Relações saudáveis

Relações saudáveis são aquelas que estabelecemos de forma equilibrada com as pessoas do meio envolvente.

Relações saudáveis

Relações saudáveis são aquelas que estabelecemos de forma equilibrada com as pessoas do meio envolvente. Para perceber como elas acontecem, é necessário compreender o contexto familiar dos indivíduos.

O conceito de relação entre os indivíduos, diz respeito ao vínculo afetivo que desenvolvemos com as pessoas ao nosso redor, desde que nascemos, que difere e varia conforme o contexto (Siqueira, & Andriatte, 2001).

É também sabido, d acordo com Pratta e Santos (2007) que a família influencia o desenvolvimento dos indivíduos durante a adolescência, no que diz respeito à forma como se vão relacionar com os outros.

Quando o adolescente usufrui de uma boa relação familiar, o diálogo acontece, sem ser pautado por exigências e controlo constante, ao contrário das famílias em que não há capacidade de estabelecer o diálogo e nas quais a relação entre pais e filhos não é tão saudável (Pratta, & Santos, 2007).

Em concordância com esta teoria Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn e Porto (2010) mencionam que a interação saudável com a família e com os pares, promove a construção de relações saudáveis entre os adolescentes.

“[…] jogar futsal […] fazer lanche […] com os pais da minha amiga, ia pra camping […], ia tomar banho de piscina […] ir pra pizzaria, ir ao cinema […] eu sou amiga de todas, os pais das minhas amigas também são meus pais…”

(Cit in Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010, p. 3).

Adolescentes que convivem entre famílias, fortalecem relações, criando um vínculo afetivo saudável com os amigos e com as suas famílias diminuindo as possibilidades de enveredar por comportamentos violentos (Araújo, Lunardi, Silveira, Thofern, & Porto, 2010).

Algumas formas de estabelecer este tipo de relações:

(Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010).

No entanto, em muitas famílias, quando é preciso explorar os relacionamentos afetivos na adolescência, a maioria das vezes os pais não está preparada (Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010; Torres, Beserra, & Barroso, 2007).

Uma relação familiar sem comunicação leva à procura da partilha de experiências entre pares, influenciando comportamentos nas relações (Torres, Beserra, & Barroso, 2007).

Por isso, quanto mais próximos os pais procurarem estar dos seus filhos e dos amigos dos seus filhos, melhor a possibilidade de diálogo e confiança, produzindo o desenvolvimento de relações mais saudáveis (Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010).

Os adolescentes enfrentam muitos tabus, principalmente na sexualidade, mas admitem que construir relações saudáveis é possível se procurarem a informação nos sítios certos disponíveis (programas de televisão educativos, sites científicos, etc) (Torres, Beserra, & Barroso, 2007).

Dificuldades na construção de relações saudáveis

É importante que os pais sejam capazes de comunicar e orientar os filhos, mas esse trabalho passa também por permitir que, de vez em quando eles façam as suas próprias escolhas e assumam as suas responsabilidades (Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010).

Mesmo que sofram um pouco, é importante prepara-los para a vida e promover a sua independência, de forma moderada, para que as consequências não sejam drásticas (Araújo, Lunardi, Silveira, Thofehrn, & Porto, 2010).

Existe ainda a questão do ciúme e do amor porque fazem parte da natureza humana desde sempre e de forma intemporal, já que o ciúme não é mais do que o medo de perdermos alguém importante, para outro alguém, ser abandonado, traído ou deixar de ser amado (Lucas, 2013).

No entanto há que saber distinguir entre o normal e o patológico, já que, em certa medida, o ciúme pode ser visto como um fator protetor da relação, desde que seja em proporções moderadas, chegando mesmo a aumentar o desejo (Lucas, 2013).

É a linha entre o ciúme normal e o patológico que deve ser esclarecida, já que o ciúme patológico pode ser visto de dois ângulos extremos, ou seja, é tão prejudicial ter ciúmes excessivos em que a relação é pautada pelo controlo obsessivo, como ter ausência de ciúmes, o que demonstra que a pessoa também não está satisfeita na relação que mantem, desinvestindo na mesma (Lucas, 2013).

Conclusão

De acordo com estes pressupostos podemos facilmente perceber que a construção de relações saudáveis está diretamente associada à interação do indivíduo com a família. Assim, na adolescência, principalmente, jovens que tem uma relação saudável com os pais, pautada pelo diálogo, pela comunicação, pela partilha e pela orientação, irão recriar esses comportamentos junto dos amigos e dos pares afetivos, uma vez que é esse método de vinculação que conhecem.

O desenvolvimento do indivíduo neste tipo de ambiente permite não só a construção de relações saudáveis, como previne comportamentos inadequados.

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References:

  • Araújo, A.C., Lunardi, V.L., Silveira, R.S., Thofehrn, M.B., & Porto, A.R. (2010). RELACIONAMENTOS E INTERAÇÕES NO ADOLESCER SAUDÁVEL. Rev Gaúcha Enferm. 31(1): 136-42. Acedido a 19 de março de 2016 em http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/4407/Relacionamento%20e%20Intera%C3%A7%C3%A3o%20no%20Adolescer%20Saudavel.pdf?sequence=1
  • Lucas, C.O. (2013). Ciúme: do normal ao patológico. [em linha]. PSICOLOGIA – PT, O PORTAL DOS PSICOLOGOS. Acedido a 17 de março de 2016 em http://www.psicologia.pt/colunistas/ver_colunistas.php?ciume-do-normal-ao-patologico&id=128&grupo=1&nome=Catarina%20Oliveira%20Lucas
  • Pratta, E.M.M., & Santos, M.A. (2007). Opiniões dos adolescentes do ensino médio sobre o relacionamento familiar e seus planos para o futuro. Paidéia 17(36), 103-114. Acedido a 17 de março de 2016 em http://oaji.net/articles/2014/655-1403118784.pdf
  • Siqueira, L.A., & Andriatte, A.M. (2001). UM ESTUDO OBSERVACIONAL SOBRE O VÍNCULO AFETIVO DE BEBÊS ABRIGADOS EM INSTITUIÇÕES. Boletim de Iniciação Científica em Psicologia. 2(1): 8-25. Acedido a 17 de março de 2016 em http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Psicologia/boletins/2/1_um_estudo_observacional_sobre_o_vinculo_afetivo_de_bebes.pdf
  • Torres, C.A., Beserra, E.P., & Teixeira, M.G. (2007). RELAÇÕES DE GÊNERO E VULNERABIILIDADE ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PERCEPÇÕES SOBRE A SEXUALIDADE DOS AOLESCENTES. Gender Relation and Vulnerability to Sexually Transmissive Diseases: Percepctions of the Adolescents’s Sexuality. Relaciones de Género y Vulnerabilidad a las Enfermedades de Transmissón Sexual: Percepciones Sobre la Sexualidad de los Adolescentes. Esc Anna Nery R. Enferm. 11(2): 296-302. Acedido a 19 de março de 2016 em http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n2/v11n2a17
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