Resiliência de alunos

A resiliência de alunos diz respeito à capacidade que os mesmos têm de ultrapassar diferentes obstáculos.

Resiliência de alunos

A resiliência de alunos diz respeito à capacidade que os mesmos têm de ultrapassar diferentes obstáculos. Deste modo, pretendemos compreender alguns fatores ligados à capacidade de resiliência, em alunos que ingressam no ensino superior.

Segundo Peltz, Moraes e Carlotto (2010) a resiliência diz respeito ao conjunto de reações geradoras de uma resposta dada pelo indivíduo a uma situação social, e atravessa todo o percurso vital.

Os autores consideram também que a mesma está ligada à personalidade, ao ambiente familiar, à imigração, aos problemas sociais, etc (Peltz, Moraes, & Carlotto, 2010).

As pesquisas de Pereira, Gomes, Francisco, Jardim, Motta, Pinto, Bernardino, Melo, Assim, segundo as pesquisas de Ferreira, Rodrigues e Pereira (2008) a transição do ensino secundário para o ensino superior, exerce grande influência na capacidade de controlo do stresse, das estratégias de estudo, e da capacidade de aquisição de competências, principalmente em alunos resilientes.

A experiência do ensino secundário, é um dos fatores mais fortes de desenvolvimento do aluno, no que respeita ao sucesso escolar porque ajuda a adquirir competências sociais, de resolução de problemas, de aprendizagem, etc (Peltz, Moraes, & Carlotto, 2010).

A par da experiência vivida no ensino secundário, a capacidade de adaptação no ensino superior, é também influenciada pela relação com os pais, ou seja, quanto mais segura e saudável for, melhores adultos se vão tornar, com boa capacidade de resiliência aquando do ingresso no ensino superior (Monteiro, Tavares, & Pereira, 2007; Peltz, Moraes, & Carlotto. 2010)..

De referir ainda que a relação com o par afetivo também determina o controlo da ansiedade por parte do estudante, e por conseguinte, a sua resiliência e capacidade de adaptação (Monteiro, Tavares, & Pereira, 2007).

Questões como a gestão de emoções, o desenvolvimento da autonomia e da independência, as relações estabelecidas com o meio envolvente, a luta pela conquista de objetivos e de uma vida íntegra são algumas das muitas situações e circunstâncias que os alunos irão enfrentar logo no primeiro ano da universidade (Pereira et al, 2008).

Muitos estudos mostram que o estudante que muda de cidade para ingressar no ensino superior, passa por um conjunto de situações novas com as quais tem de saber lidar sozinho e que irão moldar a sua capacidade de se adaptar ao novo mundo, como as saudades da família, a ansiedade e a solidão, a sensação de perda que pode torna-lo mais frágil e, frequentemente, situações geradoras de bastante frustração (Pereira et al, 2008).

De acordo com Monteiro, Tavares e Pereira (2007) há no entanto muitas situações em que estas mudanças todas não ocorrem da forma mais saudável, principalmente em estudantes do primeiro ano, o que leva a que muitos deles abandonem o ensino superior e não cheguem a acabar o curso.

Por outro lado, é sabido, pelos estudos de Peltz, Moraes e Carlotto (2010) que alunos que têm consciência da importância do ensino para o seu desenvolvimento, são mais enérgicos e organizados no que diz respeito à capacidade de resiliência, e, consequentemente, têm estilos de vida mais saudáveis.

A capacidade de adaptação e de desenvolvimento enquanto estudante e enquanto cidadão no que concerne ao sucesso académico, à autonomia, à vocação e à moldagem do seu próprio estilo de vida, ajuda a desenvolver estratégias de coping quanto à resiliência do indivíduo durante o período universitário (Pereira et al, 2008).

Pereira et al (2008) elaboraram três programas de intervenção em alunos resilientes que visavam a Gestão e o Controlo do Stresse no Ensino Superior, Métodos de Estudo e Desenvolvimento ed Competências Pessoais, Sociais e Académicas e de acordo com os resultados obtidos todos estes programas fizeram sentido aos alunos.

Eles mostraram ter consciência de que o ensino superior não se limita às avaliações quantitativas e que a adaptação mais favorável, é uma peça fundamental para o sucesso (Pereira et al, 2008).

Peltz, Moraes e Carlotto (2010) chegaram também à conclusão, durante as suas pesquisas, que quando a escola aposta em projetos e atividades que visem a integração e a participação dos alunos de forma ativa, promove o seu desenvolvimento e melhora a sua aquisição de conhecimento, o que, automaticamente, motiva os alunos para ingressar no ensino superior.

Conclusão

Com a revisão da literatura no que concerne à resiliência, podemos compreender como é importante a capacidade de adaptação, de evolução, de controlo e até de equilíbrio, que um aluno precisa de adquirir para desenvolver competências de resiliência. Esta competência é absolutamente necessária, principalmente em alunos que estudam fora da sua cidade de residência devido à ausência da família para os orientar em todas as atividades que têm de desempenhar, seja na organização do material académico, na autonomia, na responsabilidade, em suma, no começo de uma vida independente e personalizada. É possível compreender como uma família onde o relacionamento entre pais e filhos é saudável, bem como uma escola que aposta no desenvolvimento académico mas também pessoal dos seus alunos, irão influenciar os comportamentos adaptativos, ou seja, resilientes, que estes alunos terão com o ingresso no ensino superior.

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References:

  • Monteiro, S., Tavares, J., & Pereira, A. (2007). RELAÇÃO ENTRE VINCULAÇÃO, SINTOMATOLOGIA PSICOPATOLÓGICA E EM-ESTAR EM ESTUDANTES DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO SUPERIOR. PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 8(1), 83-93. Acedido a 22 de março de 2016 em https://www.researchgate.net/profile/Anabela_Pereira6/publication/237126643_RELAO_ENTRE_VINCULAO_SINTOMATOLOGIA_PSICOPATOLGICA_E_BEM-ESTAR_EM_ESTUDANTES_DO_PRIMEIRO_ANO_DO_ENSINO_SUPERIOR/links/543fb9ad0cf21227a11b19d4.pdf
  • Peltz, L., Moraes, M.G., & Carlotto, M.S. (2010). Resiliência em estudantes do Ensino Médio. Resilience of High School students. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. Volume 14, Número 1. P:87-94.
  • Pereira, A., Gomes, R., Francisco, C., Jardim, J., Motta, E., Pinto, C., Bernardino, O., Melo, J., Ferreira, J., Rodrigues, M.J., & Pereira, P. (2008). DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PESSOAIS E SOCIAIS COMO ESTRATÉGIA DE APOIO À TRANSIÇÃO NO ENSINO SPUERIOR. International Journal of Development and Educational Psychology. Psicologia de la educatión. Número 1, (Volumen 2), p:419-426. Acedido a 21 de março de 2016 em http://infad.eu/RevistaINFAD/2008/n1/volumen2/INFAD_010220_419-426.pdf
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