Características da espécie Bison bison
Bison bison (Bisonte-americano) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Animalia | Chordata | Mammalia | Cetartiodactyla | Bovidae | Bison | B. bison |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Dieta | Predação | Longevidade |
América do Norte | Quase ameaçada | Pradarias | Herbívoro | Lobos e Urso-cinzento | 15 anos |
Características Físicas |
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Anatómicas | Corpo grande coberto por pelo espesso e escuro; chifres e cauda |
Dimorfismo Sexual | O macho é maior que a fêmea |
Tamanho | Comprimento corpo: 2-3.5 m; Cauda: 30-91 cm; Altura corpo: 152-186 cm |
Peso | 318-1000 kg |
Bison bison é uma espécie nativa da América do Norte, sendo este o maior animal terrestre presente nesta região geográfica. Pertence ao género Bison e possui 2 subespécies reconhecidas: Bison bison bison (bisonte-da-planície), mais pequeno e com uma corcunda mais redonda, e Bison bison athabascae (bisonte-da-floresta), maior e com uma corcunda mais alta e quadrada. A nível ecológico, esta espécie é considerada engenheira de ecossistemas e espécie-chave.
Possui um pelo longo e escuro, muito denso no Inverno e mais leve no Verão; possui um comprimento de cabeça e corpo entre 2-3.5 metros, acrescentando entre 30-91 cm com a cauda; a altura pode variar entre 152-186 cm e podem pesar entre 318 a 1000 kg. Ambos os sexos possuem chifres que podem crescer até 61 cm, sendo estes utilizados para defesa e para competição entre os indivíduos de uma população (Fig 1). Esta espécie é herbívora, pastando nas pradarias. O seu período de reprodução ocorre entre Agosto e Setembro com uma gestação de 285 dias. Os bisontes atingem a sua maturidade sexual aos 3 anos e possuem uma expectativa de vida de 15 anos em estado selvagem. É uma espécie migratória, migrando para o sul durante o Inverno. Vive em manadas, sendo as manadas das fêmeas constituída também pelas crias; as manadas dos machos e das fêmeas só se juntam na altura da reprodução.
Estima-se que cerca de 20 a 30 milhões de bisontes, uma vez dominaram a paisagem norte-americana desde os Apalaches até às Montanhas Rochosas e partir da Costa do Golfo até ao Alasca. A perda de habitat e a caça não regulamentada reduziu esta espécie para apenas 1091 indivíduos em 1889, sendo que foi uma das primeiras espécies em vias de extinção que alertou os cidadãos e os governos da América do Norte para a importância da conservação.
Extirpação do bisonte-americano
A extirpação desta espécie em muitos ecossistemas originou várias consequências devido à sua importância ecológica. As manadas de bisontes removem grandes quantidades de biomassa por pastagem, pisam a vegetação e compactam o solo, sendo que estas perturbações afetam a produção primária, a reprodução das plantas, o teor de húmus no solo, a qualidade do solo e muitos outros fatores no ecossistema. Antes da extirpação dos bisontes, as manadas criavam um mosaico de intensidades de pastagem e eram o maior responsável pela conversão de grandes quantidades de biomassa vegetal em biomassa animal que serviu de alimento aos americanos nativos, predadores, necrófagos e decompositores, como uma peça fundamental no ciclo de nutrientes. A longo prazo, as atividades dos bisontes reduzem a cobertura, dominância e produtividade de gramíneas, resultando no aumento da abundância e diversidade de outras espécies de plantas, juntamente com um aumento da heterogeneidade espacial característica das pradarias. Desta forma, o bisonte é responsável por vários efeitos ecológicos importantes no ecossistema, sendo também considerado uma espécie fundação.
Existem cerca de 500.000 bisontes-americanos na América do Norte, contudo, para efeitos de conservação, apenas 20.000 estão em manadas em estado selvagem. Apesar de o bisonte ter resistido à extinção no final do século XIX, atualmente enfrenta outros problemas devido ao tamanho reduzido das manadas, à perda de diversidade genética (para saber mais, ver artigo Efeito gargalo de garrafa), ao confinamento das manadas em áreas vedadas, à perda e fragmentação de habitat para agricultura e outras atividades humanas, à introgressão de genes de gado no genoma mitocondrial e nuclear (causado pelos esforços para cruzar bisontes com gado doméstico quando os números de bisontes eram muito baixos), às práticas de abate e às doenças exóticas, como a brucelose que causa abortos em muitas espécies de ungulados. A ausência de predadores é também um problema. Estudos recentes mostram que após a introdução de lobos na região norte do Parque Nacional de Yellowstone, os bisontes aumentaram de 455 indivíduos, em 1997, para 2070, em 2007. Este aumento poderá fazer parte de uma cadeia trófica secundária, uma vez que os lobos reduziram a densidades de alces, diminuindo a competição interespecífica sobre os bisontes, resultando, por sua vez, no aumento da densidade dos bisontes e do efeito destes na vegetação. Em suma, os pontos essenciais para a conservação do bisonte são a gestão do habitat, a genética populacional, as doenças e as questões jurídicas associadas.
References:
- Boyd, D.P. e Gates, C.C. (2006) A Brief Review of the Status of Plains Bison in North America. JOW 45: 15-21
- Fox, T.A. et al. (2012) Can bison play a role in conserving habitat for endangered sandhills species in Canada? Biodivers Conserv DOI: 10.1007/s10531-012-0255-9
- Freese, C.H. et al. (2007) Second chance for the plains bison. Biological Conservation 136: 175-184
- Knapp, A.K. et al. (1999) The Keystone Role of Bison in North American Tallgrass Prairie. BioScience 49: 39-50
- Painter, L. e Ripple, W.J. (2012) Effects of bison on willow and cottonwood in northern Yellowstone National Park. Forest Ecology and Management 264: 150-158