Lúdico
O lúdico diz respeito a toda a atividades relacionada com o ato de brincar. Esta técnica é das mais eficazes no processo de aprendizagem e desenvolvimento de diferentes competências durante o período infantil.
É através dos símbolos lúdicos que a criança começa a ter os primeiros contatos com o mundo real, altura em que dá os seus primeiros passos no sentido de uma adaptação física e funcional entre o seu corpo e tudo à sua volta, desenvolvendo a capacidade de coordenação motora (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Segundo Miranda (2013) a psicologia ganha uma importância significativa, neste sentido, quando associada a todo o processo de introdução das atividades lúdicas no contexto educativo, que, na maioria dos casos, passa por uma análise e avaliação do desenvolvimento global das crianças. Este processo prende-se com o facto de depender de subsídios associados aos recursos didáticos para a educação (Miranda, 2013).
A partir do momento em que o mundo lúdico começa a ser possível de associar ao espaço real, dá-se a organização sócio motora, que traz consigo a noção do meio envolvente (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
“Através do lúdico a criança começa a desenvolver sua capacidade de imaginação, abstração e aplicar ações relacionadas ao mundo real e ao fantástico” (Miranda, 2013).
Sabendo da eficácia do processo lúdico, podemos compreender como a aprendizagem, nesta fase de desenvolvimento, precisa de ser promovida através desta estratégia, ou seja, apelando à capacidade de se adaptar ao nível da criança, no sentido de fazer da aprendizagem algo natural (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Os trabalhos de Miranda (2013), vêm, precisamente, no sentido de corroborar toda esta teoria, quando compreendem o lúdico enquanto técnica significativamente eficaz de aprendizagem durante a infância.
Assim, a expressão lúdica estimula diferentes competências como o sentido crítico, a criatividade, a capacidade de socializar, o que faz da mesma uma estratégia pedagógica de grande valor (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Quando introduzido de forma estruturada, o processo lúdico permite aprender diferentes competências e habilidades, enquanto as crianças interagem entre si (Miranda, 2013).
Salomão, Martini e Jordão (2007) acreditam, deste modo, que no contexto escolar, é dever do responsável pela criança, promover condições que permitam a utilização de materiais lúdicos do interesse da criança.
Para que a estratégia lúdica se mostre eficaz, cabe aos pais e ao educador, empregar métodos devidamente estruturados de introduzir a brincadeira, no contexto pedagógico e em ambiente grupal, para promover a interação de todos (Miranda, 2013).
Nos jardins de infância, por exemplo, é comum haver brinquedos disponíveis para que as crianças brinquem e criem atividades lúdicas de forma livre e espontânea com os mesmos de forma aleatória (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Lopes (2006, p. 110, cit in Salomão, Martini, & Jordão, 2007) refere que a importância de brincar se deve ao facto de ser o ato mais eficaz de promoção do desenvolvimento tanto da identidade como da autonomia da criança. A brincadeira estimula a comunicação, através dos gestos, dos sons e até mesmo da capacidade de representação de um determinado papel, numa brincadeira em específico (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Concentração, atenção, memória, imaginação, entre outras capacidades que se desenvolvem ao longo das diferentes fases, são adquiridas, em grande parte, nos tempos de brincadeira (Miranda, 2013; Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
Para Miranda (2013) isto significa que se pode atribuir uma conotação educativa e estimuladora, à atividade lúdica, já que a mesma se mostra plenamente eficaz de desenvolver as capacidades cognitivas infantis.
Com o amadurecimento, as brincadeiras tornam-se mais estruturadas, adquirem contornos regrados, interativos e começam a ser realizadas em grupo, o que também promove competências de socialização (Salomão, Martini, & Jordão, 2007).
É necessário ter ainda em atenção o facto de que cada criança é diferente e tem a sua própria forma de brincar, o que significa que, prestar atenção à individualidade e às características pessoais de cada uma delas, é fundamental para cativar a sua atenção, para a atividade lúdica, sem esquecer a adaptação da brincadeira a cada faixa etária (Miranda, 2013).
Conclusão
É evidente a importância significativa do lúdico no que diz respeito ao desenvolvimento, à aquisição de competências e à capacidade de aprendizagem das crianças. Apelando à criatividade e criando espaços plenos de atividades lúdicas interativas, as crianças têm a possibilidade de desenvolver capacidades como a concentração, a memória, a imaginação, entre outras. Para tal, é necessário que o educador crie e promova a oportunidade de criar esse tipo de ambiente.
References:
- Miranda, A.B.S. (2013). O Lúdico na Educação Infantil. PSICOLOGADO ARTIGOS. psicologado.com. Disponível em https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/o-ludico-na-educacao-infantil;
- Salomão, H.A.S., Martini, M., & Jordão, A.P.M. (2007). A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENFOCANDO A BRINCADEIRA E AS SITUAÇÕES DE ENSINO NÃO DIRECIONADO. [em linha] COM.PT O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. www.psicologia.pt. Disponível em www.psicologia.pt/artigos/textos/A0358.pdf.