Oncologia é uma patologia relacionada com tumores, ou seja, cancro. Esses tipo de cancro são considerados malignos, quando não há possibilidade de cura e, de acordo com os contornos de evolução da doença no organismo, a intervenção médica e psicoterapêutica, é, habitualmente, indispensável.
As doenças oncológicas atingem, atualmente, uma parte importante da população e o risco de apresentar uma, ao longo da vida é de 40,9%(Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Em contrapartida, a probabilidade de sobreviver a uma doença oncológica aumentou de forma radical nos últimos anos e esse sucesso deve-se bastante à introdução do método psicoterapêutico aquando do diagnóstico, principalmente, em situações mais incisivas (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Sabe-se que uma em cada duas doenças oncológicas é curável, no entanto, apesar dos avanços técnicos, 23,1% das mortes em 2004 nos Estados Unidos da América (EUA) e 21,3% das mortes em 2003, em Portugal foram devido a doenças oncológicas (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira e Reis, (s.d) recordam que o diagnóstico de doença oncológica, ainda é muito associado a um desfecho fatal, e os tratamentos que a acompanham são fonte de intenso sofrimento psicológico para o doente e para a família porque apesar de alguns doentes conseguirem adaptar‑se à doença, outros apresentam dificuldades nessa adaptação após o diagnóstico (ou até antes), sendo possível a ocorrência de perturbações emocionais, como é o caso de ansiedade e/ou depressão clinicamente significativas (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). A presença de comorbilidade psicológica nestes doentes é elevada, sendo frequentemente acompanhada por sintomas físicos como a fadiga, a insónia, a perda de apetite ou perturbações na esfera sexual (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis,s.d).
Cada doente lida com a doença oncológica de forma pessoal e individual, contudo, o fato de alguns doentes oncológicos tenderem a suprimir a expressão das suas emoções, pode contribuir para o aumento dos níveis de ansiedade e depressão(Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). Já os que conseguem expressar-se, pelo contrário, utilizam estratégias focadas no problema e procuram apoio psicossocial, o que lhes permite manter uma autoestima elevada (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Por vezes, os doentes verificam obstáculos no que conserve aos recursos económicos, por serem limitados, no entanto, isso não justifica esta falta de investimento, uma vez que o sofrimento psicológico tem associados custos elevados,maior recurso a consultas médicas e serviços de urgência e a tratamentos dispendiosos, entre outros, numa tentativa de aliviar a ansiedade dos doentes (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). Por esse motivo, alguns estudos realizados permitem concluir que há redução de custos decorrente do desenvolvimento de intervenções psicossociais (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Problemas psicológicos na família
As famílias são profundamente afetadas por qualquer doença aguda e crónica de um dos seus membros, e a doença oncológica é uma das situações vividas com maior envolvimento (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). As atividades do quotidiano, os papéis, as relações com os outros e o significado da vida ficam alterados, uma vez que a vida muda de um estado de saúde para um de doença (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). Deste modo a doença oncológica acrescenta uma nova dimensão mesmo para os que enfrentam uma doença mais prolongada (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
O doente e a família lutam, não apenas com o presente e tudo o que envolve a doença oncológica e seus cuidados, mas com os aspetos avassaladores associados à doença e a transcendência para além da doença (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Além dos receios e preocupações partilhados pelos doentes, os familiares preocupam‑se com as alterações na condição física do seu ente querido e com um processo de luto antecipatório, mas também com problemas práticos, como a escolha dos serviços onde irão ser prestados os cuidados, a avaliação da qualidade dos mesmos e o local para onde o doente transitará na fase terminal (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
As complicações psicológicas na família
Os técnicos que lidam com doentes oncológicos devem ter a capacidade de identificar, avaliar e, quando possível, atenuar os sintomas físicos da doença e também a incapacidade crescente, as alterações nos papéis sociais e o isolamento social associados com a doença e o processo de morte (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). Simultaneamente, devem saber distinguir quando o isolamento social ou as alterações nos papéis sociais são sinais de uma depressão clínica e quando a dor e sintomas da doença têm um forte componente psicológico, requerendo uma abordagem psiquiátrica ou psicológica(Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d). A intervenção deve ser feita a um ritmo adequado às necessidades do doente e da família, em vez de acontecer ao ritmo das expetativas e agenda do prestador de cuidados acerca do processo para dar a maior esperança de vida a o doente (Cardoso, Luengo, Trancas, Vieira, & Reis, s.d).
Conclusão
Com o estudo feito vimos que a oncologia se relaciona com estados cancerígenos e que aparece em qualquer parte do organismo da pessoa. Muitas vezes o quadro clinico mostra-se maligno e há necessidade de fazer tratamento para superar a doença. Devido às alterações psicológicas enfrentadas pelo doente e pela família, é normalmente imprescindível partir para a psicoterapia que pretende promover a capacidade de resiliência no paciente.
References:
- Cardoso, G., Luengo, A., Trancas, B., Vieira, C., & Reis, D. (s.d.). Aspectos Psicológicos do Doente Oncológico. Acedido a 9 de julho de 2016 em http://www.psilogos.com/Revista/Vol6N1/Indice9_ficheiros/Cardoso%20et%20al%20_%20p8-19.pdf