Qualidade de vida na terceira idade
Num país onde a esperança de vida se encontra em crescimento, é importante verificar que tipos de fatores que contribuem para uma qualidade de vida melhor na população idosa, uma vez que, neste contexto, a atividade e a autonomia ocupam um lugar de relevo.
O envelhecimento da população mundial tem sido um dos grandes desafios a ser enfrentados no século XXI (Costa, 2011), uma vez que a tendência é para a diminuição da mortalidade precoce, ou seja, para o prolongar da esperança de vida das pessoas, o que torna, inevitavelmente a população envelhecida (Paschoal, Salles, Franco, 2006, cit in Costa, 2011).
À medida que o ser humano envelhece, ele quer continuar a sua vida ativa, com a mesma força, flexibilidade e mobilidade que lhe permite permanecer ativo e independente de modo a poder continuar a tratar das suas próprias necessidades pessoais e domésticas, fazer compras ou participar de atividades recreativas e desportivas (Rikki, Jones, 2008, cit in Costa 2011). Envelhecer sem incapacidade parece ser um fator indispensável para a manutenção de uma boa qualidade de vida (Rosa et al, 2003, cit in Costa 2011), pelo que podemos avaliar a mesma segundo o grau de autonomia com que a pessoa desempenha as suas funções, de forma independente, no seu contexto sócio económico e cultural (Costa, 2011).
Exercícios como a fisioterapia, com um profissional adequado, são indispensáveis para garantir uma boa qualidade de cuidados no sistema de saúde prestado ao idoso (Costa, 2011). O encaminhamento preventivo melhora a capacidade funcional e diminui a prescrição de medicamentos, melhorando a qualidade de vida da pessoa (Boas, 2005, cit in Costa 2011). A educação para a saúde do idoso, por meio de orientações posturais, exercícios físicos, globais específicos, realizados individualmente ou em grupo, é uma medida primária da fisioterapia na abordagem do envelhecimento motor (Boas, 2005, cit in Costa 2011). Para o favorecimento de tais fatores, sugere-se a psicomotricidade como meio promotor de qualidade de vida, de acordo com a faixa etária, visto que a psicomotricidade é a ciência que tem por objeto o estudo do homem através da observação do seu corpo em movimento e das suas relações com o mundo interno e externo, ao integrar as funções motrizes e mentais do sistema nervoso (Rezende et al., 2003, cit in Costa, 2011).
Atualmente considera-se que para o idoso saudável a duração do sono é similar à de qualquer indivíduo adulto (Galindo, 1994, cit in Costa, 2011). De acordo com a revisão da literatura realizada por Costa (2011) o idoso deve dormir entre 6 a 7 horas diárias (Costa, 2011).
Para Anderson, Assis, Pacheco, Silva, Menezes, Duarte, Storino e Motta (1998), a revisão bibliográfica permite-nos verificar ainda que, quando inserida em programas de promoção de saúde e de qualidade de vida adequados, a população idosa apresenta melhores condições de saúde e de vida, no geral.
Estas vantagens não são observadas em indivíduos desta faixa etária que não participam nos programas do foro geriátrico promovidos para esse fim, manifestando-se ao nível da sua saúde e qualidade de vida que não são as mesmas (Anderson et al, 1998).
Por outro lado é de referir que devido às diferenças sócio-económicas, nem toda a população idosa tem acesso a esses programas, o que faz com que este seja um dos fatores predominantes no que concerne às diferenças a que assistimos quando comparamos a qualidade de saúde e, consequentemente, de vida destes indivíduos (Anderson et al, 1998).
Características como o perfil do idoso estar ou não no ativo, a reforma, a postura, o dinamismo ou o sedentarismo, a massa corporal, as competências psicossociais, entre outras, são questões a ter também em conta ao avaliar a qualidade de vida e de saúde da população idosa (Anderson et al 1998)
Conclusão
Parece evidente que a qualidade de vida dos idosos está relacionada com o seu acesso aos serviços de saúde disponíveis, tais como a fisioterapia. A par disto a promoção do dinamismo, manutenção de tarefas diárias, atividades extra, entre outras estratégias são meios eficazes de promover a qualidade de vida na terceira idade, no sentido de estimular a sensação de saúde e bem-estar nesta faixa etária.
References:
- Anderson, M.I.P., Assis, M., Pacheco, L.C., Silva, E.A., Menezes, I.S., Duarte, T., Storino, F., & Motta,L. (1998). SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE. Textos sobre Envelhecimento | UnATI / UERJ Nº1 P.1-44. Acedido a 28 de Abril de 2016 em http://www.redadultosmayores.com.ar/buscador/files/SALUD032.pdf
- Costa, M.L.A. (2011). QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE: A PSICOMOTRICIDADE COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Dissertação apresentada à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa, Portugal.