Abricó

Descrição do fruto abricó, as suas principais características, utilizações, os locais onde surgiu, assim como as regiões onde pode ser encontrado…

Abricó – Descrição do Fruto

Abricó é a designação do fruto do abricoteiro (Mimusops coriacea). Este fruto pertence ao género Mimusops, que se encontra na família Sapotaceae, incluída na ordem Ericales, que faz parte da classe Magnoliopsida, inserida no filo Magnoliophyta.

A designação abricó é utilizada para diferentes tipos de fruto, pertencentes a diferentes espécies, como por exemplo a espécie comummente conhecida por abricó-do-Pará (Mammea americana) ou ainda a membros da família do pêssego.

O fruto da espécie Mimusops coriacea possui diferentes nomes além da designação abricó, como por exemplo abricó-da-praia, balata, maracujá-de-árvore, abiu ou abieiro entre outras designações. O uso generalizado do nome comum e a sua semelhança com outros frutos do mesmo género torna difícil a sua identificação.

Origem:

O abricó é o fruto de uma árvore (Mimusops coriacea) cultivada para a sua produção. Este cultivo favoreceu a dispersão da espécie por todo o Hemisfério Sul, particularmente em regiões costeiras e perto do mar.

Estes indivíduos poderão ter surgido na costa Africana, particularmente em regiões tropicais, sendo considerados nativos das ilhas de Madagáscar. Estes indivíduos podem tornar-se espécies invasoras quando encontra boas condições, não havendo consenso quanto a esse comportamento em algumas regiões em que foi encontrada.

O habitat mais comum das árvores produtoras deste fruto são as regiões tropicais, podendo colonizar habitats perto do mar e com solos arenosos, como por exemplo as dunas. Muitas vezes são plantadas ao longo da praia por razões paisagísticas, assim como para a criação de áreas de sombra.

Características:

Este fruto é uma cápsula carnuda com forma esférica, atingindo cerca de 5 centímetros de diâmetro, quando maduros são libertados pela árvore caindo no chão onde serão consumidos pelos animais que os encontram. A sua casca (epicarpo) é dura e amarelada, quando o fruto está maduro, mantendo-se verde até a sua maturação.

 O seu interior, isto é, a polpa (mesocarpo) apresenta uma cor amarelada ou esbranquiçada e uma textura cremosa, quase farinácea. O seu sabor é caracteristicamente doce. No interior do fruto encontram-se cerca de 4 sementes bastante duras e de coloração escura, possuindo taninos.

As árvores que produzem estes frutos não necessitam de solos muito férteis para se desenvolver, sendo comum colonizarem ambientes arenosos e com poucos nutrientes. Uma das exigências para um desenvolvimento conveniente destes espécimes é o solo bem drenado, pois preferem ambientes muito húmidos com a ocorrência de chuva regular e curtos períodos de seca.

O seu tronco suporta uma copa frondosa com forma globosa e persistente, que dá bastante sombra, podendo atingir alturas superiores a 12 metros quando surge espontaneamente na natureza. As suas folhas verde-escuras (na página superior) possuem uma distribuição alterna, geralmente aglomerando-se no extremo dos ramos.

As suas flores são as típicas flores da família Sapotaceae, com 4 sépalas, 4 pétalas e cerca de 8 estames por flor. Estas geralmente são hermafroditas podendo surgir individualmente ou formando inflorescências. O fruto surge do desenvolvimento do ovário súpero de uma única flor.

Propriedades e utilizações:

Estes frutos são muitas vezes consumidos sem serem cozinhados, mas podem ser utilizados na preparação de sumos e batidos, no entanto, podem não ser muito apreciados devido ao seu sabor característico, apesar de doce.

As suas propriedades medicinais contribuem para o seu consumo, nas regiões onde pode ser encontrado, apesar de não possuírem muitas aplicações médicas conhecidas.

Antes de atingir a maturação, estes frutos produzem um látex branco e pegajoso que pode ser utilizado em alguns tratamentos fungicidas, assim como o latex produzido pelo seu tronco.

O abricó não é um fruto consumido pelas aves, no entanto, alguns roedores, como os esquilos, assim como algumas espécies de tartarugas consomem-no na sua dieta.

As sementes destes frutos são muitas vezes utilizadas para a criação de peças de artesanato como colares. Os óleos das sementes são um dos ingredientes utilizados na criação de tintas.

 

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References:

lazarini, Luciane (1998).Polissacarídeos de Mimusops coriacea (A. de Candolle) Miquel (abricó). Monografia para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Brasil. Consultado em: Janeiro 31, 2017, em : http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/33362/Monografia%20Luciane%20Lazarini.pdf?sequence=1

Laurent, Gautier; Nusbaumer, Louis; Garratt, Rhéa ; Randrianaivo, Richard ; Phillipson, Peter B. (2012). Mimusops coriacea (A. DC.) Miq. (Sapotaceae): nomenclature, distribution and ecology. Notes on the flora of Madagascar, 22-25 – 149 Candollea 67(1) : 148-151 Conservatoire et Jardin Botaniques de Genève

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