Violência familiar

A violência familiar envolve a agressão de qualquer espécie verbal, física, emocional, sexual ou negligência ativa ou passiva que é cometida por uma ou mais pessoas contra outra dentro de uma família, quer sejam casadas, aparentadas, vivendo juntas, separadas, ou divorciadas.

violência familiar envolve a agressão de qualquer espécie verbal, física, emocional, sexual ou negligência ativa ou passiva que é cometida por uma ou mais pessoas contra outra dentro de uma família, quer sejam casadas, aparentadas, vivendo juntas, separadas, ou divorciadas.

A violência tornou-se um dos temas centrais da saúde pública pela sua gravidade e repercussões no comprometimento da saúde e qualidade de vida das pessoas (Pesce, 2008). Em relação à criança, a violência é uma das formas mais comuns e graves de violação de direitos, por negar-lhes a liberdade, a dignidade, o respeito e a oportunidade de crescer e se desenvolver em condições normais e saudáveis (Pesce, 2008).

Do ponto de vista de Santos e Ferrani (2007) a gravidade da violência familiar é incontestável, tanto por questões associadas aos seus contornos como por questões associadas às suas consequências.

Diversos estudos têm mostrado os prejuízos que a violência praticada nos lares pode carregar na infância, fase da vida crucial para o desenvolvimento humano (Pesce, 2008). A violência familiar potencializa o desenvolvimento de problemas de comportamento, pelo que se tem tornado cada vez mais presente na vida de milhares de crianças, encontradas nos ambulatórios de psicologia e de psiquiatria, nas salas de aula das escolas e na literatura especializada internacional (Pesce, 2008). Os problemas de comportamento são considerados como comportamentos socialmente inadequados, representando deficit ou excedentes comportamentais que prejudicam a interação da criança com os pares e adultos de sua convivência (Pesce, 2008).

Para podermos prevenir este tipo de situações é importante começar a conscientizar de forma proativa, ou seja, colocar os programas de prevenção da violência familiar em prática o quanto antes, como forma de prevenir o risco de comportamento violento ao longo da vida (Santos, & Ferriani, 2007).

Por problemas de comportamento, estudos como os de Santos e Ferriani (2007) entendem a agressividade tanto na escola como na comunidade.

Associações entre problemas de comportamento e variáveis do ambiente familiar têm sido verificadas, incluindo-se com destaque os relacionamentos pautados pela violência (Pesce, 2008). A quantidade de eventos de vida negativos provenientes da família vêm sendo apontadas como particularmente prejudiciais ao desenvolvimento da criança e um fator condicionante para problemas de comportamento na infância.

Estas situações são, muitas vezes, desencadeadas pelo próprio poder público que não acompanha as necessidades das populações mais desfavorecidas e, por esse motivo, não providencia para que nada falte às crianças provenientes destas populações que são o público mais lesado (Santos, & Ferriani, 2007).

É nesse sentido que as autoras demonstram, nos seus trabalhos, a preocupação que gira à volta de famílias desfavorecidas no que concerne a violência familiar, uma vez que é fundamental que as mesmas tenham conhecimento dos direitos das suas crianças à dignidade e ao respeito por parte de todos, tal como defende o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que procura garantir, perante a lei, que as suas necessidades sejam respondidas e que a lei se faça, na prática, cumprir (Santos, & Ferriani, 2007).

Esse fato verifica-se nos estudos realizados acerca do tema porque, ao acompanharem dois grupos de crianças com e sem problemas de comportamentos, constata-se que o grupo de crianças sem problemas de comportamento parece favorecido por um ambiente familiar mais harmonioso e abastecedor de necessidades da criança (Pesce, 2008).

Para além disso, os estudos revelam ainda que a violência familiar pode ser desencadeadora de graves problemas de depressão, ansiedade, desenvolvimento de fobias, insónias, baixa autoestima, entre outros (Santos, & Ferriani, 2007).

Conclusão

De acordo com os estudos realizados acerca do assunto podemos perceber que a violência familiar pode ser desencadeada em qualquer ambiente ou contexto e que os indivíduos mais prejudicados pela mesma são, invariavelmente, as crianças. Nesse sentido, a grande preocupação dos profissionais é providenciar a prevenção da mesma, uma vez que existe uma relação direta e significativa entre a violência familiar e os comportamentos desajustados e agressivos cometidos pelas crianças desde logo a primeira infância.

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References:

  • Pesce, Renata. (2009). Violência familiar e comportamento agressivo e transgressor na infância: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva [em linha] 2009, 20 de janeiro de 2018. Disponível em http://www.redalyc.org/html/630/63013532019/;
  • Santos, L.E.S., & Ferriani, M.G.C. (2007). A violência familiar no mundo da criança de creche e pré escola. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília 2007 set-out: 60(5): 524-9. Recuperado em 20 de janeiro de 2017 de http://www.redalyc.org/html/2670/267019610008/.
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