Liliales- descrição da ordem
Liliales é a designação de uma ordem de angiospérmicas, isto é, plantas com flor. Esta ordem pertence à classe Liliopsida, que se encontra na divisão/ filo Magnoliophyta.
As liliales dividem-se em 11 famílias, segundo o sistema APG, tratando-se de um grupo monofilético. A distribuição das espécies nesta ordem tem sido motivo para muita discussão entre os taxonomistas, não havendo ainda uma distribuição completamente aceite por todos.
A determinação do ancestral é muito complicada, visto tratar-se de uma ordem com uma constituição cromossómica bastante complexa. A diferenciação dos vários géneros devera ter ocorrido de forma gradual ao longo da evolução destas.
Uma espécie muito associada a esta ordem é o lírio. Este pertencente ao género lilium, que possui um grande número de espécies e de cultivares, devido ao seu interesse económico como espécie ornamental.
Características:
Liliales | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Liliopsida | Liliales | – | – | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
cosmopolita | – | regiões tropicais, subtropicais ou temperada | – | – |
Características Físicas |
|
Anatómicas | porte herbáceo, perene, raízes associadas a fungos, flores em inflorescências cimosas |
Tamanho | depende da espécie |
Monocotiledónea |
Os membros desta ordem possuem um porte herbáceo, no entanto, também podem ser encontrados arbustos ou trepadeiras. A família Corsiaceae, associada à ordem Liliales, é considerada heterotrófica pois não produz o seu alimento, visto serem incapazes de realizar fotossíntese. Os seus membros são perenes, mas podem surgir indivíduos caducifólios.
Os caules surgem geralmente como órgãos de acumulação, por exemplo os rizomas e os bolbos. As suas raízes encontram-se muitas vezes associadas a fungos micorrizais. As suas folhas apresentam uma distribuição elíptica, com uma venação reticulada.
Esta ordem corresponde a uma ordem de monocotiledóneas, visto o seu embrião apenas possuir um cotilédone no início do seu desenvolvimento.
As suas flores são formadas por tépalas coloridas de grandes dimensões, não apresentando diferenciação entre as sépalas e as pétalas. Por vezes, as suas flores podem formar inflorescências cimosas.
Os estames surgem em pequeno número. A maioria destes indivíduos possui nectários nas suas tépalas. As anteras encontram-se voltadas para o exterior, favorecendo a polinização por insetos e algumas aves.
O ovário pode ser supero ou ínfero, consoante a espécie. Estes indivíduos produzem numerosos óvulos, com diversos carpelos. A sua semente é geralmente endospérmica, apresentando uma camada exterior distintiva, atribuindo uma coloração negra à semente.
Distribuição:
O registo fóssil destes indivíduos não é muito vasto, visto tratarem-se maioritariamente de espécies herbáceas, o que dificulta a sua preservação através da fossilização. No entanto, fosseis de pólen, associados a esta ordem, são encontrados com bastante frequência.
Os estudos desta ordem apontam para que tenha surgido no início do cretáceo, há mais de 100 milhões de anos (ordem datada em 2004 por Janssen e Bremer, com mais de 117 mil anos), no entanto, é impossível afirmar com certeza quando terão surgido pela primeira vez. Devido à sua datação estas são consideradas um dos grupos mais primitivos de monocotiledóneas.
A sua distribuição é cosmopolita, visto encontrar-se amplamente espalhada. A maior parte das famílias encontra-se distribuída principalmente pelo hemisfério norte, no entanto, existem algumas famílias que são específicas do Hemisfério Sul, em particular no continente americano e na Oceânea.
Os habitats preferenciais desta ordem encontram-se nas regiões tropicais, subtropicais ou temperadas, de acordo com a espécie. Alguns dos seus membros dão preferência a solos pedregosos, enquanto outros preferem solos mais macios. Certas espécies preferem ambientes mais sóbrios, vivendo em bosques, mas outras preferem a exposição solar para se desenvolverem melhor.
O seu cultivo como plantas ornamentais levou à introdução de diversas espécies em novos ambientes, por todo o mundo, tendo algumas delas escapado para a natureza.
Utilizações:
A maioria dos indivíduos, inseridos nesta ordem, é utilizada como espécies ornamentais. Um grande número de espécies da ordem Liliales é cultivado pelo interesse nas suas flores, em particular o género Lilium.
Algumas espécies desta ordem são importantes fontes de alimento, tendo sido utilizadas durante séculos, ao mesmo tempo que fornece um contributo importante na medicina, pois podem ser utilizadas na produção de algumas drogas, por exemplo colquicina, um composto alcaloide.
References:
Traub, Hamilton P.; Kress, W. John . Liliales. Encyclopædia Britannica, inc. Consultado em : Maio 31, 2017 em https://www.britannica.com/plant/Liliales
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Vinnersten, Annika; Bremer, Kåre (2001). Age and biogeography of major clades in Liliales. American Journal of Botany. Am. J. Bot. vol. 88 no. 9 1695-1703. Consultado em : Maio 31, 2017 em http://www.amjbot.org/content/88/9/1695.long