Este artigo é patrocinado por: «A sua instituição aqui» |
Desenvolvimento emocional
O desenvolvimento emocional diz respeito à capacidade adquirida ao longo da vida para encarar diferentes experiências. Ele pode ser visto no campo dos afetos, nas capacidades cognitivas, nas relações interpessoais, entre outros.
Santos (2007) sugere que o desenvolvimento emocional se trata de um dos ícones fundamentais que fazem parte da evolução do indivíduo, aliado a experiências cognitivas, afetivas e psicomotoras, ou seja, ao que a pessoa pensa, sente e faz.
Durante a infância, por exemplo, quando a criança enfrenta uma doença grave, o desenvolvimento emocional é extremamente importante para o processo de tratamento, uma vez que, frequentemente, a doença é interpretada como castigo em relação a algo que a criança pensa ter feito de errado (Anton, & Piccinini, 2011). De referir que estas crianças apresentam maiores indicadores emocionais do que as crianças que não apresentam qualquer tipo de sintomatologia grave, e apenas no caso dos rapazes, em algumas doenças (Anton, & Piccinini, 2011).
Assim a revisão da literatura compreende que a afetividade e o desenvolvimento emocional são chaves fundamentais para compreender a forma como o indivíduo interage, principalmente em situação de aprendizagem (Santos, 2007).
Por sua vez, é sabido que esta questão também é influenciada por fatores sócio-culturais e biológicos pelo que todas estas variáveis estão interligadas no que diz respeito ao desenvolvimento global do indivíduo (Santos, 2007).
O fator familiar é ainda um dado muito importante quando se trata de compreender o nível de desenvolvimento emocional de uma criança (Anton, & Piccinini, 2011).
Os estudos de Anton e Piccinini (2011) indicam ainda que o desenvolvimento emocional está diretamente associado às experiências ocorridas na infância além influenciar significativamente todos os membros de uma família, principalmente na presença de uma doença grave.
De modo geral, em diferentes situações, as emoções permitem que o indivíduo tenha a capacidade de interagir socialmente, e ainda garantir a sua sobrevivência orgânica e social, tendo em conta o encontro de um equilíbrio para que todas estas interações permitam obter a aprendizagem (Santos, 2007).
“Ao longo do desenvolvimento, “as emoções acabam por ajudar a ligar a regulação homeostática e os “valores” de sobrevivência a muitos eventos e objetos de nossa experiência autobiográfica”…” (Damásio, 2000, p.80, cit in Santos, 2007).
É através do desenvolvimento emocional que o indivíduo adota um comportamento que garante a maior probabilidade de sobrevivência, além de que esta capacidade está diretamente associada às nossas ideias e sentimentos acerca de reforços positivos ou punições, prazer ou sofrimento, junção ou separação, etc (Santos, 2007).
De acordo com a revisão bibliográfica de Santos (2007) podemos perceber como o desenvolvimento emocional é encarado tendo em conta as experiências que o ser humano tem consigo mesmo, isto é, de forma introspetiva, que se traduz na conduta que ele assume perante determinada situação que lhe provoca esse tipo de emoção seja ela boa ou má. De ter em conta, ainda, que o desenvolvimento emocional, uma vez que é variado e com características inerentes a cada um, de forma específica, difere de indivíduo para indivíduo (Santos, 2007).
No entanto, o campo das emoções possui uma característica que é comum a todos os indivíduos, sendo ela o facto de se tratar de uma atitude reativa, contudo coordenada, automática e até mesmo complexa, a qual, se traduz em expressões faciais e corporais, tanto internas como externas ao indivíduo (Santos, 2007).
Em que situações pode o desenvolvimento emocional ficar comprometido?
Para Anton e Piccinini (2011) algumas das circunstancias em que o desenvolvimento emocional pode sofrer alterações do foro negativo, são as que se relacionam com situação de doença. Desta forma, especialmente se a mesma for grave se desenvolver na infância, a criança pode desenvolver perturbações emocionais, comportamentais e sociais, às quais, acrescem problemas relacionados com ansiedade de perda e de separação, regressão, depressão, inibição, distorção da imagem corporal, entre outros (Anton, & Piccinini, 2011).
Em alguns casos, de acordo com os estudos de Adeback, Nemeth e Fischler (2003, cit in Anton, & Piccinini, 2011) as alterações ao nível do desenvolvimento emocional, podem trazer consequências do foro cognitivo, como baixo quociente de inteligência (qi) e ainda, baixa autoestima.
Conclusão
Os estudos permitem concluir a complexidade do desenvolvimento emocional, uma vez que o mesmo varia de pessoa para pessoa, de estágio de desenvolvimento, do ambiente, da cultura e de questões sociais. Inerente a todos os indivíduos é que o mesmo é possível de ser observado através das expressões faciais e corporais.
Verifica-se ainda que o mesmo pode ficar comprometido em situação de doença grave, devido aos medos que daí podem surgir, o que se traduz, comumente em ansiedade, depressão, medo da separação, etc.
References:
- Anton, Márcia Camaratta, & Piccinini, Cesar Augusto. (2011). O desenvolvimento emocional em crianças submetidas a transplante hepático. Estudos de Psicologia, 16(1), janeiro-abril/2011, 39-47;
- Santos, Flávia Maria Teixeira dos. (2007). AS EMOÇÕES NAS INTERAÇÕES E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 92(2), 173-187. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-21172007000200173&script=sci_arttext.