As doenças cardiovasculares são mais frequentes em idosos, tendo grande predominância de fatores depressivos associados. Verificam-se alterações na qualidade de vida das pessoas devido a estas condicionantes.
As doenças cardiovasculares são patologias que afetam o coração e também os vasos sanguíneos prejudicando o funcionamento da circulação (Men, 2008/2009). Um dos grandes problemas das doenças cardiovasculares é o fato de aumentar o risco de episódios de crise fatais (Men, 2008/2009).
Fatores de risco associados a doenças cardiovasculares
- A herança genética;
- A idade;
- O estilo de vida;
- A alimentação (exagero de gorduras);
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Stresse;
- Depressão (principalmente nos idosos);
- Problemas de coluna;
- Perturbação de pânico;
- Alergias,
- Etc.
(Men, 2008/2009; Santana, 2011).
Quanto à população idosa, a revisão bibliográfica de Neves, Laham, Aranha, Santiago, Ferrari e Lucia (2013) permite-nos verificar que o conceito de qualidade de vida, para além da questão orgânica propriamente dita, abrange atividades de lazer, trabalho, recursos financeiros e manutenção da autonomia, com peso significativo nas relações sociais do indivíduo, com forte ligação ao seu histórico cardiovascular.
Devido a este histórico, os autores concluíram, nas suas pesquisas, que é comum haver sintomas de depressão, aos quais se associam fatores como baixa auto-estima, falta de ânimo, sensação de vazio, sentimento de culpa e pessimismo, com consequências negativas para a qualidade de vida (Neves, Laham, Aranha, Santiago, Ferrari, & Lucia, 2013). De referir que a prevalência de demências é maior quando estamos perante sintomas de doenças crónicas cardiovasculares (Neves, Laham, Aranha, Santiago, Ferrari, & Lucia, 2013).
Alem da população idosa, os estudos de Santana (2011) demonstram que existe uma grande prevalência de docentes de pós-graduação propensa os a sofrer o risco de doenças cardiovasculares devido à alimentação mal regrada e à falta de exercício físico, fruto da elevada carga horária que lhes é exigida para manterem a alta qualidade de ensino.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular
Para compreender melhor a importância e as funções do sistema cardiovascular temos de conhecer um pouco da sua anatomia propondo-se a manutenção da saúde e até a prevenção da doença cardiovascular (Men, 2008/2009).
O sistema cardiovascular por uma vasta rede de vasos sanguíneos que fazem a comunicação entre todas as partes do corpo (Men, 2008/2009).
Dentro desses “vasos” circula o sangue, que através das contrações rítmicas do coração leva nutrientes e oxigénio para todas as células do organismo, retirando das células os resíduos tóxicos, o que resulta no metabolismo celular (Men 2008/2009).
O sangue no corpo humano
O sangue é pobre em oxigénio e rico em gás carbónico devido ao metabolismo celular do coração, sendo transportado por diversas veias (Men 2008/2009). Entra pelo átrio direito, passa para o ventrículo direito e é levado para os pulmões através das artérias pulmonares (Men 2008/2009). Nos pulmões ocorre um fenómeno chamado hematose, que consiste na liberação do gás carbónico pelo sangue e absorção do oxigénio captado no ambiente pelo sistema respiratório (Men 2008/2009). O sangue oxigenado volta ao coração, através das veias pulmonares e entra pelo átrio esquerdo, passa pelo ventrículo esquerdo é novamente distribuído a todas as células do organismo saindo do coração pela artéria aorta (Men 2008/2009). A circulação humana é dupla, porque num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração, estabelecendo a pequena e a grande circulação (Men 2008/2009).
A depressão nas doenças cardiovasculares
O grau de depressão varia desde um leve transtorno de ajustamento a um transtorno depressivo maior e mais severo, em doentes cardiovasculares (Soares, Costa, & Mesquita, 2006). A queixa psiquiátrica pode ser uma manifestação de doença ou resultar dos sintomas de uma doença cardiovascular, e deve ser adequadamente diagnosticada pelo médico, mais frequentemente em idosos (Soares, Costa, & Mesquita, 2006). Ente 20% a 30% dos doentes apresentam sintomas depressivos quando lhes são administradas escalas de auto relato, principalmente após um enfarte e prejudicam a reabilitação, chegando mesmo a associar-se a taxas mais altas de mortalidade (Soares, Costa, & Mesquita, 2006).
Conclusão
Podemos afirmar que as doenças cardiovasculares surgem na maior parte das vezes com o avançar da idade, por serem patologias que afetam o coração e que fazem prejudicar o seu funcionamento. Existem ainda outros fatores de risco que causam essas patologias, tais como o stresse, as alergias, a obesidade e principalmente a depressão.
References:
- Men, M.J. (2008/2009). DOENÇAS CARDIOVASVCULARES: PREVENIR É FUNDAMENTAL. [em linha] acedido a 24 de Abril de 2016 em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2342-6.pdf
- Soares, H.L.R., Costa, R.A., & Mesquita, E.T. (2006). DEPRESSÃO E AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES. [em linha] SCIELO – scielo.br. Revista do Departamento de Psicologia – UFF. V.18 – Nº2, P.197-204. Acedido a 24 de Abril de 2016 em http://www.scielo.br/pdf/rdpsi/v18n2/v18n2a16.pdf
- Neves, R.T., Laham, C.F., Aranha, V.C., Santiago, A., Ferrari, S, & Lucia, M. C.S. (2013). ENVELHECIMENTO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES: DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS ATENDIDOS EM DOMICÍLIO. [em linha] PEPSIC – pepsic.bvsalud.org – psicologia Hospitalar, 11(2), 72-98. Acedido a 24 de Abril de 2016 em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ph/v11n2/v11n2a06.pdf
- Santana, O.A. (2011). Docentes de pós-graduação: grupo de risco de doenças cardiovasculares. Acta Scientiarum. Education. V.33, nº2, p.219-226. Acedido a 24 de Abril de 2016 em http://eduem.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/13569/pdf