Selecção Portuguesa de Futebol 1966

“Os Magriços”

66

Campeonato do Mundo de 1966 – Inglaterra

Portugal estreou-se numa grande competição internacional em 1966, no Mundial de Inglaterra, naquela que foi uma das melhores selecções de todos os tempos, conquistando o 3º lugar na prova. Eusébio foi o melhor marcador do torneio, com nove golos, numa equipa em que actuavam grandes nomes do futebol português e europeu, como Coluna, Simões, José Augusto, Torres, entre outros. Ficariam para história, conhecidos pela alcunha de “Magriços”.

 

Jogadores convocados:

Guarda-Redes: Américo Lopes (FC Porto), Joaquim Carvalho (Sporting CP), José Pereira (Belenenses)

Defesas: Fernando Cruz (Benfica), Vicente Lucas (Belenenses), Germano (Benfica),  Hilário Conceição (Sporting CP), João Morais (Sporting CP), Alexandre Baptista (Sporting CP), José Carlos (Sporting CP), Alberto Festa (FC Porto)

Médios: Mário Coluna (Benfica), António Simões (Benfica), José Augusto (Benfica), Fernando Peres (Sporting CP), Jaime Graça (Vitória de Setúbal), Custódio Pinto (FC Porto)

Avançados: Eusébio (Benfica), José Augusto Torres (Benfica), Ernesto Figueiredo (Sporting CP), João Lourenço (Sporting CP), Manuel Duarte (Leixões)

Com um futebol exuberante, cheio de talento e virado para o ataque, Portugal surpreendeu o mundo no Mundial de 1966. Eusébio, o Pantera Negra, considerado ainda por muitos como o maior jogador português de todos os tempos, foi a estrela desta equipa e do torneio. Com nove golos, o avançado do Benfica foi o melhor marcador do Mundial e carregou Portugal até às meias-finais. Mário Coluna, o cérebro do meio de campo, José Augusto e Simões, os alas velozes, Torres, o ponta-de-lança finalizador e os defensas viris e seguros vindos em grande parte do Sporting, como Hilário, Morais e Baptista, junto com o guarda-redes José Pereira formaram uma equipa que não temia qualquer selecção.

 

Fase de Qualificação: tranquilamente.

Ainda na fase de apuramento, a esperança da qualificação já era evidente, em virtude do talento da geração de craques lusitanos naqueles anos 60, orientada pelo seleccionador Manuel de Luz Afonso e outro técnico de campo, o brasileiro Otto Glória, já famoso no pelos títulos conquistados pelo Benfica, Belenenses e Sporting.

Portugal conseguiu a vaga no grupo 4 das eliminatórias, num lote que tinha Roménia, Turquia e a então vice-campeã mundial Checoslováquia. Na estreia, em Lisboa, a equipa das quinas venceu com uma goleada de 5-1 sobre a Turquia com três golos de Eusébio, que nos três jogos seguintes marcou todos os golos lusitanos. A qualificação surgiu sem grande surpresa e Portugal marcou viagem para a Inglaterra.

 

Fase de grupos: O domínio absoluto. Nem Pelé, nem Brasil.

Em 13 de Julho de 1966, Portugal fez a sua estreia em Campeonatos do Mundo contra a Hungria, diante de quase 30 mil pessoas em Old Trafford, Manchester, conhecido como o “Teatro dos Sonhos”. José Augusto abriu o marcador com apenas dois minutos de jogo. No segundo tempo, Bene empatou para a Hungria, mas novamente José Augusto, aos 20′, e Torres de cabeça, aos 44′, fizeram o resultado final, 3-1. Na partida seguinte, Portugal mostrou venceu a Bulgária por 3-0, com um auto-golo de Vutsov (17′) e golos de Eusébio (38′) e Torres (82′), de novo de cabeça. Com seis golos a favor, um contra e quatro pontos ganhos (na época, a vitória valia dois pontos), Portugal estava praticamente classificado.

No estádio Goodison Park, em Liverpool, Portugal e Brasil defrontaram-se no último jogo da fase de grupos e apenas uma goleada poderia afastar a selecção portuguesa dos quartos-de-final. O Brasil estava longe da sua melhor forma e da nem Pelé seria capaz de resolver. Portugal tratou de anular o melhor jogador de todos os tempos, muitas vezes recorrendo à falta, especialmente os defesas Vicente e Morais. Com o craque brasileiro a arrastar-se em campo (uma vez que na altura não havia substituições), Portugal venceu a ‘canarinha’ por 3-1, com golos de Simões (15′), Eusébio (26′ e 85′). Rildo (73) fez o golo de honra brasileiro.

GRUPO 3 Jgs Pts
1
Portugal Portugal
3 6
2
Hungria Hungria
3 4
3
Brasil Brasil
3 2
4
Bulgária Bulgária
3 0

 

 

Quartos-de-final: Coreia do Norte. Uma reviravolta histórica.

No mesmo estádio Goodison Park, Portugal protagonizou um dos mais emocionantes jogos de sempre contra um adversário surpreendente: a Coreia do Norte, que tinha deixado para trás a Itália. Os norte-coreanos já eram a sensação do torneio e confirmaram a fama logo nos primeiros 25 minutos de jogo. Rápidos e ágeis, os coreanos fizeram três golos, antes da meia hora de jogo. Era a surpresa em Liverpool.

No entanto, a reacção portuguesa começou a fazer-se sentir pelos pés de um homem que praticamente sozinho conseguiu a reviravolta no marcador: Eusébio. O Pantera Negra. O avançado marcou dois golos de penalti, aos 27 e aos 42 minutos, ainda na 1ª parte. No segundo tempo, conseguiu o hattrick e o empate aos 57′ e, apenas dois minutos depois, na conversão de outro penalti, fez o 4 a 3.  Aos 85′, José Augusto fechou as contas e decretou a espectacular vitória portuguesa por 5-3.

 

 

Meias-finais: Inglaterra. O sonho caído por terra.

Portugal teve pela frente a anfitriã Inglaterra nas meias-finais. O jogo estava marcado previamente para o estádio Goodison Park, no qual Portugal tinha vencido Brasil e Coreia do Norte. Porém, a FIFA alegou que a partida teria “grande interesse por parte do público” e decidiu, sem consultar os portugueses, mudar o local do jogo para o Estádio de Wembley, onde a Inglaterra tinha jogado todos os seus jogos anteriores. A alteração obrigou Portugal a fazer a viagem de comboio antes do jogo.

A juntar a isso, Portugal não pôde contar com os defesas Morais e Vicente, lesionados. O jogo não correu bem e Bobby Charlton, estrela inglesa, marcou os dois golos com que a Inglaterra conseguiu eliminar Portugal. Eusébio ainda reduziu, mais uma vez de penalti, mas foi mesmo o país anfitrião a avançar para a final, a qual venceria por 4-2 diante da Alemanha.

 

Terceiro e quarto lugares: o pódio.

Na disputa pelo terceiro lugar, Portugal superou a URSS por 2-1, com golos de Eusébio, novamente de grande penalidade, e Torres, e alcançou o bronze naquele Mundial de 1966.

Com nove golos, Eusébio foi o melhor marcador da prova.

wc
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References:

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