Amborellales, ordem

Descrição da ordem Amborellales, as suas principais características, os locais onde se encontram, assim como alguns aspetos da sua conservação…

Amborellales – Descrição da ordem

Amborellales

Amborellales

Amborellales é a designação atribuída a uma ordem de angiospérmicas. Esta ordem possui apenas uma família (Amborellaceae), um género (Amborella) e uma espécie (Amborella trichopoda).

A ordem Amborellales encontra-se comummente associada à classe Magnoliopsida e a divisão Magnoliophyta, no entanto, novos estudos (sistema APG) associam esta ordem ao clado ANITA, que corresponde a um grupo de ordens consideradas basais.

Os investigadores acreditam que esta ordem representa um dos grupos mais antigos de angiospérmicas, que terá sido o primeiro a derivar evolutivamente das outras plantas com flor.

Essa crença tem vindo a

ser comprovada pelos estudos filogenéticos e evolutivos realizados na espécie pertencente a esta ordem, assim como por características morfológicas.

Principais características:

Amborellales
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
Plantae Magnoliophyta Magnoliopsida Amborellales

 

Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
 Maioritariamente na Oceânia criticamente em perigo ambientes húmidos, particularmente bosques  –

 

Características Físicas
Anatómicas Porte arbustivo, arbóreo ou trepadeiras
Tamanho Atinge no máximo 8 metros de altura
Considerada uma família muito primitiva

Os membros desta ordem apresentam um porte arbustivo ou arbóreo de pequenas dimensões, não atingindo alturas superiores a 8 metros, sendo possível encontrar características de trepadeiras. Estes indivíduos possuem xilema sem elementos de vaso, o que contribui para confirmar esta ordem como sendo bastante primitiva.

Estes indivíduos são dióicos, possuindo os órgãos reprodutivos em plantas separadas, no entanto, em cativeiro, foi verificado que plantas normalmente com órgãos reprodutores femininos podem desenvolver órgãos reprodutores masculinos em caso de necessidade.

As folhas destes indivíduos são simples, com distribuição alterna, margens serrilhadas e página inteira. Estes indivíduos são perenes e possuem folhas de coloração verde-escura.

As suas flores possuem pequenas dimensões e encontram-se agrupadas em inflorescências terminais ou axilares. Os espécimes desta ordem não possuem sépalas e pétalas diferenciadas, apresentando tépalas (geralmente 8) de coloração esbranquiçada.

As flores masculinas apresentam inúmeros estames, enquanto as flores femininas apresentam vários carpelos. Cada carpelo apenas produz um óvulo. A polinização desta ordem ocorre com o auxílio de vento ou de insetos polinizadores, sendo o seu pólen arredondado e com apenas um opérculo.

Uma das características mais distintivas desta ordem corresponde à ausência de fixação das suas peças florais, isto é, os seus estames, carpelos e tépalas não se encontram completamente fixos ao recetáculo. Essa característica também contribui para a designação desta ordem como ordem basal.

O seu fruto é uma baga vermelha, com forma ovóide, que possui uma única semente, encerrada num pericarpo lenhoso. Os frutos são carnosos e suculentos, podendo libertar um líquido avermelhado.

O seu embrião é de pequenas dimensões, encontrando-se por vezes envolvido em endosperma, apresenta dois cotilédones, razão porque esta ordem se encontra associada às dicotiledóneas.

Distribuição:

A única espécie associada a esta ordem é endémica da Nova Caledónia, que se localiza num arquipélago da Oceânia, na região sudoeste do Oceano Pacifico. Em cativeiro, os membros desta ordem podem ser encontrados em outras partes do globo, no entanto, a sua especificidade de ecossistema restringe a sua distribuição natural a zonas tropicais húmidas.

Os membros desta ordem possuem uma preferência por habitats húmidos, com bastante sombra, sendo possível encontra-los em regiões montanhosas entre os 200 e os 1000 metros de altitude.

A única espécie inserida nesta ordem encontra-se frequentemente associada a habitats com a presença de diferentes espécies de musgos e líquenes.

Estatuto de conservação:

Os membros desta ordem são considerados como sendo muito raros, o que torna a sua conservação de grande importância para a preservação da espécie e consequentemente da ordem.

O principal interesse nesta ordem deve-se ao facto de poderem funcionar como registo evolutivo das plantas com flor, isto é, admite-se que as características da espécie pertencente a esta ordem são semelhantes às que as plantas primitivas apresentariam. Representaram por isso um registo de centenas de milhões de anos de evolução.

A destruição do seu habitat tem-se tornado uma grande preocupação, sendo que nas regiões onde se encontra o seu habitat natural têm vindo a ser aplicadas medidas que visam à sua proteção. Um dos principais problemas que afetam estes locais é o pastoreio e a agricultura excessivos, o que levou a conservação de alguns exemplares em cativeiro.

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References:

Berry, Paul E. (2008). Amborellales. Encyclopædia Britannica, inc. Consultado em: Fevereiro 28, em https://www.britannica.com/plant/Amborellales

Sampson, F. B. (1993). Pollen morphology of the Amborellaceae and Hortoniaceae (Hortonioideae: Monimiaceae), Grana, 32:3, 154-162, ISSN: 0017-3134

Watson, L., and Dallwitz, M.J. (1992 – ). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval. Consultado em: Fevereiro 28, em http://delta-intkey.com/angio/www/amborell.htm

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