Almeirim (Portugal)

Apresentação da cidade de Almeirim e do seu concelho: caracterização sócio-económica, histórica, heráldica, património histórico, edificado e património natural.

Almeirim é uma cidade portuguesa e sede de município localizada no Distrito de Santarém, pertencente à Região do Alentejo e da sub-região Lezíria do Tejo. Segundo o Censos de 2011, o concelho tem uma área de 222,12 km2 e 23 376 habitantes e dispõe de 4 freguesias: Almeirim, Benfica do Ribatejo, Fazendas de Almeirim e Raposa. O concelho de Almeirim faz fronteira com Alpiarça, Chamusca, Salvaterra de Magos, Coruche, Santarém e Cartaxo. Moram 11.963 pessoas na cidade de Almeirim, segundo o último Censos realizado em 2011. O concelho está numa região vinícola de excelência, sendo esta a principal actividade económica do Concelho.

História da cidade:

A história de Almeirim remonta ao período pré-histórico. Existem vestígios da presença paleolítica, mesolítica, neolítica, calcolítica e do período de bronze. O período do ferro é fortemente marcado como comprovam as estações arqueológicas locais. Também a presença romana tem de ser referenciada.  Existem relatos de que as Legiões Romanas de Décimo Junius Brutus estiveram neste local, subindo o Tejo e desembarcando perto da zona de Santarém deixando na área importantes marcas. Por volta do século I A.C.  terá começado a ocupação das terras aráveis desenvolvendo assim a Agricultura e a criação de gado. Alguns exemplos destas ocupações são visíveis nos achados arqueológicos existentes no município: Concheiro epipaleolítico do Vale da Fonte da Moça, Via Romana que ligava Lisboa a Mérida e ainda a Villa romana de Azeitada em Benfica do Ribatejo. No entanto, é em pleno  século XVI que os acontecimentos históricos são mais abundantes e dos quais existem crónicas com relatos mais precisos. Almeirim, tornou-se desde cedo, um lugar preferido entre a monarquia da II Dinastia e estância de Inverno frequentada por inúmeros membros da Corte. Era um local com magníficas coutadas de caça, região perto de Santarém, com fácil acesso, e com uma via fluvial. Chegou a ser apelidada de “Sintra de Inverno”, e no século XVI, costumava-se dizer que “em Almeirim se estava em pilha como a sardinha”. Era assim, um ponto ideal para o repouso. Júlio Castilho na sua obra “Lisboa Antiga”, refere: “À fresca Almeirim afluía todo o que tinha moradia e assentamento e todo o que desejava ter: o cavaleiro ocioso recém-chegado da Índia, o taful que buscava mulher nos estrados do Paço, todos os estalajadeiros, “mariposas do palácio”, namorados dos encantos de Portugal”. Almeirim, foi palco de intrigas palacianas, amores forjados à sombra de frondosos jardins do Paço Real, assim como palco da resolução de altos negócios do Reino. D. João I, manda construir, entre 1411 e 1423, o Paço acastelado e as primeiras habitações que vieram a contribuir para a criação da vila após melhoria dos terrenos através de processos de terraplanagem, colmatagens e drenagem dos mesmos. Este Paço Real, foi aumentado e melhorado com novas instalações por D. Manuel I. Além disso, mandou também construir uma residência real perto da Ribeira de Muge, inicialmente, chamado de Paço da Ribeira da Muge e depois passou a ser conhecido por Paço dos Negros, e um Convento em honra de Nossa Senhora da Serra. Em 1483, D.João II concede Carta de Privilégio aos habitantes de Almeirim. Efectiva constituição do Concelho.Em 1500, a Igreja Matriz de Almeirim, orago de S. João Baptista, foi mandada construir, nesta data, por Mestre Henrique, ilustre médico da Corte de D. Manuel. Foi neste Paço que aconteceram as mais problemáticas Cortes da nossa história. Em 1578, D. Sebastião levado pelo gosto da aventura e pelo ímpeto dos seus verdes anos oferece os seus préstimos para a reconquista de Arzila, contudo, não resistindo à superioridade das forças marroquinas o exército português foi derrotado, deixando D. Sebastião sem vida em Alcácer-Quibir. Com o problema da sucessão por resolver são abertas as Cortes de Almeirim, em 1580, pelo Cardeal D. Henrique. As Cortes são dissolvidas sem a situação resolvida e o Reino passa a ser governado por Filipe II de Castela, iniciando-se assim a Dinastia Filipina que duraria até 1640. Em 1735, D.Pedro de Almeida Portugal, marquês de Alorna, manda construir o palacete da Quinta do Vale de Nabais, com ermida própria. Mais tarde, chamar-se-á Quinta da Alorna. Em 1811, As tropas anglo-portuguesas conseguem, dos campos de Almeirim, evitar a travessia do Tejo pelas tropas francesas lideradas por Massena e que estavam sediadas em Santarém. Durante o período em que Almeirim tinha grande procura como estância de veraneio, Gil Vicente, pai do teatro português, representou nos Paços da Vila algumas das suas farsas, comédias e autos. Foi também aqui que Garcia de Resende começou a imprimir o seu Cancioneiro Geral. Em 1991, a 20 de Junho, Almeirim é elevada a cidade.

praça de touros-almeirim

Praça de Touros de Almeirim

Património Edificado e Natural:

No património Edificado de Almeirim, destaca-se o Museu Municipal de Almeirim, a Praça de Touros, o Pórtico do Paço dos Negros da Ribeira de Muge e a Igreja Matriz de São João Baptista, de estilo barroco e que tem a imagem célebre do Senhor Jesus dos Paços. Quanto ao património natural, é de valorizar o Parque Zona Norte, parque verde de desporto e lazer e o Jardim da República, onde outrora fora o Terreiro do Paço Real e a Praça do Comércio, sendo agora um dos pontos fulcrais da cidade de Almeirim.

brasao-almeirimBrasão da Cidade:

Almeirim tem no seu Brasão uma partida de uma pala de negro e duas de oiro, sendo a de negro carregada por uma águia aberta de oiro de voo abatido, acompanhada em chefe por uma seta de oiro carregada por uma quina de Portugal e, em contra-chefe, por três faixas onduladas duas de prata e uma de azul. As palas de oiro são carregadas cada uma por uma trompa de caça de vermelho, forrada de negro, acompanhada em chefe e contra-chefe, por cachos de uvas de púrpura folhados e batidos de verde. Coroa mural de prata de quatro torres e listel branco com os dizeres “Vila de Almeirim” de negro.

Acordos de Geminação e Cooperação:

Não existem acordos de Geminação e Cooperação de Almeirim com qualquer outra localidade.

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