Edição: 11ª
Participantes: 16 Organizador: UEFA Anfitrião: Holanda e Bélgica Campeão: França Vice-Campeão: Itália Melhor Marcador: Patrick Kluivert – 5 golos (Holanda) Melhor Guarda-Redes: Francesco Toldo (Itália) Melhor Jogador: Zinedine Zidane (França) Total de Jogos: 31 partidas Total de Golos: 85 golos marcados Assistência Total: 1,122,833 pessoas |
O Campeonato Europeu de Futebol de 2000 foi o primeiro a ser organizado por dois países em conjunto, na ocasião Holanda e Bélgica. A prova foi conquistada pela selecção francesa, que já havia ganho o Campeonato do Mundo dois anos antes, em casa.
Portugal repetiu o resultado de 1984, alcançando as meias-finais, onde seria eliminado frente à França, num jogo que teve tanto de emocionante como de polémico. A “Geração de ouro” fez uma campanha de bom nível, defrontando vários candidatos ao título. Luís Figo foi uma das principais figuras, mostrando mais uma vez o motivo de ter sido eleito o Futebolista Europeu do Ano. Nuno Gomes, avançado do Benfica que saiu para a Fiorentina no final da competição, foi um dos melhores marcadores da prova, com 4 golos apontados.
Zinedine Zidane, o vencedor da Bola de Ouro, foi a grande estrela do Campeonato da Europa de 2000. O francês espalhou a sua qualidade no centro do terreno, levando novamente os gauleses à conquista de mais um título europeu.
A Jugoslávia voltou a ter permissão para disputar a prova, após a remoção das suspensões da UEFA que lhe tinham sido impostas desde 1992, devido à guerra. No entanto, a selecção de leste regressou já depois das divisões internas, das quais resultaram a formação de vários estados independentes, entre os quais a Eslovénia, que também integrou o lote de participantes na fase final de 2000.
Uma das peculiaridades do Euro 2000 foi o facto de quatro conjuntos de irmãos terem chegado à fase final: os ingleses Gary e Phil Neville, os holandeses Frank e Ronald de Boer, os suecos Patrick e Daniel Andersson e os belgas Emile e Mbo Mpenza.
Fase de qualificação
Com Holanda e Bélgica já apurados como anfitriões da prova, as restantes 51 selecções membros da UEFA foram divididas em 9 grupos de qualificação (três com seis equipas e seis com cinco equipas). Apuraram-se os primeiros classificados de cada grupo, bem como o melhor segundo classificado de todos os grupos, que foi a selecção portuguesa. As restantes 8 equipas que ficaram na segunda posição dos respectivos grupos disputaram entre si os playoffs de apuramento.
Apuraram-se directamente no 1º lugar: Itália (Grupo 1), Noruega (Grupo 2), Alemanha (Grupo 3), França (grupo 4), Suécia (Grupo 5), Espanha (Grupo 6), Roménia (Grupo 7), Jugoslávia (Grupo 8) e República Checa (Grupo 9)
Apurou-se directamente como segundo melhor classificado de todos os grupos: Portugal.
Apuraram-se nos playoffs: Dinamarca (Grupo 1), Eslovénia (Grupo 2), Turquia (Grupo 3) e Inglaterra (Grupo 5).
A única ausência digna de registo foi a da Rússia, que ficou em 3º lugar no Grupo 4, atrás de França e Ucrânia, falhando inclusive os playoffs.
Fase de grupos
A fase final do torneio disputou-se com entre 16 equipas, divididas em 4 grupos, nos quais os dois primeiros classificados se apuravam para os quartos-de-final.
Portugal disputou o grupo A, um dos teoricamente mais difíceis, que incluía dois candidatos ao título, Alemanha e Inglaterra, e ainda a Roménia, que tinha terminado a fase de qualificação à frente de Portugal. A selecção das quinas realizou uma fase de grupos brilhante, vencendo todos os jogos, inesperadamente. Bateu a Inglaterra por 3-2 no jogo inaugural, depois de ter estado a perder por 2-0 aos 18 minutos de jogo, venceu a Roménia no segundo encontro por 1-0, com um golo de cabeça Costinha em cima do apito final e garantiu aí o apuramento, e goleou por 3-0 a Alemanha, campeã em título, com um ‘hattrick’ (3 golos) de Sérgio Conceição. Portugal e Roménia seguiram em frente, deixando para trás os favoritos.
Neste grupo, a Inglaterra bateu a Alemanha num jogo oficial pela primeira vez, desde a vitória sobre República Federal da Alemanha na final do Campeonato do Mundo de 1966, com um triunfo por 1-0, em Charleroi.
A Itália dominou por completo o grupo B, terminando só com vitórias, e seguiu para os quartos-de-final junto com a Turquia.
No grupo C, houve emoção até ao fim, com todas as equipas a terem hipótese de qualificação na última jornada. A Espanha marcou dois golos em tempo de compensação e recuperou para bater a Jugoslávia por 4-3, seguindo assim para os quartos-de-final às custas da Noruega, que empatou a zero com a Eslovénia. Já na primeira jornada, o jogo entre Jugoslávia e Eslovénia teve igualmente uma chuva de golos. Em desvantagem por 3-0 e a jogar com dez após a expulsão de Siniša Mihajlovi, a Jugoslávia recuperou e empatou a três bolas, num logo de loucos.
O grupo D foi o chamado “Grupo da Morte, constituído por quatro equipas que já tinham conquistado um campeonato europeu. No caso da República Checa, esta fez parte de um país que havia vencido – a Checoslováquia.
