Descrição da família Oleaceae
Oleaceae é a designação atribuída a uma família de angiospérmicas, isto é, uma família de plantas com flor. Esta família pertence à ordem Lamiales, que está inserida na classe Magnoliopsida. Alguns investigadores acreditam que devido às diferenças encontradas na morfologia desta família, esta deveria possuir uma ordem própria.
Esta família corresponde a cerca de 25 géneros (segundo a última revisão taxonómica feita a esta família) que reúnem cerca de 600 espécies. A espécie mais reconhecida desta família é a oliveira (Olea europaea) devido à sua utilização na produção de azeite.
Oleaceae | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Lamiales | Oleaceae | – | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
cosmopolita | maioria espécimes cultivados | ambientes florestais, solarengos | nenhuma especifica, solos bem drenados | – |
Características Físicas |
|
Anatómicas | Porte arbóreo ou arbustivo, com uma copa piramidal |
Tamanho | Varia com a espécie, podendo atingir grandes dimensões |
Investigadores acreditam que esta família deveria possuir uma ordem própria |
Principais características:
A família Oleaceae possui um porte arbóreo ou arbustivo, uma pequena minoria pode ser trepadeira. Estes indivíduos podem ser caducos (particularmente os que habitam os climas temperados) ou perenes (quando habitam em climas tropicais).
As espécies desta família apresentam normalmente crescimento secundário (lenhina), no seu caule, sendo que os machos crescem mais do que as fêmeas. As copas das espécies arbóreas adquirem inicialmente uma forma piramidal, que acaba por desaparecer com o seu desenvolvimento.
As suas folhas podem ser simples ou compostas, com margem inteira ou serrilhada e apresentando uma disposição oposta ou alterna. Estas encontram-se ligadas ao caule por um pecíolo, podendo apresentar uma forma oblonga ou oval.
A coloração das folhas de algumas espécies altera-se com a chegada do outono, inicialmente possuem uma coloração esverdeada e posteriormente adquirem tons avermelhados ou amarelados.
As suas flores são hermafroditas, podendo ser agrupadas em inflorescências, geralmente racemos. Em alguns géneros surgem espécies dioicas, sendo que cada planta possui apenas um sexo. A sua corola pode apresentar a forma de funil, apresentando geralmente 5 pétalas diferenciadas, em algumas espécies surgem apenas 4 pétalas, e 4 sépalas. Estes indivíduos apresentam um pequeno número de estames e de carpelos, todos férteis.
Estes indivíduos possuem um ovário súpero, bicarpelar e bilocular, com placentação axial. A reprodução dos membros desta família ocorre por polinização cruzada, no entanto, a autopolinização também pode ocorrer, sendo que a polinização realiza-se com o auxílio de polinizadores como as abelhas e as borboletas ou ainda pelo vento.
Os frutos produzidos nesta família podem ser cápsulas, bagas, sâmaras ou drupas, consoante a espécie. As drupas produzidas por esta família apresentam uma cor escura, geralmente arroxeada, ou com uma coloração azulada.
Estes frutos possuem entre 1 a 4 sementes, que podem ser endospérmicas. A dispersão, dos frutos, é realizada por animais frugívoros, como por exemplo as aves, podendo também ser dispersos pelo vento (maioritariamente as sâmaras).
Distribuição:
As espécies pertencentes a esta família apresentam uma distribuição cosmopolita, sendo possível encontrar exemplares em todos os continentes, com exceção da Antártida (e outras zonas frias).
Estes indivíduos são encontrados muitas vezes em ambientes florestais, particularmente em climas tropicais ou em climas temperados (maioritariamente do hemisfério sul). Os membros desta família apresentam uma maior diversidade em certas regiões do continente africano, na Austrália e no sudoeste da Ásia.
Os indivíduos desta família dão preferência a ambientes solarengos, mas que possuem alguma sombra, sendo que a intensidade do sol que cada individuo suporta depende da espécie. Estes indivíduos procuram solos bem drenados, no entanto, estes devem apresentar uma certa humidade.
Utilizações:
As espécies desta família possuem elevado valor económico, seja pela utilização dos seus frutos, da sua madeira, ou mesmo por serem espécies cultivadas como espécies ornamentais.
As oliveiras são utilizadas pela produção do seu fruto (azeitonas), assim como para a produção de azeite (muito utilizado na dieta mediterrânea), sendo um dos mais antigos cultivares. Outros géneros podem ser utilizados para a produção de chás, assim como de perfumes (como por exemplo o jasmim).
O género Fraxinus é muitas vezes utilizado para a produção de madeira, que pode ser utilizada na construção de mobiliário e outros objetos, visto a sua madeira possuir um grande resistência. Alguns elementos deste género apresentam alguma importância ecológica, ao mesmo tempo que são também utilizados para a ornamentação das ruas.
Muitos géneros pertencentes a esta família são cultivados como espécies ornamentais, devido ao aspeto das suas flores e ao cheiro adocicado que libertam, utilizadas para enfeitar jardins e parques.
References:
Oleaceae. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Outubro 31, 2016, em https://www.britannica.com/plant/Oleaceae
Watson, L., and Dallwitz, M.J. (1992 onwards). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Outubro 31, 2016, em http://delta-intkey.com/angio/www/oleaceae.htm
Lombardi, J.A. (2010). Neotropical Oleaceae. In: Milliken, W., Klitgård, B. & Baracat, A. (2009 onwards), Neotropikey – Interactive key and information resources for flowering plants of the Neotropics. Consultado em: Outubro 31, 2016, em http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Oleaceae.htm.