Hepatophyta, Filo

Descrição do filo Hepatophyta, as principais características dos elementos pertencentes a este filo, assim como os locais onde podem ser encontradas…

Descrição do filo Hepatophyta

Marchantia, pertencente ao filo Hepatophyta

 

Hepatophyta (Hepaticas)
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
 Plantae Hepatophyta

 

Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
regiões tropicais Não foi estudado ambientes húmidos e escuros solos férteis, ricos em minerais

 

Características Físicas
Anatómicas possuem rizóides, filóides; estes podem ser talosos ou folhosos dependendo da espécie
Tamanho  varia consoante as espécies, podendo apresentar um crescimento horizontal ou um crescimento vertical
 ser autotrófico

 

Hepatophyta é a designação atribuída ao filo a que pertencem as hepáticas, sendo que a espécie mais associada a este filo designa-se por Marchantia. A organização d0 filo Hepatophyta ainda causa alguma controvérsia entre os investigadores, assim como a sua designação. Este filo pode assumir diversos outros nomes, provocando por vezes alguma confusão.

As outras designações associadas a este filo são Marchatiophyta ou ainda Hepaticophyta. Ainda existe alguma controvérsia em relação à distribuição destes indivíduos, sendo que há relativamente pouco tempo as hepáticas estavam associadas aos musgos e pertenciam ao filo Bryophyta. Apesar de se tratar de um filo, na literatura, é comum designar-se por divisão, o termo filo é normalmente associado à zoologia.

 As hepáticas correspondem a um grupo muito antigo, sendo as plantas pertencentes a este filo muito simples, não possuindo vasos condutores. Este filo é constituído por milhares de espécies diferentes, todas muito simples e de pequenas dimensões (no máximo alguns centímetros), sendo por vezes associadas aos musgos.

Descrição:

Os seus órgãos de fixação denominam-se por rizoides, sendo muitas vezes unicelulares. Estas estruturas desempenham muitas das funções realizadas pelas raízes (nas plantas mais evoluídas) uma vez que para além da fixação ao solo, também absorvem os minerais e a água que as hepáticas necessitam.

Após a sua observação ao microscópio é possível distinguir dois tipos diferentes de rizoides, sendo que as diferenças encontradas entre eles podem dever-se às suas funções. Alguns investigadores afirmam que os rizoides que possuem uma parede ornamentada são responsáveis pela absorção, enquanto os de parede lisa são responsáveis pela fixação da planta ao solo.

Estes indivíduos podem ser talosos ou folhosos consoante a espécie, tendo esta diferenciação ocorrido há milhares de anos. As espécies folhosas são as que possuem uma maior semelhança com os musgos. Algumas espécies possuem uma estrutura interior um pouco mais complexa do que seria de esperar de uma espécie hepática.

As hepáticas folhosas possuem caulóide e três fileiras filídios. O gametófito destas hepáticas é bastante ramificado e plano crescendo de forma paralela ao substrato. Neste caso os anterídios formam-se num ramo lateral com filídios modificados.

As hepáticas talosas possuem um gametófito achatado que adere ao solo devido à presença dos rizoides. O esporófito destas hepáticas apresenta uma cápsula coberta por uma caliptra, produzindo elatérios ao mesmo tempo que produz esporos.

Estas apresentam diversos cloroplastos por célula, particularmente na porção dorsal (particularmente nas hepáticas talosas), uma vez que se tratam de seres autotróficos, que produzem o seu próprio alimento. No entanto, não apresentam folhas verdadeiras e não produzem flores, nem frutos.

As suas células epidérmicas apresentam cutícula que impede a dessecação (permite ao individuo conservar água), no entanto, esta característica não é comum a todas as espécies deste filo. A existência desta cutícula exige a presença de um poro que permite o contacto entre o ambiente e o interior da planta e favorece as trocas gasosas.

O gametófito de algumas hepáticas é muito semelhante ao presente em alguns musgos. No entanto, o das hepáticas apresenta simetria bilateral, sendo esse facto muitas vezes usado para permitir a distinção entre membros destes grupos. O gametófito é normalmente protegido por escamas, podendo ser uni- ou bissexuado dependendo da espécie. O esporófito encontra-se normalmente dentro do gametófito, como ocorrem em outras espécies de plantas muito simples.

Reprodução:

A sua reprodução pode ser assexuada através da fragmentação ou da criação de gemas, podendo realizar propagação vegetativa. Estas características podem explicar a sua rápida dispersão num território. As gemas formam-se numa estrutura particular da hepática, muitas vezes com forma de taça, esta estrutura facilita a posterior disseminação das gemas.

Além da reprodução assexual, estes indivíduos também podem apresentar reprodução sexuada, devido à presença gametângios. Estas estruturas encontram-se normalmente eretas, passando a designar-se por gametóforos. Os gametóforos podem apresentar formas diferentes consoante a espécie ou o sexo que possuem, em alguns casos assumem a forma de disco (anteridióforo), ou a forma de um guarda-chuva (arquegonióforo).

O gametângio masculino denomina-se por anterídio, enquanto o feminino denomina-se arquegónio. Estas estruturas podem ser encontradas dentro do talo ou estendendo-se para o exterior a partir dele, dependendo da espécie. As suas células sexuais são os anterozoides e a oosfera.

A produção dos esporos ocorre no esporófito, sendo que a sua dispersão não se deve a nenhum mecanismo em especial. A decomposição da parede do esporófito permite a libertação dos esporos, que posteriormente caem no solo ou são levados pelo vento ou pela água das chuvas. A existência de elastérios associados ao esporo facilita a sua dispersão.

A fase gametófita é a fase dominante do seu ciclo de vida, no entanto, também apresenta uma fase esporófita. Normalmente o gametófito forma-se directamente do esporo, no entanto, isso não ocorre em todas as espécies.

Distribuição:

Os indivíduos pertencentes a este filo desenvolvem-se preferencialmente em locais húmidos e escuros, sendo comum o seu desenvolvimento após a ocorrência de chuvas. Diversas espécies preferem ambientes tropicais, apesar de poderem surgir também em regiões temperadas, desde que exista muita humidade.

Estas plantas podem colonizar diversos tipos de solo, assim como rochas ou mesmo troncos de árvores. As hepáticas possuem muitas espécies epífitas, assim como algumas espécies aquáticas, apesar de estas últimas não serem muito comuns. Estes formam grandes grupos, muitas vezes assemelhando-se a tapetes que cobrem grandes superfícies.

Estes indivíduos não suportam bem a competição com outros seres preferindo por isso micro-habitats como um pequeno número de espécies, preferencialmente sem outras espécies. Normalmente são encontrados na companhia de algumas espécies de musgos.

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References:

“Hepatophyta.” (2004) A Dictionary of Biology. Encyclopedia.com. Consultado em: Março 11, 2016, em http://www.encyclopedia.com/doc/1O6-Hepatophyta.html

liverwort. (2016). Encyclopædia Britannica. Consultado em: Março 11, 2016, em http://www.britannica.com/plant/liverwort

Antunes, Teresa (2006). Botânica: A passagem à vida terrestre. Atlas e Texto. Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Lidel, edições tecnicas Lda. Lisboa, Portugal

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