Qualidade de vida na deficiência

A qualidade de vida na deficiência diz respeito à capacidade de viver com bem-estar, diante de uma condição de saúde algo limitada.

Qualidade de vida na deficiência

A qualidade de vida na deficiência diz respeito à capacidade de viver com bem-estar, diante de uma condição de saúde algo limitada. Esta capacidade requer a promoção de algumas estratégias de estimulação das capacidades.

Os estudos realizados acerca da qualidade de vida na deficiência vêm sendo cada vez mais alvo de interesse por diferentes investigadores, principalmente nas últimas décadas, especialmente no âmbito de doenças letais, crónicas, genéticas e hereditárias (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008). De acordo com os estudos de Noce, Simim e Mello (2009) verifica-se uma enorme evidência da importância das atividades desportivas junto de indivíduos portadores de deficiência, devido à necessidade de combater o sedentarismo, pois esta questão está direta e significativamente relacionada com a qualidade de vida dos mesmos.

Para Noce, Simim e Mello (2009) a qualidade de vida na deficiência está intensamente ligada à capacidade de estabelecer relações interpessoais, que afetam, pela positiva, a saúde mental do indivíduo. Para tal, é importante criar estratégias que sejam passíveis de criar atividades promotoras do bem-estar biopsicossocial do portador de deficiência (Noce, Simim, & Mello, 2009).

Algumas considerações devem ser tidas em conta quando se estuda e avalia a qualidade de vida d indivíduos portadores de deficiência, pelo que, Saviani-Zeoti e Petean (2008) mencionam, no caso da deficiência mental, que é preciso lembrar, aquando da análise da informação, que a mesma provém na maioria dos casos, da opinião de familiares, profissionais e elementos próximos ao deficiente. Nestes casos existe mesmo uma grande escassez de registos dos testemunhos, na primeira pessoa (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

No entanto, é de referir que as poucas informações que existem acerca do testemunho das pessoas com deficiência mental demonstram a percepção acerca do que as mesmas sentem em relação aos relacionamentos e ao ambiente envolvente (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

A dificuldade em aceder à informação pertinente acerca da qualidade de vida no caso de indivíduos deficientes mentais, provém da ideia de que os mesmos, devido à sua condição, não são considerados capazes de dar um testemunho consciente (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

Mesmo assim, Saviani-Zeoti e Petean (2008) salvaguardam que os portadores de deficiência mental têm a capacidade de sentir, de pensar acerca do que sentem e de expressar esses sentimentos, na infância através dos desenhos e, depois de adultos, através da fala.

É importante referir as oportunidades de trabalho no caso dos portadores de deficiência, pois a condição reflete-se a sua qualidade de vida, uma vez que, na maioria dos casos, os mesmos enfrentam bastantes obstáculos, encontrando trabalho, principalmente em instituições, enquadrados em situação protegida (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

Além das oportunidades de trabalho, outros estudos fazem referência à influência significativamente positiva no que diz respeito à atividade física desportiva destes indivíduos, tendo em conta que se verifica a evidência de aumento exponencial de qualidade de vida mediante as práticas desportivas (Noce, Simim, & Mello, 2009).

A par da importância do desporto, é também relevante salientar as benesses, em alguns casos, de frequentar escolas especiais e adaptadas, já que as mesmas, além de prestar apoio aos indivíduos deficientes, também têm a possibilidade de prestar apoio às suas famílias (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

Não podemos deixar de mencionar ainda que, a respeito das as diferenças entre deficiências leves e deficiências graves, uma das que mais se destacam é a capacidade dos indivíduos com deficiências leves, não só para demonstrar maior qualidade de vida, como vêm a vida de uma forma mais positiva (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

Estes dados permitem colocar a possibilidade de promover maior autonomia nestes indivíduos no sentido de que eles passem a poder tomar decisões acerca das suas próprias vidas (Saviani-Zeoti, & Petean, 2008).

No entanto, é preciso ter em conta a idade do indivíduo deficiente, uma vez que, à medida que envelhece, certas capacidades vão sendo cada vez mais escassas, principalmente ao nível da saúde mental, muito embora se verifique maior incidência no que diz respeito às capacidades físicas (Noce, Simim, & Mello, 2009).

Para que estes indivíduos adquiram uma qualidade de vida no patamar positivo, os estudos de Noce, Simim e Mello (2009) sugerem a importância do apoio da família, nomeadamente no que diz respeito à promoção de uma vida ativa, evitando o sedentarismo, através da prática de atividades desportivas.

Conclusão

Verificamos que a qualidade de vida de um indivíduo deficiente é pautada por algumas limitações devido à sua condição, contudo, o mesmo não precisa nem deve viver num estado de sendentarismo. De forma adaptada é importante estimular as capacidades que o mesmo demonstra ter, principalmente a respeito da promoção e estimulação de atividade física e desportiva, na busca de lhe proporcionar a maior capacidade possível de autonomia.

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References:

  • Noce, Franco, Simim, Mário Antônio de Moura, & Melo, Marco Túlio de. (2009). A Percepção de Qualidade de Vida de Pessoas Portadoras de Deficiência Física Pode ser Influenciada Pela Prática de Atividade Física? Revista Bras Med Esporte – Vol.15, Nº3 – mai/jun. 2009. scielo.br/pdf/rbme/v15n3/a02v15n3.pdf;
  • Saviani-Zeoti, Fernanda, & Petean, Eucia Beatriz Lopes. (2008). A qualidade de vida com deficiência mental leve. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(3), 305-311 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722008000300006.
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