Torres Novas é uma cidade portuguesa e sede de concelho que pertence ao distrito de Santarém, localizado na região Centro e sub-região do Médio Tejo. O concelho conta com 10 freguesias, a saber: Assentiz, Chancelaria, Meia Via, Pedrógão, Riachos, União das Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel, União das Freguesias de Olaia e Paço, União das Freguesias de Santa Maria, Salvador e Santiago, União das Freguesias de São Pedro, Lapas e Ribeira Branca e, por fim, Zibreira. Segundo o Censos, o concelho é habitado por 36.717 habitantes numa área total de 270 km2 e faz fronteira a Noroeste, com Ourém, a Leste por Entroncamento, Tomar e Vila Nova da Barquinha, a Sul por Santarém, a Sueste pela Golegã e a Oeste por Alcanena. A cidade de Torres Novas conta com 12823 habitantes.
História da cidade:
A história da cidade remonta aos tempos mais longínquos, havendo indícios da presença Paleolítica na orla da rede cársica do rio Almonda. São exemplo disso, as grutas de Buraca da Moura e da Oliveira ou a Lapa da Bugalheira.
Também a presença romana deixou marcas no território. Nos primórdios do domínio romano, Cardílio e Avita tornaram-se proprietários de uma das diversas “villae” existentes na zona, a apelidada Vila Cardílio . Esta villae lusitano-romana consta ter sido habitada nos séculos I a IV d.C.. Da suas ruínas recuperaram-se painéis de mosaicos, moedas, esculturas e uma inscrição latina indicando “felicidades ao casal na sua villa da torre”. Expressão que ficou associada a uma possível origem toponímica da cidade.
No início do período medieval, o território conhecido por Turris começou a adquirir os seus contornos actuais, aquando da expulsão dos invasores árabes pelas tropas de D. Afonso Henriques (1148) e com a fundação do concelho no foral atribuído por D. Sancho I a 1 de Outubro de 1190. O castelo, que chegou a ficar em ruínas, foi reconstruído por ordem de D. Sancho I e, mais tarde, por D. Fernando I devido às guerras travadas com Castela. A fortificação foi resistindo ao tempo e só voltou a ser alvo de nova reconstrução em 1910, altura em que já detinha a classificação de Monumento Nacional.
No decurso da Idade Média, a área que circundava o castelo conheceu um forte crescimento quer demográfico quer económico, recebendo, por isso, a Carta de Feira em 1263 e passando a pertencer aos domínios da rainha Santa Isabel de Aragão em 1304, por doação do marido, o rei D. Dinis. Nos séculos seguintes, foi-se afirmando como local de reunião das Cortes e de alguns momentos históricos como o juramento do casamento entre os Infantes D. Beatriz e D. Henrique e o estabelecimento da regência de D. Leonor de Aragão.
Na primeira metade do século XV, a vila passa a ter D. Isabel de Avis como donatária e recebe novo foral em 1510, durante o reinado de D. Manuel I. Na década seguinte, D. João Lencastre passaria a deter o título de primeiro Marquês de Torres Novas. A rainha D. Maria I, concedeu em 1783, a licença a Henrique Meuron e David Suabe para instalarem a Fábrica das Chitas, que acabou por ser destruída em 1810 pelas tropas francesas do general Massena.
A economia da cidade desenvolveu-se durante o século XIX, tendo como maiores casos de sucesso a fundação da Fábrica de Papel Almonda, em 1818, a Companhia de Fiação de Torres Novas, em 1845, bem como a criação da transportadora João Clara e Companhia Limitada. A crescente afirmação do concelho determinou a elevação de Torres Novas a cidade, em 1985.
Património Histórico e Natural:
A cidade de Torres Novas tem um património histórico bem conservado e valorizado pela população. O Castelo de Torres Novas pode ser alvo de visitas e é o destaque principal de uma cidade que ainda tem as Grutas das Lapas, a Villa Cardilio, onde existem ruínas romanas e os Moinhos da Pena. Como património natural, Torres Novas tem vários locais de relevo como o Rio Almonda e a sua Reserva Natural do Paul do Boquilobo, sendo que o concelho, também, ainda faz parte do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Neste Parque Natural situa-se o Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros que encontra-se entre Torres Novas e Ourém. Além deste museu, ainda se podem visitar outros como o Museu Municipal Carlos Reis, o Museu Etnográfico da Região de Torres Novas, o Museu Agrícola dos Riachos e a Casa Memorial dos Riachos. De destacar ainda, a Igreja da Misericórdia de Torres Novas, a Igreja do Salvador e o Cineteatro Virgínia como ponto de confluência cultural da cidade e dos concelhos à sua volta.
Gastronomia do Concelho:
A gastronomia torrejana é rica e diversificada. Como entrada destaca-se o pão caseiro com queijo de ovelha ou morcela de arroz. A sopa mais tradicional é a sopa de couves com feijões e a sopa de fressura. Como prato principal destaca-se o requentado de bacalhau assado ou a petinga frita, as migas à pescador, as enguias do Boquilobo, a fataça na telha e, o cabrito assado no forno com batata e grelos. Na doçaria temos o bolo de cabeça, as merendeiras das lapas, o doce de amêndoa e o figuinho de Torres Novas. Nas bebidas temos a aguardente de figo, o vinho tinto caseiro e o abafado de soutos.
Brasão da Cidade:
O Brasão da Cidade contempla um tom vermelho, um castelo de ouro aberto e iluminado de verde, cortado por três faixas ondadas, duas de prata e uma azul. A torre central, rematada por um braço armado de prata empunhando uma maça de armas de ouro. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco com a legenda a negro “Torres Novas”. O vermelho do brasão simboliza Guerra, vitórias, força, vida e audácia; o castelo a antiguidade e importância histórica da cidade, reforçadas pelo braço armado de maça de armas; o verde que abre e ilumina o castelo significa fé e esperança e as três faixas ondadas representam o Rio Almonda e a sua importância para a cidade.
Acordos de Geminação:
- Manatuto, cidade costeira de Timor, a 87 quilómetros de Dili (desde 23 de Maio de 2002)
- Moreni, cidade romena com cerca de 22000 habitantes (desde 5 de Março de 2007)
- Rambouillet, cidade francesa nos arredores de Paris (desde 27 de Abril de 2009)
- Ribeira Grande, localidade na Ilha de Santo Antão de Cabo Verde (desde 31 de Maio de 1997)