Segundo Mensageiro

O segundo mensageiro ou o mensageiro secundário é um agente sinalizador intracelular. Os mensageiros secundários são iões ou pequenas moléculas que…

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O segundo mensageiro ou o mensageiro secundário é um agente sinalizador intracelular. Os mensageiros secundários são iões ou pequenas moléculas que transmitem sinais no interior das células. Os mensageiros secundários estão envolvidos na propagação para o meio intracelular de um sinal externo. Normalmente, esse sinal externo é uma molécula sinalizadora extracelular.

A ligação da molécula sinalizadora extracelular a recetores à superfície da célula é o processo que desencadeia um conjunto de reações na célula em que os mensageiros secundários são ativados e propagam o sinal no interior da célula num processo chamado de transdução de sinal.

Os mensageiros secundários mais comuns incluem:

a) Adenosina monofosfato cíclico (cAMP);

b) Diacilglicerol (DAG);

c) Inositol trifosfato (IP3);

d) Iões de cálcio (Ca2+).

Os mensageiros secundários são peças fundamentais nas vias de transdução de sinal

Existe um processo na célula, designado por transdução de sinal, que abrange um conjunto de reações em cadeia com o objetivo de transmitir para o interior da célula a mensagem trazida por uma molécula sinalizadora extracelular e levar a célula a efetuar uma resposta.

As moléculas sinalizadoras extracelulares (e.g. hormonas) seriam os primeiros mensageiros ou os mensageiros primários, em contraste com os mensageiros secundários que são moléculas sinalizadoras intracelulares.

Quando uma molécula sinalizadora extracelular alcança a célula-alvo e se liga ao seu respetivo recetor na membrana plasmática, o recetor sofre uma alteração conformacional, ficando ativado. O recetor ativado pode levar à produção de grandes quantidades de mensageiros secundários, levando à amplificação do sinal no interior da célula.

Efetivamente, mensageiros secundários são produzidos em grande escala porque os recetores estimulam enzimas intracelulares específicas que os sintetizam.

Os mensageiros secundários difundem-se rapidamente pela célula (ou em alguns casos, pela membrana plasmática), propagando o sinal.

Os mensageiros secundários propagam o sinal para o interior da célula até atingir moléculas-alvo intracelulares.

 

Um sinal (mensageiro primário) chega à célula
Receção (ligação da molécula sinalizadora ao recetor)
Ativação de uma enzima intracelular
Ativação de mensageiros secundários
Propagação e amplificação do sinal no interior da célula
Resposta da célula

 

Função dos principais segundo mensageiros

cAMP

O AMP cíclico é produzido a partir do ATP pela enzima adenilato ciclase e é degradada pela fosfodiesterase.

A função desta molécula como mensageiro secundário foi estabelecida em 1958 por Earl Sutherland. A concentração deste composto aumentava no interior da célula em resposta à presença da hormona epinefrina (também conhecida como adrenalina).

Recetores acoplados à proteína G ativam a enzima adenilato ciclase que vai, pro sua vez, sintetizar o cAMP. Este mensageiro secundário vai ativar a enzima intracelular cinase A. Esta enzima, uma vez ativada, vai fosforilar resíduos de serina em proteínas-alvo.

No caso da degradação do glucogénio estimulada pela epinefrina, a cinase A fosforila duas enzimas:

a) a glicogénio sintetase que, uma vez fosforilada, fica inativa e a célula não produz mais glicogénio;

b) a fosforilase cinase que , uma vez fosforilada, fica ativa. A fosforilase cinase ativada vai, por sua vez, fosforilar a glicogénio fosforilase que, uma vez fosforilada, fica ativa. Esta última enzima catalisa a degradação do glicogénio.

DAG, IP3

Tanto o Diacilglicerol (DAG) como o Inositol trifosfato (IP3) são compostos derivados da hidrólise de um fosfolípido presente na membrana plasmática que é o fosfotidil inositol-4,5-bisfosfato (PIP2).

Várias hormonas e fatores de crescimento vão conduzir à hidrólise do PIP2 pela enzima fosfolipase C.

A fosfolipase C pode ser ativada através de recetores:

a) acoplados à proteína G;

b) de tirosina cinase.

O DAG permanece na membrana plasmática e vai ativar a cinase C. Esta enzima vai então fosforilar proteínas alvo.

O IP3 é liberto no citosol e vai ativar canais de cálcio no retículo endoplasmático.

Cálcio

Os níveis de cálcio citoplasmático aumentam após o IP3 se ligar aos canais de cálcio do retículo endoplasmático.

A atividade de várias proteínas é alterada pela presença do cálcio.

Os iões de cálcio podem ligam-se à proteína calmodulina. O complexo resultante de Ca2+/calmodulina vai ligar-se a outras proteínas como algumas cinases, ativando-as.

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References:

  • Cooper, G. M., & Hausman, R. E. (2013). The cell: A molecular approach. Washington: ASM; Sunderland.
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