Canis lupus (lobo)

Descrição da espécie Canis lupus, as suas principais caraterísticas, habitat, formas de alimentação, subespécies associadas a esta espécie…

Canis lupus é o nome cientifico associado ao lobo, em particular o lobo cinzento. Por vezes surge com a indicação de uma subespécie, devido aos diferentes tipos de lobo que existem.

Espécie ancestral dos atuais cães domésticos (Canis lupus familiaris),está também associada a outras subespécies, como os dingos (Canis lupus dingo).

O Canis lupus é um mamífero canideo, associado à família Canidea, ordem Carnivora e à classe Mammalia. Outras espécies associadas à designação de lobo são o Canis rufus (lobo vermelho) e o Canis simensis (lobo etíope), outras “espécies” correspondem a subespécies destas.

Canis lupus (Lobo)
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
Animalia Chordata Mammalia Carnivora Canidea Canis C. lupus
Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Dieta Predação  Longevidade
Global Pouco preocupante Variavel Carnívoro Homem, Coiote 5 – 13 anos
Características Físicas
Anatómicas Corpo longo, delgado, pelo entre o branco e preto
Dimorfismo Sexual O macho é maior que a fêmea
Tamanho 1 – 1,3 m
Peso 30 – 80 kg

Características

Canis lupus

Os machos atingem entre 1 metros e 1,3 metros de comprimento desde a ponta do nariz até à ponta da cauda e pesam entre 30kg a 80kg. As fêmeas são normalmente mais pequenas, sendo que o seu cumprimento varia entre 0,87 metros e o 1,17 metros, o seu peso varia entre os 23 e os 55 kg.

Os lobos apresentam uma região peitoral mais estreita do que os cães domésticos, com uma caixa torácica profunda. A cauda dos membros desta espécie encontra-se maioritariamente na horizontal, quando correm, possuindo um grande comprimento.

A pelagem do Canis lupus, mais longa nos indivíduos perto do ártico. Esta pode assumir uma grande variedade de tons, desde o branco (região do ártico) ao preto, passando por colorações intermédias como o castanho e o cinzento, ou mesmo apresentar diversas tonalidades em simultâneo.

Os lobos cujo pelo possui várias tonalidades não são muito frequentes, sendo mais comuns no continente americano. A coloração depende principalmente da região onde os indivíduos vivem, pois esta tem como principal função a camuflagem. Os lobos que vivem mais a norte possuem uma camada de gordura por baixo do pelo, que funciona como isolante contra o frio.

O principal sentido dos lobos é a audição, as suas orelhas podem apresentar diferentes tamanhos consoante o ecossistema em que o Canis lupus está inserido. A visão noturna está mais desenvolvida do que a visão diurna, pois estes predadores caçam durante a noite. As crias nascem cegas e surdas, sendo estes sentidos desenvolvidos nas primeiras semanas de vida.

Comportamentos

Canis lupus em comunidade

Alguns dos comportamentos do lobo são ainda desconhecidos, assim como o seu impacto no ecossistema em que habitam, no entanto, é reconhecido que, na maior parte dos seus habitas, estes comportam-se como predadores de topo. Isto é não possuem muitos predadores próprios. Alguns dos predadores que podem atacar os lobos são coiotes, outros lobos, ou o ser humano.

Estes animais vivem de forma social, podendo formar alcateias com até 36 indivíduos, apesar de geralmente serem bastante menos. Os lobos formam sociedades hierarquizadas com a existência de um macho e uma fêmea alfa, considerados os lideres. Os restantes membros da alcateia são crias de várias gerações, assim como elementos que foram integrando o grupo.

       Reprodução

A reprodução ocorre normalmente uma vez por ano, entre os membros dominantes. As relações são monogâmicas, até a morte do parceiro, sendo a fêmea a responsável pela escolha do parceiro. O numero de crias pode variar entre 1 e 14, mas é mais comum nascerem 6 a 7 em simultâneo.

As crias nascem dentro da toca escavada pela progenitora, onde permanecem 10 semanas, até desenvolverem os principais sentidos. Após a saída da toca, toda a alcateia é responsável por criar os filhotes.

A maturidade é atingida por volta dos 2 anos e até aos 3 alguns dos juvenis afastam-se da alcateia de origem, com o intuito de criar as próprias “famílias”.

