Conceito de azinheira
Azinheira é a denominação dada aos elementos da espécie Quercus ilex (por vezes também designada por Quercus rotundifolia), pertencentes à família Fagaceae. Estas espécies encontram-se associadas aos carvalhos através do seu género (Quercus), uma vez que este é o mesmo onde são enquadrados os carvalhos. Em Portugal são conhecidas duas subespécies Quercus ilex spp ilex e Quercus ilex spp ballota.
O termo ilex advém da denominação romana atribuída a esta espécie de árvore, posteriormente, tendo sido mantido como restritivo especifico, por Lineu, aquando da sua denominação como espécie.
Os indivíduos pertencentes a esta espécie podem apresentar um porte arbustivo ou arbóreo, chegando a atingir no máximo os 27 metros de altura, sendo mais comum encontrar árvores que rondem os 8 a 12 metros de altura. O seu troco é curto, por vezes torto, possuindo uma cor acinzentada ou acastanhada dependendo da idade do indivíduo.
A sua copa é normalmente densa e ampla, permanecendo sempre com folhas verdes durante todo o ano, uma vez que se trata de uma espécie perene. Estas folhas são normalmente verde-escuras na página superior, apresentam uma forma oblongada-lanceolada.
A margem do limbo é muitas vezes serrilhada, quando jovem, e inteira ou dentada, quando adulta. A sua semelhança das suas folhas com as folhas de azevinho é a razão pela qual, estas árvores, possuem o nome azinheira.
Estas árvores são muito resistentes a altas temperaturas e à dessecação. Assim como suporta bem a existência de poluição. Não se trata de uma espécie que necessite de muitos cuidados, podendo surgir em diversos tipos de solo, desde que este seja bem drenado.
A sua distribuição pode atingir até os 2000 metros de altitude. Esta espécie é extremamente fértil podendo produzir rebentos muito facilmente, apesar de apresentar um crescimento lento.
O seu período de floração ocorre entre Abril e Maio (primavera). As flores masculinas denominam-se de amentos. Os seus frutos são ovóides, com a presença de uma cúpula no topo, possuem o nome comum de bolotas (aquénios). Estes frutos amadurecem e caem das árvores no outono.
As suas bolotas são muitas vezes usadas como fonte de alimento para animais (particularmente porcos e gado), podendo também ser usadas na alimentação do ser humano (cozida, assada ou sob a forma de farinha).
A madeira produzida por estas árvores é usada para a produção de carvão, por vezes, é também usada na construção de habitações e embarcações.
Indivíduos pertencentes a estas espécies podem viver por longos períodos de tempo, normalmente atingem idades que rondam os 300 anos, no entanto, são conhecidos espécimes que atingiram cerca de 1000 anos.
Estas árvores são espécimes típicos das regiões da bacia do mar Mediterrâneo, surgindo frequentemente de forma espontânea nestas regiões, tanto na margem norte como na margem sul da bacia.
Em Portugal encontram-se espalhadas por quase todo o território, com excepção das zonas norte e centro litorais. Trata-se de uma espécie característica da região alentejana, onde forma normalmente montados (sistemas criados pelo ser humano, semelhantes a savanas com uma grande população herbácea e algumas árvores dispersas na paisagem) de azinho. Estes montados possuem normalmente o objectivo de produção de madeira ou de bolota.
As azinheiras podem também ser encontradas em plantações conjuntas com sobreiro ou outras espécies, sendo muito fácil a ocorrência de hibridação. O seu uso como planta ornamental é bastante comum.
Devido à sua importância estas árvores possuem um estatuto de espécie protegida em Portugal, sendo necessário o pedido de uma autorização para o seu abate ou para qualquer intervenção sobre o individuo.
Palavras-chave:
Quercus
Bolotas
Fruto
Espécie protegida
References:
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Azinheira, Quercus rotundifolia. Florestar.net Consultado em: Setembro 30, 2015, em http://www.florestar.net/azinheira/azinheira.html