Lauraceae, Família

Descrição da família Lauraceae, as suas principais caraterísticas, os locais onde podem ser encontradas, assim como algumas das suas utilizações…

Descrição da Família Lauraceae

Folhas loureiro

Folhas loureiro

Lauraceae é a designação de uma família de angiospérmicas, que se encontra na ordem Laurales, a qual está inserida na classe Magnoliopsida, correspondendo ao clado eudicotiledónea.

Esta família reúne cerca de 50 géneros e mais de 2500 espécies, no entanto, está família ainda não se encontra completamente organizada, continuando a surgir novas espécies que o integram, ao mesmo tempo que espécies já conhecidas são reorganizadas dentro de diferentes géneros.

Lauraceae
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
 Plantae Magnoliophyta Magnoliopsida Laurales Lauraceae
Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
 regiões tropicais e temperadas  algumas espécies em perigo de extinção  regiões húmidas podendo viver em variadas altitudes  –
Características Físicas
Anatómicas  folhas simples, caducifólias, com disposição alterna ou oposta, flores pequenas organizadas em inflorescências
Tamanho  porte grande, médio ou pequeno, dependendo da espécie
 Trepadeiras são parasitas

Principais características:

As espécies pertencentes à família Lauraceae apresentam um porte arbóreo ou arbustivo, podendo surgir ainda como trepadeiras. Os arbustos possuem um grande porte, enquanto as árvores possuem médio a pequeno porte.

As trepadeiras são geralmente parasitas, pertencendo ao género Cassytha. As árvores e arbustos desta família são geralmente persistentes, no entanto, em alguns casos, podem surgir indivíduos caducifólios.

As folhas dos membros desta família são simples, inteiras, com disposição alterna ou oposta, apresentam uma textura coriácea e cor esverdeada escura. Estas folhas possuem um cheiro caraterístico devido aos óleos que produzem.

As suas flores são pequenas e encontram-se agrupadas em inflorescências, na forma de umbelas, solitárias ou apresentando outras formas, podendo surgir com disposição axial. Estas flores são bissexuais hermafroditas, podendo ser monóicas ou dióicas, dependendo da espécie.

O seu cálice pode ser esverdeado, amarelado ou avermelhado, estando dividido em 6 segmentos que podem ser iguais ou diferentes entre si. O androceu apresenta entre 3 a 12 estames, formando grupos de 3, o seu ovário é súpero e unilocular.

O fruto pode ser carnudo ou lenhoso, sendo designado por drupa, muitas vezes confundido com uma baga. Estes formam normalmente uma única semente com endosperma muito fino ou inexistente. Estas bagas podem apresentar uma cor azulada ou arroxeada, sendo que em algumas espécies o fruto assemelha-se a uma bolota devido à presença de uma cúpula.

A dispersão das suas sementes pode ocorrer devido ao consumo dos frutos por pássaros ou por alguns mamíferos como os macacos e certos roedores. A sua boa capacidade dispersiva pode, em condições adequadas, tornar algumas espécies desta família em espécies invasoras.

Distribuição:

A família Lauraceae possuiu uma distribuição bastante ampla, no entanto, com o final da idade do gelo e com as alterações climáticas formaram-se barreiras que confinaram alguns elementos desta família a pequenos redutos, formando populações relíquias (florestas de Laurissilva).

Estes indivíduos encontram-se particularmente em regiões tropicais ou subtropicais e temperadas, sendo comum encontrar espécies na Europa, Asia e América, existindo espécies endémicas em todos os continentes.

Estas espécies podem ser encontradas em regiões baixas (vales ou planícies) ou em regiões montanhosas, preferencialmente em regiões com elevada pluviosidade e humidade, apesar de existirem indivíduos adaptados a climas áridos.

Estes indivíduos preferem climas quentes apesar de poderem sobreviver em climas mais temperados, estando geralmente associada a ecossistemas florestais, correspondendo a uma das principais espécies florestais nos climas a que está associada. Estes ecossistemas florestais de lauráceas encontram-se distribuídos por todos os continentes, no entanto, a sua abundância pode variar.

A sua importância económica (sobre-exploração), assim como as alterações climáticas e a destruição florestal (abate ilegal) têm vindo a eliminar o habitat de diversas espécies pertencentes a esta família tornando-as espécies em perigo de extinção.

Utilizações:

As várias partes das plantas, desta família, podem ser utilizadas na indústria da cosmética, principalmente devido aos seus óleos. Estes óleos podem também possuir propriedades irritantes ou tóxicas, que podem matar outros seres vivos.

O louro também pertence a esta família, sendo muito utilizado na culinária como tempero, assim como a canela e a cânfora, entre outras espécies. Além das especiarias, esta família também possui espécies cujos frutos são cultivados pela sua utilização culinária.

Além da sua utilização culinária, diversas espécies apresentam propriedades medicinais. A madeira destas árvores possui propriedades aromáticas, sendo ainda muito apreciada pela sua resistência e qualidade. Os seus frutos possuem elevada importância como fonte de alimento de algumas espécies de pássaros.

As populações relíquia possuem elevado valor a vários níveis, nelas encontram-se fauna e flora endémicas da região, além de permitirem aos investigadores obter informações sobre a sucessão ecológica ao longo dos milénios, ao mesmo tempo que atraem turistas e curiosos a esses locais.

A sua grande diversidade tem contribuído para a dificuldade em compreender esta família, sendo necessários mais estudos para que a totalidade das suas propriedades seja conhecida.

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References:

Chanderbali, A.S. (2009). Neotropical Lauraceae. In: Milliken, W., Klitgård, B. & Baracat, A. (2009 onwards), Neotropikey – Interactive key and information resources for flowering plants of the Neotropics. Consultado em: Setembro 30, 2016, em http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Lauraceae.htm.

Baitello, João Batista. (2001). Novas espécies de Lauraceae para a flora brasileira. Acta Botanica Brasilica, 15(3), 445-450. Consultado em: Setembro 30, 2016, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062001000300012

‘Watson, L., Dallwitz, M.J. (1992 – onwards). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Setembro 30, 2016, em http://delta-intkey.com/angio/www/lauracea.htm

Laurales. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Setembro 30, 2016, em https://www.britannica.com/plant/Laurales

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