A esperança de vida destes animais não é muito grande, vivendo geralmente até aos 5 anos devido a más condições do seu habitat, como a falta de alimento. No entanto, na natureza, estes podem atingir os 13 anos, enquanto em cativeiros podem viver até aos 15 anos.

Habitat

Canis lupus na natureza

O habitat preferencial destes animais é muito variado. Estes surgem tanto em ambientes gelados (tundra), como ambientes mais áridos, podendo sobreviver em todos os ambientes intermédios. Alguns indivíduos foram também encontrados em zonas urbanas.

Uma das subespécies de lobo (canis lupus signatus) é considerada autóctone, endémica e residente, na península Ibérica. A grande generalidade de habitats demonstra a capacidade adaptativa dos lobos.

O lobo distribuía-se inicialmente por todo o hemisfério norte, no entanto, devido à perda de habitat, as barreiras ao crescimento, as alterações climáticas e à caça furtiva, a sua dispersão ficou consideravelmente reduzida.

Atualmente, a distribuição cinge-se maioritariamente ao continente americano e ao continente eurasiático. Em algumas partes da Europa apenas sobrevivem algumas populações relíquias, como é o caso da Península Ibérica.

Em Portugal as populações utilizam um total de 20000 km2 de norte a sul do país, sendo que se resumem a duas grandes populações, uma a norte com ligação a Espanha e uma a sul do rio Douro. Cada comunidade de lobos necessita entre 130 a 13000 km2 de território, dependendo do seu tamanho, para sobreviverem.

As populações que se encontram mais a sul de um território são geralmente mais pequenas, assim como o tamanho dos seus membros. Durante a vida os lobos passam por duas fases, uma estática em que as fêmeas escavam uma toca e o grupo permanece no mesmo local durante um longo período de tempo. A outra fase corresponde a uma vida nómada, em que a alcateia se desloca à procura de novas fontes de alimento.

Dieta

Canis lupus a caçar

O lobo alimenta-se de ungulados de grande porte, como os veados ou os antílopes, e de javali, podendo consumir até 9 kg por cada refeição. Estes podem ainda alimentar-se de gado bovino, pequenos mamíferos, lixo ou mesmo carcaças caçadas por outros animais. Os seus habitats são aqueles que apresentam uma maior diversidade de presas e como tal apresentam maior biomassa.

Estes indivíduos são predadores, pois caçam o seu alimento. A destruição do seu habitat e o consequente desaparecimento das presas, como os coelhos selvagens, levou os canis lupus a predar espécies consideradas domesticas, criadas para a alimentação humana ou mesmo animais domésticos.

Nos meios rurais, estes tendem a atacar o gado bovino e ovino, levando os pastores a perseguir, envenenar e mata-los, o que diminui as populações, condenando-as espécie à extinção. Devido ao desaparecimento dos lobos foram criadas medidas para prevenir a sua caça, pelos pastores.

Ameaças

 

Canis lupus

A espécies canis lupus encontra-se na categoria pouco preocupante na maioria dos países, no entanto, em Portugal este encontra-se em perigo, assim como vulnerável em Espanha.

Na descrição do estatuto de conservação, devido à grande área necessária para a sua sobrevivência, a população da Península ibérica é mais importante do que as populações dos países que a compõem, passando por isso a considerar-se uma espécies de baixo risco. Em países como a Irlanda, o Reino Unido e o Japão, esta espécie está extinta.

As peles e o pelo de lobo são um item muito apreciado em algumas zonas do hemisfério norte, no entanto, a sua caça ilegal tem contribuído para a diminuição dos membros desta espécie. Apesar do escasso número de indivíduos, a sua reintrodução tem sido bem sucedida, em especial quando acompanhada por ações de conservação in-sito e ex-sito.

A destruição do seu habitat e mudanças ambientais também têm contribuído para a restrição do seu habitat , sendo muito difícil encontrar esta espécie fora de parques zoológicos.

A sua boa capacidade reprodutiva em cativeiro tem contribuído para a sobrevivência da espécie. Na natureza, estão presente apenas em pequenas comunidades, no continente Americano e Euro-asiático.

A espécie encontra-se inserida no Anexo II do CITES, assim como está abrangida pela convenção de Berna, assim como a Diretiva Habitats que regulam a proteção da vida selvagem na Europa. Alguns países possuem legislação própria para a proteção do lobo.

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References:

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