Oncologia infantil
De acordo com estudos realizados em Oncologia Pediátrica, (s.d.), o cancro aparece quando algumas células se modificam e se multiplicam descontroladamente e mais rápido do que é normal. Surge o tumor maligno numa determinada área do corpo, que depois se pode espalhar formando metásteses em outros pontos do organismo. A estas metásteses chama-se “raízes” do tumor inicial. É devido a esta capacidade de criar metásteses que se define a oncologia patológica. Embora os estudos em Oncologia estejam já muito avançados, ainda não se sabe porque é que o cancro aparece na infância. (Oncologia Pediátrica, s.d.).
Tipos de cancro mais comuns na infância
As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático) (Oncologia Pediátrica, s.d.).
Tipos de tratamento
Segundo a Oncologia pediátrica, (s.d.) são a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia. Por vezes é necessário um transplante de medula óssea, ou do próprio doente ou de um dador compatível de medula ou de sangue umbilical. Estas cirurgias podem ser feitas no IPO na Unidade de Transplante de Medula. O tratamento pode ser feito em casa ou em internamento, dependendo da situação clínica em questão. (Oncologia Pediátrica, s.d.).
As hospitalizações frequentes, separação da família, perturbação das experiencias de socialização, bem como administração de procedimentos geradores de stress e de dor afectam sempre a família (Harbeck-Weber & Conaway, 1994 citado por Silva e colaboradores, 2002).
A intervenção psicológica ajuda a ajustar o comportamento parental, com a família como fonte de recursos, começando pela observação de perto das vivências, sofrimentos e dificuldades sentidas pelos pais das crianças doentes (Silva e colaboradores, 2002).
O cancro faz surgir o medo da morte da criança trazendo a conotação com fatalidade. A palavra “cancro” é pesada e muito negativa, o que surte ansiedade, incerteza, medo de que a criança morra (Silva e colaboradores, 2002).
A centralização na criança acarreta consequências na dinâmica familiar, de entre as quais se salientam as dificuldades profissionais. Normalmente um dos pais sacrifica o seu emprego para poder dedicar todo o seu tempo e atenção á criança doente, o que pode trazer dificuldades financeiras como uma preocupação acrescida e fonte de tensão familiar (Silva e colaboradores, 2002).
O apoio dos avós da criança, apoio que constitui uma grande ajuda já que os pais chegam a alturas em que se sentem saturados, apetece-lhes fugir da situação pesada em que se encontram (Silva e colaboradores, 2002).
Para poder ajudar os filhos, os pais procuram informações junto dos médicos e enfermeiros e da investigação em livros e artigos. Conversar com outros pais que tenham passado pelos mesmos problemas ou que sirvam de exemplo como alguém que se curou são muito importantes podendo fazer renascer as esperanças dos pais e com que encontrem novos recursos para poder enfrentar a doença com mais força, segurança e optimismo (Silva e colaboradores, 2002).
O maior impacto provocado pela doença na vida dos pais é o momento do diagnóstico, do medo da morte do filho e de uma incerteza face ao futuro, relacionado com as características da doença e que parece variar com o grau de intensidade com que são sentidas pelos pais, nomeadamente a sua conotação com doença fatal. Coexistem sentimentos antagónicos bem como movimentos opostos. Todo o processo é vivido ora sob uma vertente pessimista, ora com espírito positivo que os pais procuram transmitir à criança, mesmo quando a confrontação com a gravidade da doença quase não o permite. A ambivalência verifica-se entre a vontade de salvar o filho da morte e os sentimentos de impotência face a esta realidade, entre protegê-lo e infligir-lhe sofrimento através de tratamentos dolorosos (Silva e colaboradores, 2002).
Outros aspectos importantes são a ênfase colocado na importância do suporte social e da satisfação conjugal, nomeadamente no que se refere à partilha de responsabilidades, angústias e receios, a importância da satisfação com as condições hospitalares, assistência médica e apoio emocional disponibilizado pelos diversos técnicos, bem como a partilha de experiências com outros pais. O acompanhamento técnico deve ser personalizado e adequado à família em questão, o que implica uma disponibilidade total tanto no que se refere à informação como aos aspectos emocionais e psicológicos (Silva e colaboradores, 2002).
Conclusão
Quando se fala de cancro, a sentença de morte vem imediatamente associada ao diagnóstico clínico. Se o diagnóstico for feito a uma criança, essa sentença torna-se bastante mais pesada porque “é suposto partirem os pais primeiro e depois os filhos”, o que, de certo modo parece ser “contranatura”. Por esse motivo é preciso compreender de que forma este se pode manifestar e aquilo que a família pode fazer para enfrentar o quadro clínico da criança, bem como para a poder apoiar e ajudar da melhor forma, uma vez que todos são afectados. Verificamos que os avós e os outros familiares podem ser uma ajuda fundamental para lidar com todo o processo.
References:
- Silva, S., Pires, A., Gonçalves, M. & Moura, M. (2002). Cancro Infantil e Comportamento Parental. Portugal. 3(1), 43-60.
- http://www.oncologiapediatrica.org/index.php?/site/ver_artigo/53 [em linha] consultado em 14 de Maio de 2009.