” Research in Plant Sciences 1.3 (2013): 74-80.