Grupo A
Equipas | J | V | E | D | GM | GS | DG | Pts | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Portugal | 3 | 3 | 0 | 0 | 7 | 2 | 5 | 9 |
2 | Roménia | 3 | 1 | 1 | 1 | 4 | 4 | 0 | 4 |
3 | Inglaterra | 3 | 1 | 0 | 2 | 5 | 6 | -1 | 3 |
4 | Alemanha | 3 | 0 | 1 | 2 | 1 | 5 | -4 | 1 |
Grupo B
Equipas | J | V | E | D | GM | GS | DG | Pts | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Itália | 3 | 3 | 0 | 0 | 6 | 2 | 4 | 9 |
2 | Turquia | 3 | 1 | 1 | 1 | 3 | 2 | 1 | 4 |
3 | Bélgica | 3 | 1 | 0 | 2 | 2 | 5 | -3 | 3 |
4 | Suécia | 3 | 0 | 1 | 2 | 2 | 4 | -2 | 1 |
Grupo C
Equipas | J | V | E | D | GM | GS | DG | Pts | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Espanha | 3 | 2 | 0 | 1 | 6 | 5 | 1 | 6 |
2 | Jugoslávia | 3 | 1 | 1 | 1 | 7 | 7 | 0 | 4 |
3 | Noruega | 3 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 0 | 4 |
4 | Eslovénia | 3 | 0 | 2 | 1 | 4 | 5 | -1 | 2 |
Grupo D
Equipas | J | V | E | D | GM | GS | DG | Pts | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Holanda | 3 | 3 | 0 | 0 | 7 | 2 | 5 | 9 |
2 | França | 3 | 2 | 0 | 1 | 7 | 4 | 3 | 6 |
3 | Rep. Checa | 3 | 1 | 0 | 2 | 3 | 3 | 0 | 3 |
4 | Dinamarca | 3 | 0 | 0 | 3 | 0 | 8 | -8 | 0 |
Quartos-de-final
Turquia 0-2 Portugal
Itália 2-0 Roménia
Holanda 6-1 Jugoslávia
Espanha 1-2 França
O destaque nos quartos-de-final vai para a goleada da Holanda por 6-1 contra a Jugoslávia, com um hattrick de Patrick Kluivert, que foi o melhor marcador do Europeu.
Portugal venceu sem grandes dificuldades o jogo dos quartos-de-final frente à Turquia, com dois golos de Nuno Gomes, tal como a Itália que derrotou a Roménia pelo mesmo resultado.
A França conseguiu eliminar a selecção espanhola, que quatro anos depois voltou a cair nos quartos-de-final da competição, desta vez não nos penáltis mas também graças a um penálti falhado no último minuto de jogo, por Raul González.
Meias-finais
Portugal 1-2 França (no prol)
Holanda 0-0 Itália (1-3 pens)
Os dois jogos das meias-finais do Euro 2000 trouxeram emoção e bom futebol. A juntar a isto, o jogo Portugal – França trouxe também polémica. Numa grande partida de futebol, em que a selecção orientada por Humberto Coelho entrou a ganhar com um golo de Nuno Gomes ainda na primeira parte, a França conseguiu uma reviravolta no prolongamento, vencendo com um golo de ouro. Os franceses empataram logo no início da segunda parte, com um golo de Thierry Henry, e a três minutos do final do prolongamento Zidane converteu um penálti que carimbou a passagem à final. O lance resultou de uma falta de Abel Xavier, que tocou a bola com mão dentro da área após um cruzamento de Wiltord na direita. O árbitro auxiliar deu indicação de grande penalidade e instalou-se a confusão, com Nuno Gomes a ser expulso por protestos.
Dezasseis anos após o golo no último minuto do prolongamento de Michel Platini ter apurado a França para a final à custa de Portugal, o penálti convertido por Zinédine Zidane aos 117 minutos ditou o mesmo desfecho, batendo o guarda-redes Vítor Baía.
No outro encontro das meias-finais, a Holanda foi eliminada pela Itália, apesar de ter dominado todo o encontro. O guarda-redes Francesco Toldo defendeu três grandes penalidades, uma durante o tempo regulamentar e duas no desempate por penáltis, que os transalpinos ganharam por 3-1.
Final
França 2-1 Itália (no prol)
Novamente uma reviravolta e novamente um golo de ouro. Os franceses pareciam talhados para os prolongamentos neste europeu e depois de estarem a perder com um golo de Delvecchio (55’), empataram em cima do apito final, por Wiltord (90’) e venceram o jogo com um remate fulminante de Trezeguet (103’).
Marcel Desailly e Patrick Vieira teriam estado castigados para a final após terem sido admoestados nas meias-finais, mas sob o novo sistema da UEFA, os cartões amarelos vistos na fase de grupos foram anulados para o início das eliminatórias.
A França tornou-se no único Campeão do Mundo em título a vencer o Campeonato da Europa, em 2000, com sete jogadores a serem titulares nas duas finais.
Pódio
1º França
2º Itália
3º Portugal
3º Holanda
Os melhores do Torneio
Guarda-Redes
Fabien Barthez (França)
Francesco Toldo (Itália)
Defesas
Laurent Blanc (França)
Lilian Thuram (França)
Marcel Desailly (França)
Fabio Cannavaro (Itália)
Paolo Maldini (Itália)
Alessandro Nesta (Itália)
Frank de Boer (Holanda)
Médios
Demetrio Albertini (Itália)
Patrick Vieira (França)
Josep Guardiola (Espanha)
Rui Costa (Portugal)
Edgar Davids (Holanda)
Luís Figo (Portugal)
Zinedine Zidane (França)
Avançados
Thierry Henry (França)
Savo Milošević (Jugoslávia)
Raúl (Espanha)
Patrick Kluivert (Holanda)
Nuno Gomes (Portugal)
Francesco Totti (Itália)
References:
http://pt.uefa.com/uefaeuro/season=2000/index.html