Mimusops coriacea (Abricoteiro) – Descrição da espécie
Mimusops coriacea é uma espécie de árvore frutífera comummente designada por Abricoteiro ou Abricó-da-praia. Esta espécie faz parte do género Mimusops, que se encontra na família Sapotaceae, incluída na ordem Ericales, que faz parte da classe Magnoliopsida, inserida no filo Magnoliophyta.
Esta espécie encontra-se associada a diferentes nomenclaturas como por exemplo Imbricaria coriácea, Mimusops bojeri, ou ainda Mimusops indica, entre outras designações, visto diferentes autores nomearem estes indivíduos de forma diferente.
Características:
Mimusops coriacea (abricoteiro) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Ericales | Sapotaceae | Mimusops | Mimusops coriacea |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
Zonas tropicais do Hemisfério Sul | Não aplicável | Zonas húmidas e quentes | não especificas | – |
Características Físicas |
|
Anatómicas | Porte arbóreo ou arbustivo, copa frondosa, flores pequenas e brancas, frutos carnudos de cor acastanhada e polpa alaranjada |
Tamanho | Atinge os 12 metros de altura quando em cultivo |
Possui uma grande variedade de sinónimos |
Os membros desta espécie apresentam um porte arbustivo ou arbóreo que pode atingir até 12 metros de altura, quando cultivado nas condições mais favoráveis, quando em ambiente natural pode atingir dimensões maiores. A copa destes indivíduos é bastante densa e possui geralmente uma forma globosa.
As suas folhas são simples, grossas e coreáceas, apresentando um aspeto brilhante e uma forma oblonga. A sua coloração é verde escura na página superior e mais claro na página inferior. Estas folhas agrupam-se geralmente na extremidade dos ramos, possuindo uma distribuição alterna. Os membros desta espécie são geralmente perenes.
As flores destes indivíduos são pequenas, de coloração esbranquiçada, sendo muitas vezes hermafrodita. Estas flores podem surgir individualmente ou formando inflorescências. Estes indivíduos possuem cerca de 4 sépalas, 4 pétalas e oito estames por flor. A floração destes indivíduos ocorre normalmente durante a estação mais chuvosa.
Os frutos carnudos ovóides apresentam um diâmetro que pode atingir até 5 centímetros, sendo quando se encontram completamente maduros são libertados pela árvore. Os abricós, frutos desta espécie, são de coloração amarela, tanto no exterior como no interior, sendo a sua polpa bastante cremosa.
O seu sabor é caracteristicamente doce, apesar de não ser muito apreciado por adultos. Os frutos possuem cerca de 4 sementes de cor escura, com a presença de taninos, o que contribui para o sabor do fruto.
Estes frutos surgem com regularidade durante todo o ano, particularmente nos meses de março, junho e outubro, no entanto, depende da região onde são cultivados.
Distribuição:
Os membros desta espécie encontram-se maioritariamente por todo o Hemisfério Sul, possivelmente originário das ilhas de Madagáscar. A maior parte da sua distribuição deve-se ao seu cultivo como árvore de fruto, sendo comum encontrar espécimes tanto na costa de África, como nas praias do Brasil, razão pelo qual são conhecidos como Abricó-da-praia.
Apesar de não ser comum encontrar estes indivíduos no Hemisfério norte, estes podem ocorrer de forem introduzidos. Uma vez que se trata de uma espécie cultivada é possível encontrar alguns espécimes em solos perturbados, ou formando florestas em zonas costeiras, sendo encontrada frequentemente a baixas altitudes. Estes indivíduos podem tornar-se invasores se encontrarem boas condições para se poderem dispersar no território, no entanto, de momento não possuem nenhum estatuto de conservação.
Estes indivíduos são bastante resistentes, tanto ao vento como à salinidade, sendo comum planta-los perto de praias. Não são plantas muito exigentes, pois não necessitam de solos férteis, de Ph específicos, para se desenvolverem adequadamente, no entanto, exigem solos bem drenados, boa exposição solar e regiões bastante húmidas com precipitação regular e poucos períodos de seca.
Utilizações:
Os elementos desta espécie correspondem a uma árvore de frutos comestíveis, com algum interesse económico no Hemisfério Sul. Os seus frutos podem ser consumidos sem serem cozinhados, possuindo algumas propriedades medicinais.
Estes frutos são pouco apreciados pelas aves, mas fazem parte da dieta de alguns roedores, como os esquilos, assim como da alimentação de algumas espécies de tartarugas, particularmente das tartarugas gigantes.
Além dos seus frutos, também a sua madeira apresenta interesse económico, sendo muitas vezes utilizada na construção civil, na construção naval e para a criação de móveis e objetos decorativos.
O óleo das sementes pode ser utilizada na produção de tintas, enquanto as sementes são utilizada na produção de peças de artesanato, como colares.
A sua tolerância a condições marítimas, contribuiu para a utilização desta árvore como elemento paisagístico em regiões costeiras, visto a sua copa frondosa contribui para a criação de zonas de sombra.
References:
lazarini, Luciane (1998).Polissacarídeos de Mimusops coriacea (A. de Candolle) Miquel (abricó). Monografia para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Brasil. Consultado em: Janeiro 31, 2017, em : http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/33362/Monografia%20Luciane%20Lazarini.pdf?sequence=1
Laurent, Gautier; Nusbaumer, Louis; Garratt, Rhéa ; Randrianaivo, Richard ; Phillipson, Peter B. (2012). Mimusops coriacea (A. DC.) Miq. (Sapotaceae): nomenclature, distribution and ecology. Notes on the flora of Madagascar, 22-25 – 149 Candollea 67(1) : 148-151 Conservatoire et Jardin Botaniques de Genève