Caracterização de Gyps fulvus (Grifo)
O grifo (Gyps fulvus), também conhecido como abutre-fouveiro, é uma ave de rapina pertencente à ordem dos Accipitriformes. É uma ave de grandes dimensões que se alimenta de animais mortos. Voa grandes distâncias a altitudes elevadas. As asas são muito grandes, pretas e as extremidades são quadradas. As pontas das asas apresentam extremidades bem definidas e recortadas, assemelhando-se a grandes dedos. Pode ser confundido com o abutre-preto, distinguindo-se dessa espécie pelo tom creme das suas coberturas, pelo pescoço mais claro e pela curvatura da ponta das asas que revira para cima.
Características físicas
A parte superior do corpo e a inferior exibem um tom castanho. No adulto, surge uma linha branca nas coberturas infra-alares. As rémiges pretas formam um forte contraste com a tonalidade creme do corpo e das coberturas alares. As extremidades das asas são pretas.
A coroa no topo da cabeça é branca e coberta de penugem. O uropígio apresenta um tom castanho-amarelado e a cauda é arredondada e preta. A garganta é branca, e o abdómen e o peito são listrados. O bico possui um formato de gancho e apresenta um tom castanho-claro. As patas são curtas e têm um tom cor-de-rosa claro.
Características comportamentais
O grifo é um animal gregário, formando bandos que aproveitam as correntes quentes para se elevarem em voo. Voa em círculos com as asas formando um ‘V’ e a cabeça branca recolhida na região dorsal. Voa com a cauda aberta.
A sua distribuição geográfica é irregular e sofreu um forte declínio durante vários anos, principalmente na Europa Central devido às alterações climáticas, à perda de habitat, à intoxicação por consumo de carcaças envenenadas e à caça. Actualmente, ocupa, principalmente, os habitats de montanha. Nos últimos anos as populações de grifos têm tido um crescimento demográfico (BirdLife International 2015) principalmente devido a acções de reintrodução.
Em Portugal, coloniza essencialmente as regiões do interior do território. Reproduz-se no nordeste de Trás-os-Montes ocupando outras zonas do território nacional fora da época reprodutiva.
Quando está na época de reprodução, que se estende de Janeiro a Junho, constrói os ninhos em fendas ou saliências nas rochas. Efectua uma postura por ano e coloca um ovo branco. O período de incubação tem uma duração de 48 a 54 dias. As crias nascem cobertas de penugem e bastante dependentes dos cuidados parentais. Efectuam o seu primeiro voo entre os 110 e 115 dias de vida.
Gyps fulvus (Grifo) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Aves | Accipitriformes | Accipitridae | Gyps | G. fulvus |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Predação | Longevidade |
Europa, Ásia e África. | Pouco preocupante. | Planícies e montanhas. | Animais mortos. | Principais ameaças: Caça, envenenamento, perda de habitat e alterações climáticas. | Registo de 41 anos, em cativeiro. |
Características Físicas |
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Anatómicas | Coroa branca e penugenta. Corpo acastanhado e extremidades das asas pretas. Bico castanho em forma de gancho. Patas rosadas e curtas. |
Dimorfismo Sexual | Ausente. |
Tamanho | 95-105 cm. |
Peso | Aproximadamente 7 kg. |
Galeria Fotográfica
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References:
- Gooders, John. (2003). Guia de campo das aves de Portugal e da Europa. Temas e debates, 4ª Edição.
- Bruun, Bertel. (1993). Aves de Portugal e Europa. FAPAS.
- on-line: BirdLife International. 2015. Gyps fulvus. The IUCN Red List of Threatened Species 2015: e.T22695219A80159120. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2015-4.RLTS.T22695219A80159120.en. Downloaded on 26 January 2016.
- on-line: http://www.avesdeportugal.info/gypful.html